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segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Lido: Heidi, de Johanna Spyri

Ler Heidi, além de ser um dos desafios da maratona literária em que participo, é, simultaneamente, um passeio às minhas memórias de criança.

Vi, pela primeira vez, a Heidi numa cassete de vídeo que os meus pais compraram. Não me recordo ao certo que idade teria quando o vídeo veio "morar" para nossa casa, mas lembro-me que os meus pais compraram várias cassetes para mim e para o meu irmão.

Mais tarde - e até já escrevi por aqui - por volta dos 10 anos, a minha mãe comprou-me a coleção da Condessa de Ségur, e nesta série, vinham mais alguns títulos clássicos, como o David Copperfield de Charles Dickens (uhhhh, eu a dar uma de intelectual - li Dickens com 10 anos - sou tão culta, uhhhh!!!) e este livro da Heidi.

No passado fim-de-semana, fui à casa onde cresci e de onde saí há 8 anos. Ainda lá estão muitos dos meus livros: Uma Aventura, O Clube das Chaves... e os meus livros da Editorial Pública. Depois de muito pensar, trouxe a Heidi comigo, para cumprir, o desafio 11 do Livropólio - Ler um livro infantil ou juvenil.

Heidi, aos 5 anos, é largada em casa do avô. A tia Dete arranjou emprego em Frankfurt e não pode mais ocupar-se da pequena orfã. Se, ao princípio, parece estranho à pequena ser largada junto daquele velho com ar rezingão, depressa, entre ambos, nasce uma afinidade e um amor, difíceis de mensurar.

A juntar à alegria de viver nas montanhas, em liberdade, Heidi conhece Pedro, o jovem pastor, e ficam amigos.

Algum tempo depois - cerca de 3 anos - Dete regressa para levar Heidi. Há uma outra família que  precisa de uma companheira para Clara, uma menina que está confinada a uma cadeira de rodas. Chegadas a Frankfurt, Heidi, sem mais explicações, é "despejada" em casa do senhor Sesemann, para acompanhar Clara.

Depois de muitos altos e baixos, e de muitas inocentes travessuras, Heidi começa a ficar doente de saudades das montanhas. E o tratamento é simples: regressar para casa do avô. Rapidamente, a menina recupera a saúde e a alegria. Os capítulos finais contam como Clara voltou a andar depois de uma temporada revigorante junto de Heidi e do avô, no planalto, e da amizade improvável entre as famílias.

Uma nota: não considerei este livro no meu Reading Challenge do GoodReads. Li-o, em pouco mais de duas horas (são 192 páginas, apenas), e seria quase batota, porque, se não fosse "obrigada" pelo Livropólio, certamente não o releria.




sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Lido: A Túlipa Negra, de Alexandre Dumas

Há poucas semanas, vi, na Netflix, a série Os Três Mosqueteiros - fiz aqui uma brevíssima referência a esta série ao falar do ator Tom Burke (que interpreta o Athos), que atualmente, "é" Cormoran Strike da série de Robert Galbraith.

Ver Os Mosqueteiros fez-me ter vontade de ler clássicos.

E uma das grandes vantagens do Kindle é conseguir ter na mala vários clássicos, e puder-me "esticar" com o número de livros que posso ir lendo.

Por outro lado, podia ter começado a ler Os Três Mosqueteiros, já que estava imbuída do espírito, mas, como aderi à maratona literária Livropólio, tenho objetivos a cumprir. Optei por A Túlipa Negra, do mesmo Alexandre Dumas.

A Túlipa Negra conta-nos a história de Cornélio, um jovem botânico que pretende vencer uma competição de túlipas: 100 mil florins a quem apresentasse uma flor negra, sem imperfeições.
Vítima de inveja de um vizinho e de um mal-entendido, Cornélio é preso e sentenciado à morte. No dia em que é detido, conhece Rosa, a filha do carcereiro e os dois jovens caiem de amores um pelo outro.

