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sexta-feira, 19 de junho de 2020

Lido: A revolta (Hunger Games #3), de Suzanne Collins

Terminou o meu ciclo Hunger Games. Acabei esta semana, de ler, oficialmente, a trilogia original, protagonizada pela Katniss. 

Julgo que terei referido no post sobre o 2.º livro ("Em Chamas") que li o livro inicial em 2012, durante as férias, já grávida. Depois, o Henrique nasceu e durante um ano e tal praticamente não li nada. Comecei a ver os filmes, e muito recentemente, revi-os. E, por alguma razão que desconheço, os canais de cabo que passaram os filmes (sim, Fox, estou a falar contigo!!!), não chegaram a transmitir a 2.ª parte do último filme. Ou não tiveram dinheiro para o adquirir, ou então o "Tico" e o "Teco" do pessoal que manda ainda não perceberam que existe uma 2.ª parte, o que - aqui para nós - é ainda mais grave. 

Por um lado, conhecer a história cinematográfica toda, excepto o final, não é assim tão mau. Deu-me a vantagem de ler o final da autora, antes de conhecer o final do filme - continuo sem fazer ideia se é igual, parecido ou completamente diferente. 

Neste livro, assistimos ao percurso de Katniss, após ter sido retirada da arena durante o Quarteirão, pelas forças rebeldes do 13.º Distrito. Peeta é deixado para trás, e Katniss é convencida a ser o rosto da rebelião, como forma de motivar os restantes Distritos a levantarem armas contra o Presidente Snow e o Capitólio. 

A revolução começa. E o 13.º Disitrito consegue entrar no Capitólio e trazer um Peeta, muito debilitado e traumatizado pelas torturas que tem vindo a ser alvo. E Katniss tem de lidar com os seus próprios sentimentos em relação a tudo o que a rodeia: Peeta, Gale, a revolta, a exposição que não pediu, as desconfianças... não podemos esquecer que é apenas uma miúda de 17 anos que estava sossegada na vidinha dela...

Agora, obviamente existe a prequela - The Ballad of Songbirds and Snakes - que acontece 64 anos antes dos eventos da trilogia Hunger Games, e irá focar na personagem do Presidente Snow. Tenho alguma curiosidade em saber como o grande líder do Capitólio se tornou naquilo que era. 

quinta-feira, 18 de junho de 2020

Lidos para a 2.ª edição do #48hnanona

A Sofia do canal The Daily Miacis e a Faith Strange do canal com o mesmo nome voltaram a promover a iniciativa #48hnanona, um desafio que consiste em ler comics, BD's, graphic novels... o que fosse, desde que em quadradinhos.

Desta vez, apanhou os feriados de 10 e 11 de junho e, na prática, foi um desafio de 120 horas. 

Contudo, esta 2.ª edição apanhou-me um bocadinho "descalça" e sem grandes títulos para ler (mentira, tenho ainda o "Decálogo" inteiro para ler!). Mas, após uma busca cuidada às estantes, encontrei dois livros em inglês que ainda não tinha lido: Coraline e The Crow. 


Antes de continuar, uma nota prévia: raramente leio em inglês. Por pura preguiça. Tive aulas de Inglês desde os 10 anos até à faculdade e sempre fui uma das melhores na disciplina. Mas, após o fim da escola, já não tinha a "obrigação" de ler em inglês e deixei-me desmazelar. É tão mais fácil ler na nossa língua que simplesmente não me apetece... 

Fim da nota. Adiante. Tinha então diante de mim Coraline, o 6.º volume de Saga e The Crow. E foi isso que "papei" nestes dias. Li três livros, num total de 584 páginas - menos 28 do que na 1.ª edição, em 4 dias (no dia 10 não li nada). 

