Capa Mole & Companhia
Leio desde que me lembro de mim como gente. E comecei a escrever em blogues há mais de 11 anos. Porque não juntar estes dois amores num único espaço? Aqui, só cabe aquilo que gosto... conheçam as minhas escolhas!
segunda-feira, 19 de junho de 2023
Feira do Livro de Lisboa 2023
sábado, 17 de junho de 2023
Leitura em curso
quinta-feira, 15 de junho de 2023
Houston, temos um problema
sábado, 7 de janeiro de 2023
Ano novo, vida nova?
Depois do "apanhado" feito no início de dezembro, terminei... (rufos de tambores, por favor)... dois livros. UAUUUU!!! Trouxe da biblioteca municipal "Leviathan" de Paul Auster e "O gato de Uppsala", de Cristina Carvalho. Com estas duas leituras, completei 51 livros em 2022 (menos 9 do que me tinha proposto).
"Leviathan" foi mais um livro de 5 estrelas. Li Paul Auster pela 1.ª vez em 2022 e facilmente se tornou um dos meus favoritos. O escritor Peter Aaron lê a notícia da morte de um homem, numa explosão, dias antes, na berma de uma estrada. Apesar das autoridades não saberem de quem se trata, e terem iniciado as investigações, Peter sabe que o homem é Benjamin Sachs, o seu melhor amigo. O que o levou a este ato? Viajamos através das memórias de Peter, numa narrativa brutal e brilhante, que vai escrevendo tudo o que sabe e ouviu sobre Sachs, sabendo que estas páginas irão ser certamente entregues às autoridades.
De Cristina Carvalho já tinha ouvido falar há muito, mas ainda não tinha tido a oportunidade de a conhecer. "O gato de Uppsala" é uma história fofinha. Daquele tipo de livros que tanto pode ser lido por um adulto ou um jovem. Um livro que não envergonha ninguém. Elvis e Agnetta são dois jovens que se apaixonam e casam. Decidem cumprir um dos seus grandes sonhos e ver de perto o navio Vasa, o maior e mais belo barco alguma vez construído. Empreendem a viagem - a pé - entre Uppsala e Estocolmo, acompanhados do seu gato. E é esse gato que, acreditem ou não, lhes vai salvar a vida.
(estupidamente, esqueci-me de tirar fotos das capas)
Entretanto, tenho vários livros em mãos e que vou lendo conforme vou conseguindo. Começando pelo mais "antigo":
- "Meia Noite ou o Princípio do Mundo", de Richard Zimler: estamos no século XIX, e seguimos John Zarco Stewart, filho de uma judia portuguesa e de um escocês. Depois de descobrir segredos de família, John tenta redimir pecados cometidos, numa viagem que o levará do Porto até aos Estados Unidos da América. Estou quase quase a terminar (comecei a ler este livro, creio que, no Verão), e de uma coisa tenho a certeza: Zimler não desilude. É outro livro incrível. Estou a gostar bastante. O "problema" é que estou a lê-lo na aplicação da Wook que não é a coisa mais incrível da História.
- em meados de novembro, comecei a ler o 6.º livro da saga The Witcher, "A Torre da Andorinha". Ainda há pouco ultrapassei a primeira centena de páginas, mas está a ser interessante. Mais focado em Ciri que é, de longe, das personagens mais interessantes da série.
- em novembro, também comecei a ler "O Livreiro de Paris", de Nina George. O tema do mês do clube do livro "Regaleira de Livros" era "um livro sobre livros", e escolhi este. Escusado será dizer que ainda não terminei. Está a corresponder ao que pensava que seria, com várias referências a autores e livros, alguns dos quais nunca tinha ouvido falar.
Entretanto, e porque a vida é todo um circo de aventuras e desventuras, apontei que leria 12 livros no ano inteiro. Nivelar as expetativas bem por baixo e fazer uma festa no final de 2023 se ultrapassar estes valores é o meu lema deste ano.
Pronto, e é isto.
quinta-feira, 8 de dezembro de 2022
4 meses de leituras resumidas num post...
E os fins-de-semana têm sido a fazer tudo o que não consigo durante a semana. Como todas as pessoas normais. Ainda estou a entrar no ritmo. Ainda estou a tentar descobrir como ganhar tempo. Hei-de lá chegar. Não hoje, nem amanhã, nem até ao fim do ano. Mas vou descobrir.
quarta-feira, 24 de agosto de 2022
Lido: Viúva de Ferro, de Xiran Jay Zhao
O território está em guerra com os Hunduns, de quem sabemos muito pouco. As fronteiras são defendidas por máquinas de guerra gigantes, que se movem por causa da simbiose da energia vital do piloto e da sua concubina. As mulheres morrem em quase todos os combates, dado que a sua energia é totalmente consumida em batalha. A maior honra para uma jovem é servir e morrer pelo seu país.