Já com o carrasco prestes a decapitá-lo, Cornélio é salvo da morte, por ordem do príncipe, mas sentenciado a prisão perpétua.

Pelo meio, o vizinho invejoso continua a querer ultrapassar Cornélio - a qualquer preço - e a relação com a bela Rosa sofre altos e baixos.

É uma história de amor intemporal, que se passa em 1672, brilhantemente escrita, porque temos um narrador que nos conta a história como se toda a ação se passasse diante dos seus olhos. Fala com o leitor, como se estivéssemos sentados no mesmo sofá. Cria proximidade e empatia com o leitor, sem serem forçadas. São apenas 223 páginas que se lêem num piscar de olhos, apesar do formalismo dos diálogos - Cornélio e Rosa, apaixonados, passam todo o tempo a tratar-se por "menina Rosa" e "senhor Cornélio".

Dei 5 estrelas no Goodreads. Achei que uma história tão simples, mas tão amorosa, e que ao mesmo tempo nos consegue instruir sobre o clima político da época - é uma história para 5 estrelas.

terça-feira, 16 de outubro de 2018

Lido: O Padrinho, de Mario Puzo

Já terminei "O Padrinho", do italiano Mario Puzo. A minha edição foi, literalmente, herdada da minha tia-avó Luísa, e data algures dos anos 70. É uma edição tão velhinha - literalmente, segura por fita cola - e já me acompanha há cerca de 7 anos.

Por alguma razão, ainda não o tinha lido, mas graças à minha decisão de participar numa maratona literária, peguei nele e consegui terminá-lo em apenas uma semana.

Nesta altura do campeonato, poucas devem ser as pessoas que não tenham visto o filme O Padrinho, de Francis Ford Coppola (ou a trilogia - mas, vá, o 1.º filme), e posso dizer que não me recordo de uma passagem livro-filme tão bem feita. Já vi o filme há muito tempo, e juro que as imagens estavam a correr na minha cabeça, enquanto lia.

O casamento de Connie, Michael e Kay, Sonny e Freddo, a figura imponente de Marlon Brando como Don Corleone, o chefe de uma das mais respeitadas famílias de Nova Iorque.

Em O Padrinho, seguimos a família Corleone com todos os seus altos e baixos: a influência juntos dos agentes judiciários, a guerra entre as famílias, a morte de Sonny, Don Corleone no hospital depois de ter sido alvejado, a sua semi-aposentadoria e consequente ascensão de Michael, como o novo Don.

É muito bem escrito. Quando leio livros tão antigos - e O Padrinho foi lançado em 1969 - tenho medo que "envelheçam" mal e que não me cativem. Talvez ter lido antes o livro da história da Cosa Nostra e de já ter visto o filme, me tenha pré-preparado para a obra de Puzo. Estou muito satisfeita comigo mesma e com o facto de ter ultrapassado qualquer que fosse a barreira que me separava deste pedaço de literatura.

domingo, 14 de outubro de 2018

#MLLivropólio

Há poucos dias, andando e desandando atrás de páginas de outros book-bloggers e canais de booktubers, encontrei um grupo, muito interessante, no Facebook, criado pelas meninas por detrás dos blogues Linked Books e Flamesmr (os links irão direcionar para as suas páginas de Facebook).

Trata-se de uma maratona literária de Outono/Inverno que termina a 14 de fevereiro. Temos 16 desafios a cumprir - além dos quatro desafios-extra - e já estou encaminhada.

Casa 1 – Ler um conto ou um livro de contos: li um conto do livro "Contos Completos", de Truman Capote;

Casa 7 – Ler um livro que já tenha sido adaptado para o cinema: li "O Padrinho" de Mario Puzo;

Casa 8 – Ler um livro à vossa escolha: na altura do início do desafio estava a ler "Cosa Nostra - Um Século de História da Máfia, de Eric Frattini", e considerei esse;

Casa 11 – Ler um livro infantil ou juvenil: comecei a ler "Heidi", de Johanna Spyri.