Sobre os livros

Coraline - a história de Neil Gaiman, aqui no desenho de P. Craig Russell, já é conhecida. Uma adolescente muda de casa com os pais. Estes, com o trabalho e outros afazeres, deixam Coraline "à solta" antes do início das aulas. A menina decide explorar a casa e os arredores, e descobre uma espécie de túnel fantástico que a transporta a uma espécie de realidade alternativa, onde existem as suas figuras parentais, mas bastante alteradas. Coraline e a sua "mãe" começam a jogar um jogo perigoso que tem como "prémio" os pais reais da menina. 
Houve alturas em que, sinceramente, me arrepiei, apesar de conhecer o enredo da história. Esta graphic novel foi adaptada do original em 2008.

The Crow - não vi o filme, protagonizado por Brandon Lee, de 1994, portanto toda a narrativa era uma incógnita para mim. Tudo o que sabia era que o filho do Bruce Lee tinha morrido, num acidente, durante as gravações. 
Então, temos Eric, um jovem, que retorna do mundo dos mortos, para se vingar dos homens que violaram e mataram a sua noiva, um ano antes. Eric procura no submundo do crime, encontra e mata cada um dos homens, em cenas de uma enorme violência gráfica. A minha maior dificuldade neste livro não foi o inglês, mas o calão. Era preciso estar com atenção para entender o calão de rua usado pelos criminosos, porque Eric, por sua vez, citava Edgar Alan Poe... um livro brutal, em vários sentidos. 

Saga, volume 6 - já nem adianta falar muito desta "soap opera" que tenho vindo a ler desde agosto do ano passado. Só lendo, pessoas, só lendo é que irão entender o porquê do fascínio.  

quarta-feira, 17 de junho de 2020

Lido: O coração dos homens, de Hugo Gonçalves

Queria muito ler Hugo Gonçalves. Sigo-o no Facebook e acho-o uma pessoa muito inteligente e coerente. O seu livro mais recente e mais conhecido explora a morte da mãe dele. Mas como me sinto, ainda, muito afetada com a morte dos meus pais, logo, estava à partida, excluído. Restavam-me as obras mais antigas. E, num belo dia de descontos da Wook, decidi comprar "O coração dos homens". 

Pelo resumo, sabia que, uma determinada Cidade tinha excluído e exilado as mulheres, sendo constituída exclusivamente por homens. Vamos seguir Ele, Mau e Grande desde a infância até à idade adulta. 

Quando os conhecemos, são três rapazinhos que nunca conheceram as respetivas mães, vivem com pais e irmãos - uns com um código moral mais elevado do que os outros, e o mesmo se aplica às regras domésticas. 
É uma sociedade atípica: sem a presença feminina, os rapazes e homens tiveram todo o espaço para dar asas aos seus instintos mais primários, como praguejar ou lutar. Chorar ou mostrar qualquer outra emoção é sinal de inferioridade e fraqueza. O pugilismo é o desporto-rei, e o símbolo máximo das proclamadas força e resistência masculinas. 

Ele, o grande protagonista desta história (poderei chamar-lhe distópica), torna-se um pugilista de referência. Um dia, sai dos limites da Cidade para uma competição e aí conhece toda uma nova realidade, onde existem mulheres livres e em pé de igualdade com os homens. 

Ele e os dois amigos declaram-se desertores, que são maltratados na sua Cidade natal e que não querem voltar. E permanecem no Estrangeiro, nome dado ao território além da Cidade. E é nesta altura que são confrontados com a sua rudeza e brutalidade. Ele, Mau e Grande só podem contar uns com os outros, para o bem e para o mal. 

Este é um livro cru e cruel. 
Não há "mimimis". 
Há descrições de violações, de grande violência física, de homicídios, de masturbação ou de consumo de drogas, só para dar alguns exemplos... se forem sensíveis a estes temas, aconselho prudência. 

Demorei algum tempo a digerir este livro, e gostava de, um dia, sentar-me com o Hugo e conversar com ele sobre algumas questões que me ficaram. Gostava de entender a linha de pensamento que ele tomou para escrever este livro. Não é um livro para toda a gente, fiquem com essa ideia em mente. 