A irmã de Zetian foi uma delas: uma das concubinas mortas. E Zetian - a nossa heroína - só pensa na vingança e em como a alcançar. Oferece-se como voluntária e nos testes é eleita como consorte de Yang Guang, o piloto-estrela, o homem que matou a irmã...
Durante a batalha, há uma reviravolta inesperada, e Zetian recebe o título de Viúva de Ferro. Mas as suas atitudes, levam a que seja emparelhada com o mais volátil dos pilotos. Um criminoso que matou a família, de seu nome Li Shimin.
A parceria dos dois é, no mínimo, inesperada e bem sucedida, mas, a sociedade chinesa não está preparada para que as mulheres se imponham, nem mesmo em circunstâncias especiais como aquelas que se vivem naquele momento.
A narrativa é interessante e a mistura entre elementos da própria História da China com elementos de ficção científica está muito bem conseguida (Zetian, por exemplo, aqui é uma jovem de uma família humilde, mas, na realidade, foi a 1.ª Imperatriz chinesa). Entreteve-me e fez com que quisesse chegar ao fim da leitura, mas, de tempos a tempos, sentia que aquele livro não era para mim. É um young-adult, mais "young" e menos "adult" para meu gosto. Pareceu-me que certos momentos podiam ter ido um pouco mais além, terem sido mais e melhor explorados, mas que ficou um pouco pela rama. Isto não quer dizer que não vá ler a continuação; talvez haja algumas respostas no 2.º volume, que, se espera, para março de 2023.
terça-feira, 23 de agosto de 2022
Lido: Britt-Marie esteve aqui, de Fredrik Backman
Mas Britt-Marie não sabe esperar e, todos os dias, telefona para o centro para saber se já apareceu alguma oferta. Até que, poucos dias depois, realmente aparece algo: uma vaga para supervisionar, temporariamente, um centro recreativo de uma vila quase deserta. Está previsto que o centro seja encerrado de forma permanente, daí a poucas semanas, mas até lá, é preciso que alguém continue a zelar pelo seu bom funcionamento.
Britt-Marie tem várias características muito próprias: não suporta desarrumação, acha que tudo deve ser feito de acordo com as regras e tem a certeza que tudo se limpa com uma boa dose de bicarbonato de sódio. Chegada a Borg, a vila, apercebe-se que se trata de um local de passagem, e que são poucos os residentes que ali se mantém. Só existem dois negócios abertos: uma florista e uma pizzeria, que também funciona como mercearia e estação dos correios (e ocasionalmente, encontra-se um ou outro produto "que cai de camiões").
A senhora começa o seu trabalho com uma limpeza profunda ao próprio do centro recreativo, enquanto, vai conhecendo as pessoas que ali vivem (conhece também um ratinho, a quem deixa, todos os dias, um pedaço de chocolate, num pires). Às duas por três, vê-se como responsável de um grupo de crianças que quer participar num torneio de futebol, quando, na verdade, mal sabem dar um chuto numa bola.
Até que Kent reaparece e pede que Britt regresse a casa. E o mundo que Britt-Marie está a construir ali, naquela vila quase esquecida, sente os alicerces a abanar.
Fredrik Backman tem o condão de tornar histórias banais em grandes narrativas. A vida de Britt-Marie é banal, tal como era a de Ove, mas, de repente, tudo se transforma, e pessoas perfeitamente banais, podem ser os heróis de alguém. E Britt-Marie é a heroína de muitos. Eu, pessoalmente, já gostava dela à 5.ª página lida. E sabia que algo de muito especial ia ali acontecer. O quê e como eram as minhas dúvidas. Eu ia sugerir este livro a quem gosta de "leituras leves", mas apercebi-me que, no fundo, Britt-Marie esteve aqui não é só um livro leve. Tem outras reflexões muito interessantes: o trabalho de equipa, a superação, o amor e a amizade, mas também a soberania do dinheiro, a família, o envelhecimento... Fredrik Backman trata de assuntos sérios com uma leveza que não é fácil de replicar, e ataca "com tudo" neste livro maravilhoso que aquece corações.
segunda-feira, 22 de agosto de 2022
Lido: Lugar Nenhum, de Neil Gaiman
Richard Mayhew, um jovem executivo, preparava-se para ir jantar com a noiva, Jessica, e com o patrão desta, uma importante figura londrina, que a jovem quer impressionar. Quase a chegar ao restaurante, literalmente, cai aos pés de Richard uma outra jovem, bastante ferida. Richard, para grande descontentamento de Jessica, escusa-se ao jantar, para ajudar a ferida. Volta para casa e cuida dela. Na manhã seguinte, a jovem, que se chama Door, pede a Richard que entregue um recado a um determinado Marquês de Carabas, para que a ajude a fugir. Richard acede, e quando dá por si, foi envolvido pela Londres de Baixo, um território de criaturas e personagens excêntricas e, no mínimo, caricatas. Na "sua" Londres, é como se nunca tivesse existido. A noiva ao vê-lo não o reconhece, o melhor amigo, idem... o seu apartamento foi alugado, e Richard tem de descobrir como recuperar a sua realidade.
