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quinta-feira, 5 de julho de 2018

Divulgação: Archote no Ouvido: História de uma Vida 1921-1931, de Elias Canetti

Sinopse:
«Era verdade que eu não queria aprender o que se passava no mundo. Tinha a impressão de que espreitar para dentro de qualquer coisa demasiado censurável me tornaria cúmplice dela. Eu não fazia tenção de aprender quando aprender significava trilhar o mesmo caminho.»

Neste volume da sua famosa autobiografia, tendo como pano de fundo a admiração pelo escritor vienense Karl Kraus, e a paixão por Veza, a sua primeira mulher, Elias Canetti transporta o leitor até aos politicamente agitados e culturalmente intensos anos 20 do século xx. Emergem à luz também personagens e recantos mais obscuros, sejam a sua bizarra senhoria, por exemplo, que percorria as divisões da casa lambendo a parte de trás de todas as fotografias emolduradas do seu falecido marido, ou o sanatório defronte de sua casa, cujos pacientes serviram de inspiração para personagens em Auto-de-Fé.

Num registo que tem tanto de pessoal, como de universal, Canetti traça o quadro de uma época onde sobressaem episódios históricos como o incêndio do Palácio de Justiça, em Viena, ponto de partida para a redação do fundamental ensaio Massa e Poder, ou o ambiente artístico de Berlim em 1928, onde o autor trava conhecimento direto com personalidades marcantes, como Brecht, Isaac Babel ou George Grosz.

O Archote no Ouvido, segundo volume da trilogia autobiográfica cuja publicação a Cavalo de Ferro iniciou com A Língua Resgatada, é uma oportunidade única de, na primeira pessoa, poder-se acompanhar um dos grandes autores do século XX numa viagem ao mundo e pelas pessoas que exerceram influência decisiva no seu percurso de escritor. Os primeiros capítulos encontram-se disponíveis para leitura em www.cavalodeferro.pt.

Sobre o autor:
Elias Canetti (Ruse, 1905 — Zurique, 1994), romancista, filósofo e ensaísta, e uma das figuras mais influentes do pensamento crítico do século XX, foi galardoado com o prémio Nobel de Literatura, em 1981. Proveniente de uma família de judeus sefarditas (a língua materna de Canetti foi o ladino), a sua juventude foi passada entre a Áustria, a Suíça e a Alemanha. Auto-de-Fé, o seu primeiro e único romance, data de 1935, e é destinado a inserir o seu nome na história da literatura, ao lado de figuras como as de Musil e de Broch. Em 1960 publica o ensaio Massa e Poder, estudo fundamental e indispensável sobre a sociedade humana ao qual dedicou três décadas da sua vida. Seguem-se, entre outras obras, o volume de ensaios A Consciência das Palavras (1975) e a trilogia autobiográfica cuja publicação a Cavalo de Ferro iniciou com A Língua Resgatada .

Ficha do Livro:
420 pp
23,99€

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