Páginas

terça-feira, 31 de maio de 2016

O Hipnotista, de Lars Kepler

Terminei - aliás, comecei e terminei - no sábado "O Hipnotista" de Lars Kepler. Thriller nórdico tinha tudo para me conquistar. Como foi o caso. Li-o numa penada e cada minuto foi bem gasto. O twist que assistimos, enquanto acompanhamos Erik, o "passeio" às suas memórias, a tentativa de perceber "porquê"... ahhhhh... gosto tanto deste género que, às vezes, penso se não serei psicopata. 

Sinopse: 
Erik Maria Bark é o mais famoso hipnotista da Suécia. Acusado de falta de ética, e com o casamento à beira do colapso, jurou publicamente nunca mais praticar a hipnose nos seus pacientes e há dez anos que se mantém fiel à sua promessa. Até agora.

Estocolmo. Uma família é brutalmente assassinada e a única testemunha está internada no hospital em estado de choque; Josef Ek, de apenas 15 anos, presenciou o massacre dos seus pais e irmã mais nova, sendo ele próprio encontrado numa poça de sangue, vivo por milagre.

Nessa mesma noite, Erik Maria Bark recebe um telefonema do comissário Joona Linna solicitando os seus serviços - urge descobrir a identidade do assassino e para tal Josef deverá ser hipnotizado. Erik aceita a missão com relutância, longe de imaginar que o que vai encontrar pela frente é um pesadelo capaz de ultrapassar os seus piores receios.

Dias mais tarde, o seu filho de 15 anos, Benjamin, é sequestrado da própria casa. Haverá uma ligação entre estes dois casos? Para salvar a vida de Benjamin, o hipnotista deverá enfrentar os fantasmas do seu passado e mergulhar nas mentes mais sombrias e perversas que jamais poderia imaginar; o que tinha por difuso revela-se abominável, o que tinha por suspeito surge como demoníaco. Para Erik, a contagem regressiva já começou…

Sobre o autor:
Lars Kepler é o pseudónimo de uma dupla de escritores de sucesso na Suécia: Alexander Ahndoril e Alexandra Coelho Ahndoril. O Hipnotista, primeiro volume da saga, alcançou um enorme sucesso internacional e foi adaptado ao cinema pela mão do realizador Lasse Hallström. Depois de O Hipnotista, O Executor, A Vidente e O Homem da Areia, chega-nos Stalker.


segunda-feira, 16 de maio de 2016

O «Oásis Perdido» e o «Labirinto de Osíris»

Paul Sussman, jornalista e egiptólogo faleceu prematuramente em Maio de 2012 com apenas 45 anos. Escreveu algumas obras que misturam o policial com a acção e a egiptologia de forma magistral, thrillers empolgantes, cativantes e que prendem até à última página.

A sólida formação e experiência em escavações arqueológicas, bem como o profundo conhecimento do Egipto, transparece no detalhe do pano de fundo onde se desenrola, parcialmente a acção dos seus livros.

Dos quatro livros que deixou, venho-vos falar de dos dois que já li, e posteriormente comentarei o terceiro que me foi oferecido recentemente.

O «Oásis Escondido» tem como base a lenda da localização do famoso oásis de Zerzura perdido algures nas areias do deserto.
Freya Hannen desloca-se ao Egipto para o funeral da irmã Alex, alpinista profissional que se terá suicidado. Com a ajuda de Flin Brodie, um egiptológo a residir no Cairo, amigo da sua falecida irmã decide investigar as verdadeiras causas que envolvem a sua morte.
A história leva-nos para os meandros do sub-mundo do Cairo, para a corrida contra o tempo e para a busca incessante de um oásis mítico e do segredo que este encerra desde tempos imemoriais.
O enredo bem urdido, magistralmente encadeado, num processo de acção contínua que nos faz suspender a respiração e quase perder o fôlego nas deambulações e perseguições que culminam na descoberta de Zerzura, do seu segredo motivo que levou à morte de Alex. A par da narrativa a ímpar mestria nas descrições e referências históricas bem fundamentadas.




Já no «Labirinto de Osíris», a acção divide-se entre a milenar Jerusalém e o Egipto. O que liga Yusuf Khalifa, polícia de Luxor e Arieh Ben-Roi, detective em Jerusalém?
Um tenebroso crime ocorrido no Patriarcado Arménio de Jerusalém que havia vitimado uma jornalista, Rivka Kleinberg que investigava o tráfico de seres humanos. A ligação da sua morte a um engenheiro desaparecido em Luxor em 1931, volta a interligar os dois homens, velhos amigos, numa investigação sem paralelo.
No centro do enredo encontra-se o mítico labirinto egípcio cuja localização é ainda hoje  um parcial mistério e que serviu de palco ao desenrolar de mais um thriller que aborda temas tão actuais como o tráfico de seres humanos, terrorismo anti-capitalista.
Não revelo muito do enredo de ambos os livros propositadamente uma vez que a sua «magia» reside nos temas tratados e na manutenção de algum secretismo para não defraudar as expectativas do leitor.

Livros imperdíveis por um autor que nos deixou cedo demais. Recomendo vivamente a todos os que gostam de um bom livro de aventuras na senda das lendas históricas, da acção e suspense e em particular a todos os apaixonados pelo Egipto.

O próximo será...«O Último Segredo do Templo» que em breve vos falarei.