domingo, 21 de agosto de 2022
Verões Felizes, de Zidrou e Jordi Lafebre
Eis o novo episódio da saga "vou finalmente ter o blogue atualizado... quiçá...!!!".
A coleção franco-belga de BD Verões Felizes é maravilhosa. Nada mais é do que um conjunto de histórias das férias da família Faldérault, ao longo dos anos, que, chegando o Verão, embarca na sua carrinha Renault 4L (a Menina Estérel, e ela própria uma personagem destas aventuras e desventuras), rumo ao Sul, para uns merecidos dias junto ao mar.
O grafismo é incrível (o desenho, as cores, a fluidez entre as vinhetas...), as histórias são lindas, emocionantes (sem serem lamechas!) e nostálgicas. O que é mágico em todas estas histórias é que existe sempre qualquer coisinha que nos faz ligar de forma permanente a cada uma das personagens, desde o "laissez faire" de um até à personalidade mais tímida de outro. Há para todos os gostos.
Ao ler cada história (podem ler-se saltitadas que não há problema absolutamente nenhum!!!), o meu coração batia forte a cada página virada, uma lagrimita escorria, mas logo a seguir uma gargalhada se soltava.
Não sou "especialista" em banda desenhada, mas fico mesmo muito contente por ter tido a hipótese de comprar e de ter comigo estes livros. Não creio que se possam recomendar a um público A, B ou C. Verões Felizes é para todos! Seja para ler agora, enquanto o Verão ainda cá anda, ou no Inverno quando precisamos de um bocadinho de sol num domingo à tarde chuvoso. Deixem-se levar pelos Faldérault rumo ao Sul.
domingo, 7 de agosto de 2022
Lido: Cadernos da Água, de João Reis
Cadernos da Água é diferente de tudo o que o João já escreveu. Já foi uma criança que procura uma cura para a avó, já foi um tradutor sem nome que passa dificuldades, já foi um escritor na Coreia do Sul em busca de inspiração... e agora apresenta-nos um livro distópico.
Um aparte, antes da review propriamente dia:
Estamos, nós sociedade, a passar por um momento que é muito pouco recomendável. O passado mês de julho - a semana passada, portanto, foi o mais quente dos últimos 92 anos. Houve localidades portuguesas a atingir valores de 47 graus. E este pode, perfeitamente, ser um cenário que vai repetir frequentemente nos próximos anos. O aquecimento global não é ficção. E o livro que o João Reis nos apresenta, apesar de distópico, tem momentos que me fizeram arrepiar, por serem tão plausíveis.
A ação passa-se num futuro não muito longínquo. Portugal, enquanto País, já não existe. As Guerras Meridionais são uma realidade, e além da falta de água, a nível global, existe também um vírus altamente contagioso e mortal. Grupos paramilitares fazem o que bem lhes apetece.
Vários refugiados portugueses encontram-se num país escandinavo, com grupos de outros países. As condições são dificílimas. O livro segue várias vozes, mas a mais "audível" é a de uma mãe, Sara, e da sua filha, Mariana. Ela consegue arranjar forma de escrever várias missivas ao marido que está afastado da família, na esperança que, um dia, ele consiga ler estes escritos. Nestas descrições ela fala das dificuldades sentidas no centro/campo de refugiados e da forma como são (des)tratados.
A intervalos, surgem-nos momentos de Emanuel, marido de Sara e pai de Mariana. Sabemos que ele foi forçado a trabalhar com um grupo armado e "vemos" as situações a que é submetido.
Surgem-nos também "recortes" de jornais, com notícias da guerra e da pandemia, circulares ministeriais, informações e instruções dos centros/campos de refugiados... toda uma panóplia de "peças-chave" que permitem ao leitor construir a narrativa, quase como um puzzle.
É um livro que nos deixa, no mínimo, angustiados, porque nos faz sentir aquilo que aquelas personagens sentem. Este livro é um alerta, uma chamada de atenção para os problemas reais a que muitos fazem "orelhas moucas"; como se estas coisas "comezinhas" fossem apenas um ligeiro obstáculo, um incidentezinho num plano maior...
Os cientistas são sonegados, pessoas como Greta Thunberg foram ridicularizadas - e, nós, cá vamos andando, felizes.