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quarta-feira, 10 de março de 2021

Preparação de março

Nos últimos dois posts apresentei as três leituras que já fiz em março, mas entretanto já desisti de uma 4.ª. O tema do clube de leitura a que pertenço - Regaleira de Livros - é "livro cujo título tenha um nome próprio". 

Há algum tempo que me sentia curiosa com o livro de Domingos Amaral "Enquanto Salazar dormia" e tudo se encaminhava nesse sentido, mas... comecei a ler e odiei logo de início. Ainda não tinha lido 10 páginas e já me parecia um livro gabarolas de um espião luso-britânico que andou a "papar" mulheres durante a II Guerra Mundial, quando estava em serviço em Portugal. 

Não estou com paciência, peço desculpa desde já ao autor. Não estou com paciência para as "façanhas" sexuais de um Don Juan com sotaque britânico e nem me dei ao trabalho de continuar a leitura que até pode ser muito interessante, admito... mas não, obrigada! Passo!

Para completar este desafio do clube de leitura, irei jogar pelo seguro e vou ler mais um volume dos Clássicos da Literatura em BD, uma coleção lançada pela parceria RTP/Levoir. 

Este mês, gostava ainda de ler o 3.º volume do Three Dark Crowns de Kendare Blake - Dois reinos negros, e ainda o livro (ebook) da autora portuguesa Carla M. Soares, Limões na Madrugada.

Mais uma vez, vou lendo à medida do que me vai apetecendo. Já há uns meses, comprei também a saga Zarco do Richard Zimler, e acho que já está na altura de retomar. Li em fevereiro de 2018 O Último Cabalista de Lisboa que começa aquilo que o autor chamou de "ciclo sefardita". Seguem-se: Meia-noite ou o Princípio do Mundo, Goa ou O Guardião da Aurora, A Sétima Porta e Os Dez Espelhos de Benjamin Zarco. Cinco livros que seguem a saga da família Zarco. Creio, por isso, que ainda vou tentar ir ao Meia-noite ou o Princípio do Mundo. 

terça-feira, 9 de março de 2021

Graphic novel e mangá lidos

 E com este post atualizo tudinho o que estava atrasado. Prometi que ia abreviar este texto, porque se tratam de dois volumes de duas séries que estou a acompanhar: Saga - volume 9 e último publicado (os autores estão numas férias antes do próximo número) e The Promised Neverland - volume 4

Comecemos por Saga. Neste momento, o volume 9 é o último disponível. Os autores dizem que a série vai a meio, e que a ideia será ter 18 volumes. Mas entretanto, já passaram dois anos desde o "hiatus" dos autores... Saga é considerada uma "space opera", uma espécie de novela espacial. É uma espécie de Guerra das Estrelas meets Romeu e Julieta no espaço. Marko e Alana são de dois planetas diferentes que se encontram numa feroz guerra, com baixas de ambos os lados. O inimaginável acontece e os dois apaixonam-se e têm uma filha, Hazel. Contudo, tornam-se foragidos, já que são perseguidos por várias facções que querem ver esta família morta. Pelo caminho, vão encontrando amigos que os protegem e inimigos que os tentam eliminar. Este 9.º volume termina de forma tão abrupta que os fãs começam a desesperar por respostas. 

The Promised Nerveland é um mangá. A história segue um grupo de crianças e o seu plano de fuga do orfanato - o Grace Field House - que habitam, depois de terem descoberto um segredo macabro. Emma, Norman e Ray são os mais velhos e aqueles que lideram o projeto de fuga. Em Portugal, esta saga começou a ser publicada em 2019 e a edição portuguesa vai no 6.º volume. 



segunda-feira, 8 de março de 2021

Mês de Março ´in da house: lidos de março e leituras previstas

Hoje já é 8 de Março e já publiquei todos os livros lidos até 28 de fevereiro. Entretanto, e como sou de uma lentidão indescritível a fazer as minhas publicações, vou tentar abreviar o que me falta escrever. 

No momento em que escrevo este texto, já li três livros: uma graphic novel, um mangá - que irei resumir num único post amanhã - e este Escrito na Água, de Paula Hawkins - a autora do famosérrimo A rapariga no comboio. 