Ainda não decidi todos os livros para todos os desafios, e mesmo os da fotografia, são passíveis de saírem e darem a vez a outros. E, há outros livros que vou ler no Kindle.
Estou bastante entusiasmada com esta maratona. É a 1.ª vez que participo e estou confiante que vou completar a grande maioria destes desafios.


sábado, 13 de outubro de 2018

Novidade: Sabes quem é?, de Karin Slaughter

Uma das grandes novidades do catálogo da Harper Collins Ibérica, deste mês de outubro, é o novo livro de Karin Slaughter, um dos nomes grandes dos thrillers literários: Sabes quem é?

Sobre o livro: 
Andrea Cooper sabe tudo sobre Laura, a sua mãe. Sabe que passou toda a vida em Belle Isle, uma pequena cidade litoral; sabe que jamais lhe escondeu qualquer segredo. Porque todos nós sabemos tudo acerca das nossas mães, não sabemos?

A sua vida sofre uma reviravolta radical quando uma ida ao centro comercial se converte num banho de sangue e Andrea vê uma faceta completamente desconhecida de Laura. Ao que parece, antes de Laura ser Laura, era uma pessoa completamente diferente. Passou os derradeiros trinta anos a esconder a sua anterior identidade, sem dar nas vistas, na esperança de que ninguém descobrisse o seu paradeiro. Mas agora encontra-se exposta e já nada voltará a ser como dantes.


sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Contagem decrescente para o Festival Bang

Depois do sucesso da 1.ª edição, o Festival Bang! está de regresso com muitas novidades.
Para além de um horário alargado - das 11h00 às 21h00 - haverá mais palestras, sessões de autógrafos, uma exposição sobre H. P. Lovecraft e demonstrações de cosplay, magia e sabres de luz.

Robin Hobb, a convidada de honra deste ano, também estará em Portugal para conversar com os fãs sobre a sua obra literária.

27 de outubro, no Pavilhão Carlos Lopes (Lisboa)

Site oficial: https://festival-bang.com/

Que a Força esteja contigo neste Festival Bang!
Fundada em 2014, a SilverBlade é a primeira Academia de combate com Lightsaber em Portugal e vai estar presente na segunda edição do Festival Bang!
Atuações e atividades em eventos de cultura geek e diversas parcerias formadas, bem como participações em ações publicitárias do mais recente filme da Guerra das Estrelas, a travessia da SilverBlade tem sido sinuosa mas assertiva.

A Liga Steampunk estará na segunda edição do Festival Bang!A Liga de Steampunk de Lisboa mais uma vez vai participar no Festival Bang! com algumas atividades de animação cultural e exposição do que é o trabalho e temática da Liga:

Bring Your Own Book:
Não sabes a resposta? Não faz mal, estará contida nas páginas que tens à tua frente! A Liga Steampunk de Lisboa convida-te a jogar BYOB – Bring Your Own Book, um jogo de frases que, em conjunto com o acervo da Saída de Emergência, te promete rondas e rondas de diversão.

Banca de Tiros:
Vem libertar vapor com a banca de tiro da Liga Steampunk de Lisboa. Só tens que apontar uma das pistolas Nerf modificadas e confiar na tua pontaria!

Banca de venda e exposição:
A Liga Steampunk de Lisboa expõe o melhor dos seus bric-à-bracs bélicos na mesma banca onde terá dezenas de acessórios para completar o fato de qualquer dama ou cavalheiro. Se vens mergulhar no fantástico, veste-te a rigor!

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Novidade: Espaço para Sonhar, de Kristine McKenna

Neste livro único, conjugação de biografia e memórias, David Lynch revela, pela primeira vez, os pormenores de uma vida preenchida e fascinante, vivida de acordo com uma visão singular, não faltando o relato das muitas mágoas e batalhas que teve de travar de modo a conseguir concretizar os seus arrojados projetos.