Li esta obra para o projeto "Português é Bom" (letra "G" no mês de junho)

terça-feira, 16 de junho de 2020

Lido: A Coisa à Volta do teu Pescoço, de Chimamanda Ngozi Adichie

No ano passado, li A cor do hibisco de Chimamanda Ngozi Adichie. Um livro tremendamente bem escrito e que me deixou consciente da literatura desta autora nigeriana. 

Nestas semanas, tive a oportunidade de ler, através do Kindle, o livro A coisa à volta do teu pescoço - um conjunto de contos, com uma característica em comum: serem, na sua maioria, protagonizados por mulheres que têm de lidar com o machismo - apenas um dos contos é escrito sob a perspetiva de um homem. 

Temos mulheres na Nigéria a terem de lidar com as guerras, temos mulheres nos Estados Unidos a terem de lidar com os mandos e desmandos de homens, temos agressões, temos violência e violações, temos mulheres que choram, que sorriem, que lutam e que se impõem...

Não sou uma pessoa que leia muitos contos. Raramente o faço, aliás. E, quando percebi que este era um livro de contos, fiquei de pé atrás. Mas, depois de os ler, adorei. Qualquer um deles. Acho até que não consigo destacar um, porque gostei de todos de igual modo. 


segunda-feira, 15 de junho de 2020

Lido: Ensaio sobre o Dever (Ou a Manifestação da Vontade), de Rute Simões Ribeiro

Já passaram 15 dias desde a minha última postagem, mas quem me acompanha no Instagram sabe que não estive parada nas leituras. Desde "Desaparecer na Escuridão", já terminei mais 6 obras (sendo que 3 eram graphic novels). Um balanço positivo, portanto. E entretanto, tenho mais dois livros em mãos. 

Irei publicar as opiniões em posts separados - excepto as graphic novels que terão uma publicação única - portanto, esta semana terá textos fresquinhos com as minhas leituras mais recentes.

First things first.

Ensaio sobre o Dever (Ou a Manifestação da Vontade), de Rute Simões Ribeiro, foi o primeiro destes 6 livros terminados. Há umas semanas, segui a viva recomendação da querida Ana Lopes (canal O Sabor dos Meus Livros) e descarreguei da Amazon este livro. Ficou "em banho Maria", até que surgiu a maratona "Estações Literárias" e um dos desafios era ler um livro sugerido por um blogger/youtuber/instagramer. Lembrei-me, portanto, desta obra. 

E em boa hora o fiz. A primeira impressão é a semelhança com Ensaio sobre a Cegueira do Saramago, mas, ao invés dos cidadãos perderem a visão, é-lhes dada a escolher a manutenção de apenas um dos cinco sentidos. Ou seja, em 24 horas, todos os cidadãos do mundo tinham de escolher manter a visão, audição, paladar, tacto ou olfacto, perdendo, como consequências os restantes quatro. 

Imediatamente, o Governo de um determinado País decreta que será ele a escolher os sentidos que cada pessoa manterá, como forma de equilibrar a sociedade; contudo, o que prevalece é a vontade das pessoas e não o que havia sido decretado. 

Trata-se de uma obra muito interessante, com vários pontos de encontro com o "meu" Saramago, tais como as pinceladas de humor durante uma situação catastrófica, ou a existência de uma situação que rompe as fronteiras daquilo que consideramos normal, um Governo de um país cujo nome nos é desconhecido, a reacção da sociedade e a própria resolução do problema. 

Adorei. Foi uma leitura que me proporcionou uns tempos maravilhosos e aquele conforto interior que só sentimos quando estamos a gostar de verdade de um livro. 

Recomendadíssimo, especialmente aos fãs de José Saramago. 

Resta-me dizer que encaixei esta leitura no projeto "Chamar a Primavera", da Maria João Covas e da Maria João Diogo.