Trata-se de um thriller de nos deixar pregados a cada página. Hawkins repete uma fórmula já bastante batida, mas que tem resultado: cada capítulo é o ponto de vista de uma personagem diferente. E há tantaaaasss... o meu início de leitura foi um bocado lento, porque existem demasiadas personagens e, às tantas, já não sabia quem era quem - juro que me deu vontade de fazer uma tabela para conseguir relacionar cada uma. 

Mas, por outro lado: os capítulo são curtinhos, o que dá um certo dinamismo à ação e facilita imenso a leitura. E como nos vamos entusiasmando, vamos virando página atrás de página até que já não nos "perdemos" com as personagens. 

Temos então Nell, que é encontrada morta; afogada no rio, mais concretamente. Rio esse que, ao longo dos anos, tem sido carrasco de várias mulheres. Aliás, muito recentemente, a jovem Katie, melhor amiga de Lena, filha de Nell, ali, havia tirado a sua própria vida. Nell vivia obececada com todas aquelas mortes e andava a escrever um livro sobre este assunto quando morreu. 

Os pontos de vista que nos são oferecidos são de Jules (a irmã de Nell), Lena (a filha), Sean (o investigador da polícia local), Helen (a sua esposa), Patrick (o pai de Sean), Erin (a polícia vinda de fora), Louise (a mãe de Katie), Josh (o irmão de Katie), Nickie (uma senhora da vila que fala com os mortos), Mark (o professor de Lena e Katie). Ocasionalmente, temos acesso a algumas páginas do livro que Nell estaria a escrever sobre "O Poço das Afogadas". 

Não havendo quaisquer pistas de homícidio, tudo aponta que Nell se tenha suicidado, mas Erin, com a vantagem de ser uma forasteira, acha que há nós que devem ser desfeitos, e vai investigando e, aos poucos, cada uma das personagens vai dando mais e mais pistas para tudo o que se tem passado na pacata vila de Beckford. Todas as personagens têm o seu peso na resolução do caso da morte de Nell. 

O mistério é muito interessante, e com o tempo vamos percebendo que quase todas as personagens têm segredos que vão sendo revelados: a ex-obesa que foi violada, os amantes, o pedófilo, o assassino que nunca foi descoberto... 

Foi uma leitura relâmpago, tal foi o entusiasmo que ganhei depois de me habituar à constante mudança de ponto de vista. Ahhh, e não vale ver as últimas páginas - eu sei que há muita gente que gosta de ler a última página "só porque sim", mas não o façam, ou levarão com um super-spoiler. 

Esta foi a leitura que concluiu a maratona Estações Literárias (categoria livro oferecido). 

domingo, 7 de março de 2021

Lidos: #24horas1livro

Durante o mês de fevereiro, decorreu mais uma edição do #24horas1livro, lançado pela Silvéria do canal The Fond Reader. A ideia é "celebrar" o mês de Fevereiro, o mais pequeno do ano, lendo os livros mais pequenitos das nossas estantes, em apenas 24 horas. 

Este ano, li três livros para este desafio:

- O Mandarim, de Eça de Queirós: somos apresentados à história de Teodoro, que embora não lhe falte nada, tem uma vida sempre sem dinheiro. Um dia, descobre a Lenda do Mandarim, que consistia em tocar a campainha em uma certa hora de forma que um mandarim morresse, deixando toda a riqueza para quem tocasse a campainha. Uma figura misteriosa faz com que Teodoro toque a compainha, e de repente tudo muda. Mas, visões do mandarim morto fazem com que Teodor tenha problemas de consciência e tente remediar todo o suposto mal que terá provocado à família do falecido. 

É um conto muito engraçado, aquele tipo de engraçado que só a literatura clássica consegue transmitir com elegância. Mais uma vez, Eça aproveita a ocasião para criticar ferozmente a sociedade hipócrita da época. Durante o tempo que Teodoro mostra a sua riqueza, não lhe faltam pessoas à sua volta, mas quando a aparência do dinheiro desaparece, tudo se desvanece. 