Em Espaço para Sonhar, (Elsinore | 704 pp. | 29.99€) as reflexões de Lynch, poéticas, íntimas e francas, ecoam nas secções biográficas escritas por Kristine McKenna, sua colaboradora próxima, tendo por base mais de uma centena de entrevistas inéditas, incluindo a ex-mulheres, familiares, amigos, atores, agentes, músicos e colegas nas mais variadas áreas, cada um revelando a sua própria versão dos acontecimentos. Espaço Para Sonhar é a oportunidade única de se ter acesso total à vida e mente de um dos artistas mais enigmáticos e profundamente originais do nosso tempo.

O lançamento oficial do livro decorrerá no Lisbon & Sintra Film Festival (16 a 25 de Novembro) com a presença confirmada de Kristine McKenna, coautora da obra. 



terça-feira, 9 de outubro de 2018

Novidade: A Solidão de Sermos Dois, de Maria João Carrilho

E se, na busca do pai desconhecido, descobrirmos, com sobressalto, que o preferimos ausente?

Sobre o livro:
Um romance contemporâneo que nos faz acompanhar uma família em busca da sua identidade. Uma história cravejada pelo trauma do abuso, a figura do predador, a sombra do incesto. Um périplo romanesco contemporâneo que nos transporta numa viagem com paragens tão dispares quanto Lisboa e Irlanda, África e Neve Shalom, algures entre Israel e a Palestina. Tudo cabe em A Solidão de Sermos Dois, uma obra da escritora lisboeta Maria João Carrilho, autora de livros como A Praça do Império, com a chancela da Guerra e Paz Editores.

Ninguém é completamente bom nem completamente mau: o lema da protagonista desta história. Eliza - Liza para os que ama – é uma jovem lisboeta que cresceu sem conhecer as suas verdadeiras origens. O romance ganha forma, quando Liza se depara com o desejo de querer encontrar o seu pai que nunca conheceu, à medida que vai enfrentando os agoiros que a afectam a si, a Laura, a sua mãe e a Flora, a sua tia.

Mas e se, na busca do pai desconhecido, descobrirmos, com sobressalto, que o preferimos ausente? Para descobrir apenas é preciso virar a página.

O que é certo é que A Solidão de Sermos Dois já está a despertar opiniões. Desde logo a do poeta António Carlos Cortez, que após a leitura desta obra afirma: «Ao estado geral da arte do romance em Portugal, Maria João Carrilho responde com um saber técnico da narrativa. Três vozes femininas contam, dos anos 60 à actualidade, um modo de viver o tempo, a memória e o amor, aceitando-se a lição do verso de Ruy Belo – na solidão acompanhada vivemos».

Mas o verso do poeta e ensaísta português não é caso órfão, a autora inspira-se ainda nas obras de David Mourão Ferreira, Amália Rodrigues e Carlos Tê. Referências basilares para o trabalho de Maria João Carrilho neste livro a não perder.

Ficha Técnica:
A Solidão de Sermos Dois
Maria João Carrilho
Ficção / Romance
120 páginas · 15x23 · 13,00 €
Nas livrarias desde 2 de Outubro
Guerra e Paz, Editores

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Lançamento: Hoje É Dia de Consulta, de Maria do Céu Machado

Maria do Céu Machado, Médica Pediatra e presidente do Infarmed, escreveu Hoje É Dia de Consulta, um livro para pais e crianças que ajuda a enfrentar o medo de consultas e hospitais. O lançamento teve lugar na passada segunda-feira, dia 1 de outubro, no El Corte Inglés.

Hoje É Dia de Consulta (ed. Booksmile | 64 pp. | 13,99€) já chegou às livrarias. 
A Booksmile disponibiliza as primeiras páginas para leitura aqui.

Sobre a autora: 
Maria do Céu Machado é médica pediatra e professora de Pediatria na Faculdade de Medicina de Lisboa. Dirigiu os departamentos de Pediatria do Hospital da Amadora (1996 a 2006) e do Hospital Santa Maria de 2011 a 2017. Atualmente, é presidente do Infarmed, a Agência Portuguesa de Medicamentos e Produtos de Saúde. É pediatra há mais de 35 anos e tem já «netos clínicos», filhos de rapazes e raparigas de quem foi médica.

