Páginas

segunda-feira, 26 de março de 2012

A Rapariga que Sonhava com Uma Lata de Gasolina e Um Fósforo, de Stieg Larsson

Não quero adiantar muito deste livro, para que o possam ler. É obrigatório que o façam. Levantem os rabinhos da cadeira, vão a uma livraria qualquer e comprem a trilogia de Stieg Larsson. Devia estar legislado...

***

Lisbeth meteu-se numa alhada como há poucas. Depois do trabalho em conjunto que fez com Mikael, Lisbeth cortou relações com ele e com o Mundo e desapareceu durante um ano. Mas está de regresso. Compra uma casa maior, "oferece" a sua à amiga Miriam Wu, não diz a ninguém que já voltou, excepto ao seu antigo tutor que havia sofrido um AVC ainda no 1.º livro, mas que Lisbeth julgava ter morrido.

Na Millenium, prepara-se um número especial sobre tráfico de mulheres e a publicação de um livro sobre o mesmo assunto, que vai mexer com as mais altas autoridades da Suécia. Mas o jornalista que ia denunciar este caso e a namorada são encontrados assassinados em sua casa. A arma do crime é encontrada e nela estão as impressões digitais de Lisbeth Salander.

A polícia começa a investigar o caso e mais um assassinato é atribuído a Lisbeth. O tutor Nils Bjurman, que substituiu Palmgren após o AVC, também é encontrado morto de forma brutal. Antes disso, este "respeitável" advogado havia contratado alguém para encontrar Lisbeth, para se vingar dos eventos do 1.º livro.

Mikael, obviamente, não se conforma com a declaração de culpabilidade de Lisbeth, nem com o assassinato do jornalista e envereda por uma investigação para encontrar os verdadeiros culpados.

É impossível não ficar apaixonado por esta trilogia. Só lamento já ter começado o 3.º e último livro e que Stieg Larsson tenha morrido tão cedo. Ia ser um caso muito sério de (ainda mais) popularidade.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Khan al-Khalili


Do grande escritor egípcio Naguib Mahfouz, nobel da literatura, uma obra maravilhosamente realista e dramática. Assinalou-se a efeméride do centenário do seu nascimento, a 17 de Dezembro de 2011. Autor de dezenas de obras, muitas delas adaptadas ao cinema foi um marco importante na literatura não só egípcia como mundial.

Khan al-Khalili é um dos bairros mais antigos e carismáticos do Cairo, um mundo de entre mundos. Conhecido no período otomano como o grande Bazar Turco, é um bairro onde se cruzam mil e um mundos, fervilhantes de vida e de gentes.

A acção passa-se em em 1942 com a iminente tomada do Cairo pelos alemães. Com a II Guerra Mundial como pano de fundo, Mahfouz conta-nos a história de uma família e da sua vida em Khan al-Khalili, antigo bairro do Cairo para onde mudam durante o período da guerra com receio dos eventuais bombardeamentos. Visto pelos olhos do filho mais velho da família Akif, acompanhamos as vivências desta família e do mundo que os rodeia.

Nesta obra é evidente o permanente confronto entre o passado e o presente, entre a tradição e a modernidade.

O realismo da descrição das personagens como o narrador da história, Ahmad Akif, o quarentão tímido, solteirão solitário e desesperado por encontrar o amor, contrasta com a imagem do garboso, jovem e boémio irmão mais novo Rushdi Akif.

Ahmad apaixona-se por Nawal a muito jovem vizinha que vive no prédio em frente e que assoma regularmente à janela criando um amor platónico e fervilhante por parte do quarentão que jamais toma coragem para revelar os seus sentimentos, vivendo num mundo muito seu que um dia se vê abalado pelo regresso do seu irmão mais novo Rushdi que se irá também tomar de amores por Nawal.

O amor entre ambos ver-se-á dramaticamente ensombrado pela doença de Rushdi, que enfrenta a tuberculose e que culminará na sua precoce morte.

Dramático e vívido o retrato de uma época num bairro do Cairo, descrito com o realismo a delicadeza e a maestria com que Mahfouz normalmente nos brinda.

domingo, 18 de março de 2012

Os Homens que odeiam as Mulheres, de Stieg Larsson

Há muito - mesmo antes da "febre Stieg Larsson" - que aqueles livros com uma enigmática rapariga na capa, me fascinavam. Agarrava num e noutro, revirava-os, lia a contracapa e voltava a deixá-los numa qualquer livraria.