Esta leitura foi também incluída na lista da maratona Estações Literárias (categoria livro com menos de 200 páginas) e no projeto Inverno QB (letra Q).


 - Alice no País das Maravilhas, por David Chauvel, ilustrações de Xavier Collette e tradução por Pedro Cleto: não vale a pena estar a esmiuçar a história que já todos conhecem. Este livro faz parte da coleção Clássicos da Literatura em BD lançada pela RTP e pela Levoir. Não gostei por aí além da adaptação que foi feita, mas as ilustrações são lindíssimas.


 - Saga, volume Oito, de Brian K. Vaughan e ilustrações de Fiona Staples: não vou falar do enredo desta série, porque sendo este o 8.º volume, há muita história por trás. Mas, a cada volume tenho dado 5 estrelas... just saying!

sábado, 6 de março de 2021

Lido: Adolfo Kaminsky: O Falsificador, de Sarah Kaminsky

Sarah Kaminsky, filha de Adolfo, é a autora da história de vida do pai. Imediatamente no início, ela explica que irá escrever na primeira pessoa, sob o ponto de vista do pai, porque, após os meses de entrevista com o próprio, foi a melhor forma encontrada para transmitir, fielmente, as aventuras e desventuras de um rapaz judeu russo, com nacionalidade argentina, a viver em França na II Guerra Mundial. 

Adolfo desde cedo mostrou interesse pela química, e pouco mais era que adolescente quando começou a trabalhar numa tinturaria, onde aprendeu os fundamentos dos produtos ali utilizados. Mal ele sabia que essa aptidão iria ser fundamental no seu futuro. Aos 17 anos, por ser de uma família judia, foi deportado para o infame campo de concentração temporário na cidade de Drancy, a poucos quilómetros a norte de Paris. Felizmente que os passaportes argentinos da família, os salvaram de nova deportação e foram libertados. 

Ainda muito jovem começou a trabalhar com a Resistência francesa, a fazer falsificações de todo o género de documentos e tornou-se um dos mais reputados falsificadores da rede. Após a Guerra, Adolfo voltou à clandestinidade e trabalhou com a resistência antifranquista, com resistente gregos contra a ditadura dos coronéis, com antissalazaristas em Portugal, com a Frente Nacional de Libertação da Argélia, com objetores de consciência norte-americanos durante a Guerra do Vietname, com vários movimentos de esquerda na América do Sul e com diversos movimentos independentistas africanos. 

Em todos estes anos, para garantir a sua total independência para aceitar ou recusar trabalhos, consoante concordasse ou não com a luta em questão, Kaminsky nunca recebeu qualquer pagamento. 

Gostei mesmo muito deste livro. A primeira vez que ouvi falar dele, fiquei imediatamente conquistada pela história e não descansei enquanto não o comprei. E foi, digo já, sem dúvida, uma excelente compra. Gostei da forma fluída como foi descrita a vida deste homem que dedicou a sua vida a salvar vidas. A sua independência permitiu-lhe escolher as causas que abraçava, de forma a não comprometer os seus ideais de liberdade e dignidade. 

Incluí esta leitura na minha lista da maratona Estações Literárias, na categoria de livro publicado em 2020. 

sexta-feira, 5 de março de 2021

Lido: A Boneca de Kokoschka, de Afonso Cruz

Ainda não li muito de Afonso Cruz, mas o que li até agora, agradou-me. A Boneca de Kokoschka é para ser lido devagar, porque corre-se o risco de perder o comboio. Afonso Cruz divaga um bocadinho - não quer dizer que sejam divagações lunáticas - mas é fácil cairmos na tentação de pensar "onde é que ele quer chegar?". 

Apesar do título, A Boneca de Kokoschka, este é só um pormenor, um link num encadeamento maior de acontecimentos que, por acaso, têm a história do pintor Oskar Kokoschka como pano de fundo. Em 1912, o pintor apaixona-se por Alma Mahler e, juntos, vivem um grande amor. Cinco anos depois, Alma declara que já não quer nada com ele, e separam-se. Em 1918, Kokoschka encomenda uma boneca igual a Alma, que acaba por destruir durante uma festa. Estes são os factos reais. 