Sobre o livro: 
Escrito numa linguagem simples, apelativa e rigorosa, é um livro dirigido a toda a família. Responde a várias questões práticas (por exemplo, para que servem as vacinas), inclui conselhos para os pais, esquemas detalhados e ilustrações coloridas.

Acabaram-se os medos na hora de ir ao médico! Hoje, os gémeos vão ao médico. Eles já sabem a rotina: ver o peso, a altura, inspirar e expirar… Não custa nada! É importante irmos ao médico, mesmo se não estivermos doentes, para sabermos se está tudo bem connosco. E às vezes, se estamos mesmo mal, temos de ir ao hospital. Pode ser assustador entrar num sítio tão grande e precisarmos de fazer exames em aparelhos esquisitos. E surgem tantas perguntas:

• Para que servem as vacinas?

• Os raios-x fazem doer?

• Porque é que as pessoas recebem pulseiras coloridas na urgência do hospital?

Estas e muitas outras dúvidas são explicadas de forma clara e com ilustrações cheias de cor, ajudando a vencer o medo de ir a uma consulta ou ao hospital. O livro ideal para os mais pequenos se sentirem confiantes na próxima ida ao médico!

domingo, 7 de outubro de 2018

Apresentação: A Palmeira, de Pedro Goulão

«A Palmeira» o que é?
Será um romance que é uma autobiografia? Uma biografia romanceada? 
E se for um romance que é uma autobiografia autorizada?

Neste Outono, aglutinado por um Verão que tarda em desparecer, ainda há quem passeie de calções pela praia e recupere memórias «de pistas de caricas na areia, de mar, de mesa, de risos e de livros, de viagens e de sol. De luz e de sombras. E escaldões, sobretudo escaldões». Memórias como as de Pedro Goulão, talentoso guionista responsável pelos sketches de alguns dos maiores humoristas portugueses, compiladas em A Palmeira, romance – de inspiração autobiográfica – editado pela Guerra & Paz, que irá acompanhá-lo nesta rentrée.

Este romance é feito de memórias, mas também de retratos. Retratos de quatro gerações da família do autor, e das peripécias que viveu nas férias. Sempre no mesmo sítio, com as mesmas pessoas e na mesma altura do ano.
Pedro Goulão rompe as barreiras do romance e assume A Palmeira como a sua primeira «autobiografia autorizada», escrita entre a imaginação e o pícaro de episódios humorísticos, o que nos levará a questionar o que é real e o que é ficção.
«Nela, encontrarão algumas das melhores pessoas que conheço. E eu. Sobretudo eu. Bastante melhorado e heróico, seguramente mais magro. Afinal de contas, é a minha autobiografia autorizada, e é mesmo muito possível que algumas das coisas nela relatadas só se tenham passado na minha imaginação. Outras, as inverosímeis, passaram-se mesmo», afirma o escritor.

Um livro cozinhado entre um saboroso domínio da língua portuguesa, uma doce ternura pelas suas personagens, mas também um gosto muito particular pelo exagero e pela auto-depreciação, que certamente lhe proporcionarão momentos de gargalhada lacrimejante.

A apresentação deste livro teve lugar a 2 de outubro, no bar Gin Lovers, no Príncipe Real, em Lisboa. Fotos: Facebook Guerra e Paz Editores



sábado, 6 de outubro de 2018

Lido: Cosa Nostra - Um Século de História da Máfia, de Eric Frattini

Há umas semanas, deu, no National Geographic, um documentário sobre Salvatore "Toto" Riina, il capo di tutti capi da Cosa Nostra siciliana, falecido quase há um ano.

Ver esse documentário, inspirou-me a ler um livrinho que já morava cá por casa há bastante tempo, escrito por Eric Frattini, jornalista, analista político, romancista, conferencista (entre outras coisas). O meu excelso esposo comprou-o, há para lá de muito tempo, já o leu e recomendou-mo, mas ainda não tinha sentido o chamamento, confesso.