Soube da adaptação a filme (as versões suecas) e vi a versão americana de "The Girl with the dragon tattoo", o primeiro da trilogia Millenium. Conheci a Lisbeth Salander e o Mikael Blomkvist e a fascinação continuou. Por isso, há cerca de 1 semana, não hesitei em trazer, para o meu humilde lar, os três livrinhos que Stieg Larsson nunca soube terem feito o sucesso que tiveram.

Terminei há instantes o 1.º livro (devorei-o em 3 dias, com trabalho pelo meio e as limpezas semanais) e se o filme é óptimo, o livro é genial.

Mikael Blomkvist é jornalista e co-fundador da revista Millenium, "especializada" em jornalismo de investigação (maioritariamente, investigação empresarial) e começa o livro em maus lençóis. Uma investigação sobre corrupção de um conhecido empresário, resultou em processo em tribunal por difamação e consequente condenação. O nome de Mikael Blomkvist é sinónimo de falta de credibilidade.

Para se afastar, Blomkvist aceita a proposta do milionário Henrik Vanger: investigar a morte da sobrinha Henriet Vanger, que há cerca de 36 anos desaparecera da ilha da família, sem deixar vestígio. Henrik passou toda a vida com essa dor. Contudo, a investigação deve ser ocultada e camuflada - para todos os efeitos Blomkvist foi contratado para escrever a História da família Vanger, proprietária do Grupo com o mesmo nome e das empresas familiares mais antigas de toda a Suécia.

Lisbeth Salander é, por seu turno, uma genial (e super-anti-social) "hacker" que trabalha como freelancer numa empresa de meios de segurança. Ela havia sido contratada para, exactamente, investigar Blomkvist. Mais tarde, Lisbeth associa-se ao jornalista na investigação que acaba por se revelar bem mais complexa do que inicialmente se julgava...

É um livro que... WOW... ainda estou a tentar interiorizar. Recomendo muitoooo! Aviso à navegação: é impossível não ficar siderado / apaixonado com a Lisbeth. Uma personagem sem precedentes.

sábado, 10 de março de 2012

Orgulho e Preconceito, de Jane Austen

Terminei, esta semana, um livro que há anos me "assombrava". Mais um daqueles casos em que passava por ele numa estante de uma livraria ou biblioteca e pensava "tenho de ler este" e nunca dava o passo seguinte.

Por coincidência, terminei agora mesmo de ver o filme "O Clube de Leitura de Jane Austen" e decidi que era o momento certo para deixar aqui o registo deste clássico.

Os Bennet são uma família de tradição na Inglaterra do século XIX, e têm cinco filhas, sendo Jane e Lizzie as duas mais velhas.
O livro começa com a chegada de Mr. Bingley, um jovem cavalheiro, que aluga uma propriedade no campo chamada Netherfield, perto dos Bennet. Com ele vêm a irmã Caroline e o seu grande amigo,Mr. Darcy.

Enquanto Bingley é bem recebido pela comunidade, Darcy mantém uma postura mais distante e desconfiada com relação às pessoas do campo. Bingley e Jane Bennet iniciam um relacionamento, apesar da oposição de Caroline Bingley, que considera Jane socialmente inferior.
Enquanto isso, Elizabeth é “ferida” pela rejeição de Darcy durante um baile, e decide rebater a indiferença dele com sua perspicácia e espirituosidade.

Todo o livro trata as venturas e desventuras do romance interrompido de Jane e Bingley, bem como da crescente admiração que Lizzie ganha por Darcy, graças ao seu cavalheirismo e discrição. É um romance notável e lamento profundamente não o ter lido antes.

Toda a ambiências, as personagens, a Lizzie Bennet... conquistaram-me e fazem pensar na importância que as sociedades, agora ou há 2 séculos, dão às aparências, ao que se tem ou não tem, ao que se parece ser. Tanto Lizzie, como Darcy, ou os Bennet aprendem, a duras custas, que tanto o orgulho, como o preconceito são defeitos capazes de atingir o mais honrado dos homens.

(todo o resumo na Wikipédia)