E como irá este tétrico episódio unir as pontas de uma história que tem início em Dresden pouco antes desta cidade ser bombardeada, durante a II Guerra Mundial? Isaac é uma criança judia que vê o seu melhor amigo ser morto - evento este que irá marcar toda a sua vida. Foge e esconde-se num abrigo da loja de animais de Bonifaz Vogel. Durante muito tempo, Isaac permanece lá, sendo apenas uma voz na vida de Vogel que desconhece por completo a existência daquele esconderijo. Em fevereiro de 1945, a cidade é bombardeada pelos Aliados. Após o ataque, um surpreendido Vogel vê Isaac sair do esconderijo e fogem. Pelo caminho, encontram Tsilia, outra sobrevivente, e permanecem os três juntos. 

Anos mais tarde, Isaac já um homem, e dono de uma editora, conhece uma estranha figura que lhe propõe publicar aquele que será o seu último livro. E é aí que o mistério se adensa e que Afonso Cruz começa a desenhar uma teia de pessoas e eventos que culminam num emaranhado que não parece ter fim, como por exemplo, a da mulher que se apaixona pelo sobrinho sem saber dos laços de parentesco.  

Não é um livro simples de ler. Aliás, foi por isso que, logo no início, referi que é um livro para ler devagar. A primeira parte do livro, quando conhecemos Isaac, é quase fácil demais, mas à medida que vamos lendo, a complexidade vai aumentando. É um bom livro, que aconselho. 

Incluí este livro nas listas da maratona Estações Literárias (categoria: livro que se passe no Inverno - este tem início, talvez, semanas antes dos bombardeamentos a Dresden que ocorreram no mês de fevereiro, portanto, Inverno) e do projeto Inverno QB (letra B). 

quinta-feira, 4 de março de 2021

Lido: Os Judeus do Papa, de Gordon Thomas

A minha última leitura de 2020 foi A Filha do Papa, de Luís Miguel Rocha. O livro girava em torno de Pio XII e de uma relação amorosa que o Papa teria mantido com a Irmã Pascalina, sua secretária e governanta. Dessa relação teria nascido uma filha. Além desse escândalo, a sua contenção pública acerca da questão judaica durante a II Guerra Mundial tê-lo-iam considerado não apto a um processo de beatificação. Mas este livro não passava de especulação literária. 

Na mesma linha, tinha cá em casa há bastante mais tempo, este livro Os Judeus do Papa, do autor galês Gordon Thomas. Nesta obra de não ficção, o autor explora todas as iniciativas do Vaticano para proteger os refugiados judeus e soldados aliados, bem como os judeus da comunidade de Roma.


Pio XII, além de dar ordem para que todas as Igrejas e conventos dessem asilo a refugiados, chegou várias vezes a ajudar a comunidade judaica com dinheiro. Dinheiro esse que havia sido exigido pelos nazis. A residência de Verão do Papa também acolheu refugiados. Paralelamente, envidou esforços para, pelas vias diplomáticas, evitar a deportação de judeus romanos e garantir a paz política na Europa.

Quando, em 1943, as forças nazis invadiram Roma, o Papa abriu a Santa Sé aos refugiados, e concedeu a cidadania do Vaticano a entre 800 mil e 1,5 milhão de pessoas (números estimados). E durante anos, várias centenas de padres, bispos e cardeais católicos empenharam-se em esconder inúmeras vidas judias. 

Uma ressalva importante: este livro foi publicado em 2012, e baseou-se em entrevistas, registos de diários, fotografias e outros documentos históricos, dado que os arquivos do Vaticano sobre esta época só no ano passado (em março de 2020) foram liberados. Agora, os investigadores terão acesso sem limitações a estes documentos. 

Apesar de todos os esforços do Vaticano, Pio XII não se "livrou" de ser conhecido como "O Papa de Hitler" devido ao facto de nunca ter condenado pública e inequivocamente as deportações e os homícidios em massa perpretados pelo Terceiro Reich. Os seus apoiantes defendem que o seu silêncio foi útil para salvar vidas humanas. Os seus detratores acusam-no de ser conivente com o regime nazi e ser anti-semita.