Neste livro, Eric Frattini conta como surgiu, nos Estados Unidos, o crime organizado, ano-por-ano, desde 1895 até aos nossos dias: desde a Mão Negra até à Cosa Nostra como a "conhecemos". A verdade é que, ver Os Intocáveis, Os Soprano, Broadwalk Empire ou The Good Fellas poderá dar-nos a impressão de saber muito sobre o assunto... nope... nada mais errado, meus amigos!

O livro, em si, tem 366 páginas, mas cerca de 100 são anexos com glossário, breves biografias de alguns nomes citados, bibliografia e outros documentos consultados, a descrição das cimeiras da Cosa Nostra ao longo dos anos, e a descrição das famílias com atualização até aos nossos dias. É um trabalho de investigação muito profunda e extremamente bem documentado.

Cosa Nostra - Um Século de História da Máfia é um livro de 2012, editado pela Bertrand, editora de grande parte dos (muitos) livros já escritos por Frattini e publicados no nosso país.

Quem pegar nele não se iluda: não é romanceado, nem floreado... tem 24 páginas de fotografias e algumas delas mostram explicitamente, alguns cadáveres. A descrição de alguns assassinatos é muito gráfica - por exemplo, a dos dois irmãos que eram assassinos da Cosa Nostra e que eles próprios foram alvejados e enterrados vivos.

Um dos últimos grandes julgamentos de um Don, John Gotti, em 1992, mereceu um capítulo muito detalhado com excertos das transcrições de depoimentos, que culpabilizaram Gotti e sentenciaram a prisão perpétua.

Soberbo!

(agora, há fortes possibilidades de ir ler O Padrinho, de Mário Puzo - até porque aceitei o desafio lançado numa comunidade livrólica, para uma maratona que decorre até Fevereiro, e tenho de ler um livro que deu origem a um filme)

Novidade: Coleção ‘Explorer Academy’

Sobre o livro:
A National Geographic estreia-se no mundo da ficção juvenil com a coleção de livros ‘Explorer Academy’. O primeiro livro da saga – ‘O Segredo de Nebula’ – estará à venda desde 2 de outubro, com a chancela da ASA, uma das editoras do Grupo LeYa. 

Destinado aos jovens entre os 8 e os 12 anos, a coleção ‘Explorer Academy’, da autoria de Trudi Trueit, conta a história de um rapaz de doze anos – Cruz Coronado – que deixa a sua casa no Havai para ir estudar na prestigiada Explorer Academy.

É nesta instituição que ele e mais 23 jovens de todo o mundo serão treinados para se tornarem a próxima geração de grandes exploradores. Para Cruz, no entanto, há algo mais em jogo. Assim que chega à Academia, descobre que a sua família partilha com a organização um passado misterioso que poderá colocar em perigo o seu futuro. Ele até podia dedicar-se apenas a participar nas aulas ou a resolver os enigmas que lhe são lançados, a fazer novos amigos ou a divertir-se nas mais incríveis expedições de realidade aumentada; mas Cruz terá forçosamente de encontrar a resposta para as maiores questões da sua vida: Quem anda atrás dele… e porquê?

Uma referência mundial em temas de exploração e ciência ao longo de mais de 130 anos, a National Geographic dá agora um salto para o mundo da ficção com o lançamento desta nova série de livros destinada ao público jovem. Jornalistas, cientistas e exploradores da National Geographic Society foram a fonte de inspiração para as aventuras e histórias narradas ao longo da coleção. As suas descobertas, que envolveram alta tecnologia e os mais modernos métodos de investigação, foram a base para contar a história de Cruz Coronado.

Com o lançamento de um livro por ano, cada volume foca-se em vários temas centrais do universo da National Geographic, nomeadamente a geografia, a história e a arqueologia, os enigmas do cosmos, o desenvolvimento da ciência e da tecnologia com base na engenharia e na matemática, bem como a exploração de vários locais do mundo e das suas culturas.

