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segunda-feira, 27 de abril de 2015

Gritos do Passados, de Camilla Läckberg

Continuo na onda "Camilla Läckberg". Emprestaram-me o livro "Gritos do Passado", depois do meu excelso homem ter comentado no escritório como obcecada ando nesta escritora. "Gritos do Passado" surge imediatamente depois de "A Princesa de Gelo" e antes de "Teia de Cinzas".

Mais uma vez, Camilla Läckberg fez o favor de me pregar os olhos ao livro até o ter terminado. "Demorei" pouco mais do que o fim-de-semana para o ler de ponta a ponta e... como dizer?... é viciante.
Adoro o facto de ainda me conseguir surpreender e de não descobrir o culpado até ao último capítulo. 



Sinopse (retirada do site Wook)
Numa manhã de um Verão particularmente quente, um rapazinho brinca nas rochas em Fjällbacka - um pequeno porto turístico na Suécia - quando se depara com o cadáver de uma mulher. 

A polícia confirma rapidamente que se tratou de um crime, mas o caso complica-se com a descoberta, no mesmo sítio de dois esqueletos. O inspector Patrick Hedström é encarregado da investigação naquele período estival em que o incidente poderia fazer fugir os turistas, mas, sem testemunhas, sem elementos determinantes, a polícia não pode fazer mais do que esperar os resultados das análises dos serviços especiais. 

Entretanto, Erica decide ajudar Patrick pesquisando informações na biblioteca local e novas revelações começam a dar forma ao quadro: os esqueletos são certamente de duas jovens desaparecidas há mais de vinte anos, Mona e Siv. 

Volta assim à ribalta a família Hult, cujo patriarca, Ephraim, magnetizava as multidões acompanhado dos dois filhos, os pequenos Gabriel e Johannes, dotados de poderes curativos. Depois dessa época, e de um estranho suicídio, a família dividiu-se em dois ramos que agora se odeiam.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Teia de Cinzas, de Camilla Läckberg

Poucas autoras me têm entusiasmado tanto como Camilla Läckberg. Aliás, devo acrescentar que, na minha opinião, o título que recebeu de "sucessora de Agatha Christie" não é, de todo, exagerado.

Esta autora sueca, de 40 anos, consegue criar os enredos mais fascinantes de que me lembro. Senti-me assim com os clássicos policiais de Dame Agatha Christie e Sir Arthur Conan Doyle, e, mais recentemente, com Stieg Larson e Jo Nesbø.

Aqui temos a continuidade da história da relação entre Erica e Patrick, iniciada em "A Princesa de Gelo" (aqui).

Não me tinha apercebido que este "Teia de Cinzas" era o 3.º livro, e "saltei" por isso o título "Gritos do Passado". Mas... adiante... é algo com que terei de viver!

A acção, mais uma vez, passa-se em Fjällbacka (localidade sueca, onde nasceu a autora) e desta vez, ninguém preparou os habitantes para o que aí viria: um pescador encontra o cadáver de uma menina.
Mas a autópsia revela que este não é um caso de afogamento acidental. Cabe ao detetive local, Patrik Hedstrom, a árdua tarefa descobrir quem poderia estar por atrás do assassinato metódico de uma criança que, tanto ele como Erica, conheciam bem.

***

Outra situação que também gostei, e que comprova a consistência de Camilla Läckberg, é a continuidade da história de Anna, irmã de Erica. No primeiro livro, sabemos que é vítima de violência doméstica e que se refugia junto da irmã... e agora, Anna não é simplesmente colocada numa prateleira. Sabemos qual é a sua situação.

Ao contrário de outros livros que demoram dias a terminar, este li-o "numa penada": em três dias apenas, tal era a ânsia de saber quem era o assassino.

História paralela
Ao longo da trama, é-nos dada a conhecer a história de Agnes. A história começa quando Agnes é ainda bastante jovem, uma adolescente rica, mimada e caprichosa e avança até à sua morte. "Qual será a sua ligação à história principal?" é, certamente, a pergunta que os leitores farão. No fim... tudo é esclarecido!

domingo, 5 de abril de 2015

A Chave para Rebeca e A Rapariga que roubava livros

O que têm em comum espiões nazis, o Egipto e o romance "Rebeca" de Daphne du Maurier? Nada? Tentem outra vez.

São o mote para o livro "A Chave para Rebeca" de Ken Follet. A sinopse "oficial" é a seguinte:
"Norte de África, Verão de 1942. Rommel parece imbatível: as suas armas secretas são Alex Wolff, espião exímio , e um código fatal enterrado nas páginas do romance de Daphne de Maurier, Rebecca. Wolf cruza o Sahara escaldante e entra no Cairo para roubar os planos militares britânicos. O major Vandam, no seu encalço, encarrega a encantadora Elene de o seduzir. À medida que as tropas de Rommel se aproximam da vitória, a perseguição desenrola-se no deserto até chegar a um confronto impressionante e explosivo." (Wook).

Não desgosto de Ken Follet - o que me chateia, sinceramente, nem tem nada a ver com ele, mas com a adaptação tonta que fizeram ao "Os Pilares da Terra". (ressurreição... really, senhores argumentistas?! Não conseguiam dar a volta ao texto de outra forma?!) - e depois de "O Vale dos Cinco Leões" e de "Os Pilares da Terra", escolhi este para continuar a minha saga pelo Universo Follet. 

And now for something completely different...

 

Já comecei a ver o filme. Parei nos primeiros minutos, porque "valores mais altos" se levantaram... e nunca mais o retomei. 
Peguei no livro. E li-o numa penada. E não me arrependi por um segundo. Ao contrário do que fiz, acima, com "A Chave para Rebeca", não vou simplesmente fazer um "copy-paste" de um resumo do livro. 

Antes de mais, e como refere o "header" desta secção, a Morte herself é a narradora da história. Liesel é uma menina de 9 anos, que subitamente assiste à morte do irmãozinho mais novo. Durante o funeral do pequeno, Liesel rouba um livro. O primeiro. 

A acção decorre na Alemanha nazi, em vésperas do início da 2.ª Guerra Mundial. Portanto, é num clima conflituoso, tumultuoso e confuso para uma criança que acaba de perder o irmão e a mãe (que a abandona com Rosa e Hans Hubermann) que vemos o desenrolar deste romance. 

Mesmo sentindo-se atraída pelo livro, apercebemo-nos que apesar dos seus 9 anos, Liesel não sabe ler. E é nas madrugadas de insónias, após os pesadelos, que Hans Hubermann ensina Liesel a conjugar as letras e as palavras.

O clima de paz é interrompido quando Hans se vê confrontado com o passado e a sua honra "obriga-o" a cumprir uma promessa: acolher o filho de um falecido camarada de guerra. Judeu. Liesel desenvolve então uma relação com esse estranho de quem não pode falar fora das paredes de casa. Aquilo que os une é muito mais do que aquilo que os separa.

Fora do n.º 33 da Rua Himmel, Liesel é uma menina que, com Rudy, o seu melhor amigo, experimenta emoções a roubar: fruta, batatas... mas, especialmente, livros. Mais concretamente da casa do presidente da Câmara, com o, mais tarde revelado, conhecimento da esposa, Ilsa Hermann.
Entre pequenas vitórias e grandes dramas, acompanhamos Liesel. E vale tanto a pena.