Na data de hoje, é um livro que poderá estar desatualizado, contudo é uma leitura interessantíssima para quem gostar de História, com especial enfoque na II Guerra Mundial, e em jogos diplomáticos de bastidores. 

Esta leitura foi incluída nas listas da maratona Estações Literárias (categoria não ficção) e do projeto Inverno QB (letra O). 

quarta-feira, 3 de março de 2021

Lido: Vai e põe uma sentinela, de Harper Lee

Já passaram quase 3 semanas desde a última vez que partilhei convosco as minhas leituras. Eu sei que esta minha "mania" de ir deixando o tempo passar não é bom para o negócio, mas, isto é um hobby, convenhamos. Nestas semanas, já li imenso, já vi séries, já aprendi a fazer subtrações tal como o meu filho está a aprender (e que é diferente do que fazíamos antes) e, mais importante, já terminei a minha participação nos projetos a que me propus: a maratona Estações Literárias, o projeto Inverno QB e o #24horas1livro. Nada mau!

Comprei há um par de anos o livro Vai e Põe uma Sentinela, de Harper Lee. Usei uns descontos da Wook e comprei-o em conjunto com o Mataram a Cotovia, da mesma autora (que li no final de 2018, como poderão ver aqui). 

Mataram a Cotovia é narrado por Jean Louise Finch, mais conhecida por Scout, enquanto adulta, e situa-se, anos antes, nos anos 30, numa cidade fictícia no Alabama. Ao longo da narrativa, vamos assistindo ao crescimento pessoal e moral de Scout e do irmão Jem, bem como aos conflitos próprios de uma cidade sulista. É que Atticus, o pai das crianças, é advogado e vê-se envolvido num caso que envolve um rapaz negro e uma rapariga branca. 

Vai e põe um sentinela foi recentemente publicado, depois do seu manuscrito ter sido encontrado quase que por um acaso, apesar de ter sido escrito nos anos 50. Se por um lado, parece uma sequela de Mataram a Cotovia, por outro lado, foi escrito alguns anos antes, o que faz dele, um rascunho da obra que valeu o Pullitzer a Harper Lee. 

Aqui, temos uma Scout adulta, com 26 anos, que volta a Maycomb, para visitar o seu velho pai. Atticus, já idoso, e com vários problemas de saúde. Estamos nos anos 50, e os Estados Unidos vêem-se a braços com a discussão em torno de questões raciais que dividem, profundamente, a sociedade. 

Scout vive em Nova Iorque há algum tempo, e começa a ver com outros olhos aquela comunidade em que cresceu e a colocar em perspetiva tudo aquilo que sabia - ou pensava saber - sobre os amigos e a família. 

Nota-se que este era um livro em crescimento. A escrita empolgante e limpa de Lee está lá, mas faltava um bocadinho mais para ser um livro tão genial como o seu sucessor. Faltava um bocadinho mais para nos dar aquele sentimento reconfortante de encerramento - após descobrir que o pai afinal não é um super-herói intocável como o desenhava, após regressar a Nova Iorque, como iria Scout viver com essa mudança?

Foi uma leitura bastante rápida, feita em pouco mais de 24 horas, porque, efetivamente, a maior parte destas personagens já eram "velhas conhecidas", e ler Vai e põe uma sentinela foi como desfolhar um álbum de fotografias antigas de família. 

Se estão na dúvida acerca de ler ou não este livro, leiam-no logo depois de Mataram a Cotovia (se ainda não o fizeram). Façam essa transição sem grandes intervalos, para depois não ficarem com a ideia que soube a pouco. Não aconselho a que leiam antes, porque há revelações de Mataram a Cotovia, neste livro. 

Vai e põe uma sentinela foi lido para a maratona Estações Literárias (categoria "livro cujo título componha a palavra NEVE") e para o clube de leitura Regaleira de Livros, a que pertenço, cujo tema era "livro cujo título contenha um número" (neste caso era "uma").