A autora norte-americana Trudi Trueit, responsável por mais de cem livros para jovens leitores, escreveu esta saga com a preocupação de cada livro funcionar como uma publicação independente. Mas também com o objetivo de cada um deles fazer parte de uma experiência concebida e produzida para que as personagens e a narrativa funcionem em várias plataformas, desde os livros impressos ao suporte digital, em vários tipos de ecrãs.

Para Luís Fernambuco, diretor geral da National Geographic Partners em Portugal, “É nossa convicção que a educação e a partilha do conhecimento, através de uma narrativa inspiradora e credível, são uma ferramenta poderosíssima para transmitirmos às próximas gerações a importância pelo respeito dos valores humanistas e da conservação do nosso planeta. Com a coleção ‘Explorer Academy’ procuramos transmitir estes valores ao público mais jovem, através de uma história empolgante e com personagens com as quais ele se possa identificar, até porque são inspiradas em pessoas e projetos de investigação reais. Estou certo que os nossos jovens leitores se irão imaginar a eles próprios em muitas destas aventuras e que com esta coleção estaremos a contribuir para a criação de uma nova geração de exploradores portugueses.”

Nas palavras de Vítor Silva Mota, editor infanto-juvenil da ASA/LeYa, “trata-se de uma coleção verdadeiramente apaixonante, não só pelo ritmo acelerado da narrativa e pelas voltas e reviravoltas da história, mas também – e talvez sobretudo – pela credibilidade da mesma, que faz com que os leitores se identifiquem automaticamente com as situações descritas e se sintam quase como que mergulhados na própria aventura. As componentes humanista, ecológica e científica, que sempre foram apanágio da National Geographic, estão bem presentes ao longo do livro e não deixarão com certeza de inspirar os leitores a perseguir os seus próprios sonhos de acordo com aqueles valores. Por tudo isto, foi com muita satisfação que a ASA abraçou desde o primeiro momento esta parceria com a National Geographic e é agora com muito orgulho que publica o primeiro volume daquela que promete vir a ser uma série de referência para o futuro.”

Um passeio até às minhas memórias: Harry Potter

Através de um canal que conheci recentemente - The Phoenix Flight - ocorreu-me uma excelente memória para reativar este "Um passeio às minhas memórias" e que é a saga Harry Potter.

Nasci em 83. O 1.º livro - Harry Potter e a Pedra Filosofal - foi publicado, em Portugal, em 1999, e eu contava com 16 anos na altura. "Supostamente" não deveria ter achado grande piada a um livro que segue a vida de um miúdo de 10 anos que, de repente, descobre que é feiticeiro e vai para uma escola de magia.

A minha mãe - claro, sempre ela! - comprou o livro, quase de certeza, para o meu irmão que, em 99, tinha 11 anos. É o que faz mais sentido! Mas, a verdade é que uma história, aparentemente, tão simples, conquistou-me o coração e os livros seguintes foram comprados por minha insistência.

Passei o fim da minha adolescência e início de juventude, a "viver" em Hogwarts, a emparceirar com Harry, Hermione e Ron, a torcer nos jogos de Quidditch e a contar os pontos-extra para Gryffindor. Ri, chorei com este mundo mágico até ao fim: 7 livros e 8 filmes. A minha vida em Hogwarts durou 12 anos: entre 1999 e 2011 - desde o 1.º livro ao último filme - dos 16 aos 28 anos. 

Apenas este ano, vi o filme "Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los" (o filme foi lançado em 2016). Acho que invoquei em mim a ideia que, aos 35 anos, não seria aceitável voltar a deixar-me fascinar com um mundo mágico saído da mente de uma senhora inglesa. Mas gostei. Muito!

Agora que sou mãe, literariamente, espero, com ânsia, que o Henrique faça 10 anos; quero muito que ele também se deixe conquistar pela magia e seja selecionado para os Gryffindor!

A minha edição (em português) é igual a esta

sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Novidade: O Que Fazem os Adultos Durante o Dia?

A resposta está nesta novidade literária da Fábula, que descreve e ilustra mais de 100 profissões, em locais de trabalho tão diversificados como o Hospital, a Escola, o Hotel, o Aeroporto ou a redação do Jornal.

O Que Fazem os Adultos Durante o Dia? (64 pp. | 14,99€) já chegou às livrarias.


terça-feira, 2 de outubro de 2018

Lido: O Tatuador de Auschwitz, de Heather Morris

Ao longo dos anos, já li muitos livros cujo ambiente se localizava em Auschwitz-Birkenau, ou nos arredores. 2018 tem sido o ano em que mais livros, sobre este tema, tenho lido.

Antes de mais, é baseado em testemunhos reais. O nosso personagem principal - o tatuador Lale, existiu realmente. E, de acordo com o que li, cerca de 95% do livro, é verídico.
O Tatuador de Auschwitz, por si só, não é um livro que explora a guerra, ou que fala dos horrores daquele campo de concentração. No fundo, é um romance.

No GoodReads, classifiquei-o com 3 estrelas. Vou tentar justificar-me: parece estranho alguém classificar com um "é bonzinho, vá", um livro que descreve o sofrimento de alguém que sobreviveu a Auschwitz, mas a verdade é que não não é um livro bem escrito.

Mas já lá vou.

O Tatuador de Auschwitz conta-nos a história de Lale, um jovem na casa dos 20, natural da Eslováquia, que se voluntaria para o transporte para os campos de concentração, na esperança, de assim, poupar a restante família.
Pouco depois de lá chegar, contrai tifo, e acaba por sobreviver graças à ajuda de Pepan, o homem responsável por tatuar, nos recém-chegados, os números pelos quais iriam ser conhecidos a partir de então. Pepan, francês, toma Lale como seu assistente. Pouco depois, Pepan desaparece e Lale torna-se o tatuador oficial de Auschwitz-Birkenau, com todos os benefícios que essa posição lhe traz, como um quarto individual, reforço na alimentação, maior liberdade de movimentos, dispensa dos trabalhos pesados, etc...

Nessa função, conhece Gita e apaixona-se. Ao mesmo tempo, consegue construir uma rede de troca de dinheiro e jóias, vindas dos blocos conhecidos como "Canadá", onde iam parar os pertences dos prisioneiros, por comida ou medicamentos, vinda do exterior. Desta forma, ia distribuindo comida por quem precisava ou como pagamento de favores.

Em 1945, com a libertação do campo, acabam por se reunir passado alguns meses e casam em outubro desse mesmo ano. E viveram juntos até à morte de Gita em 2003. Nesse ano, Lale conheceu Heather Morris, e considerou que era o momento certo para contar a história de ambos
. As entrevistas duraram mais três anos, até à morte de Lale em 2006.

É explícito, no fim do livro, naquelas partes que quase ninguém lê, que Heather Morris havia pensado a obra que apresentou como o guião para um filme, e que, ao fim de contas, deu um livro. Os diálogos, a constante troca da narração entre a 1.ª e a 3.ª pessoas... parecem muito estranhos. E já para não falar que a descrição das condições do campo dá quase a sensação que Lale estava num campo de férias um "tudo ou nada" mórbido e não num campo de extermínio nazi. Falta mais emoção - a autora esperava transmitir isso em ecrã, mas, em livro, não resultou e perdeu-se muito na adaptação do guião.

Percebi, nas entrelinhas, que Heather queria mostrar que, ali, em condições extremas, era possível haver amor, haver camaradagem e companheirismo, solidariedade... contudo, pela rama, o que fica é que Lale era um homem a quem a sorte sorria muito mais do que a outros em circunstâncias iguais ou semelhantes. O livro foi aclamado e tem muito boas críticas - e ainda bem! - mas, sinceramente, não me conquistou em pleno, porque senti, ao longo de toda a leitura, que faltava mais qualquer coisa.