tag:blogger.com,1999:blog-87547476381090110522024-03-06T02:23:07.718+00:00Capa Mole & CompanhiaLeio desde que me lembro de mim como gente. E comecei a escrever em blogues há mais de 11 anos. Porque não juntar estes dois amores num único espaço? Aqui, só cabe aquilo que gosto... conheçam as minhas escolhas!Cristinahttp://www.blogger.com/profile/06308537715598989213noreply@blogger.comBlogger787125tag:blogger.com,1999:blog-8754747638109011052.post-42272050713130941802023-06-19T20:00:00.000+01:002023-06-19T20:00:00.137+01:00Feira do Livro de Lisboa 2023Mais um ano sem trazer um autógrafo do João Tordo. Acho que vou começar a qualificar assim os anos de FLL... (ideia a considerar, Cristina Maria, assenta aí na agenda!) <div><br></div><div>Este foi o ano em que mais comprámos, sem dúvida. O Henrique está a crescer, continua a adorar ler e compra tudo por impulso. Dez anos, como não os adorar?! 🙄</div><div><br></div><div>A colheita de 2023 foi esta. Curiosos com algum deles?! </div><div><br></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi4LdgknI3qTk1neNIYerSYCdyabwyc1JlG0Kjg8kxzQuRMZyfRLr-zM2GmmDmaNF0x3IFt7gbmLhYm3oBqIx23wESQdQ4g7PMjwuI3U9zt5OUVeZ7ivAWFygn8M4d66ZUHuFfqgj1sc9WQhvqODN23vmkDWlu2kisZsGnqZbzqSiaXW8kMsON1msnF" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;">
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</div><br></div><div><div><div><br></div></div></div>Cristinahttp://www.blogger.com/profile/06308537715598989213noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8754747638109011052.post-43320805914314957002023-06-17T10:00:00.000+01:002023-06-17T10:00:00.148+01:00Leitura em cursoNão vamos entrar em loucuras e achar que agora vou publicar com frequência. Combinado? Sucede que tive uns dias de férias, deu para me orientar, instalei a aplicação do Blogger e agendei posts. É o melhor que tenho para vos oferecer de momento.<div><br></div><div>Há uns tempos (e quem diz "há uns tempos" diz, quiçá, uns 2 anos), o meu irmão comprou 2 livros da Sarah J. Maas. Como a vidinha dele também não é um oceano de tempo livre, emprestou-mos. Ainda residem cá em casa, mas não estão esquecidos... O Trono de Vidro e A Coroa da Meia Noite eram os seus nomes. Li-os numa penada, porque, tal como escrevi no Instagram, há dias em que uma pessoa só quer ler qualquer coisa que vá para além daquilo que nós conhecemos e um livro de fantasia em que pessoas lançam raios de magia pelos olhos ou pelas pontas dos dedos, por mim, está OK.</div><div><br></div><div>Recentemente, uma das meninas da nossa comunidade (a Jsy) colocou este livro à venda. Tenho para mim que ela mal tinha carregado no "enter" e já eu estava a perguntar se ainda estava disponível. O baby veio cá para casa e, depois de dois livros daqueles que dão nós no cérebro e no estômago, era mesmo isto que me apetecia.</div><div><br></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEinfEM7rTpmaebe_BYEXP6EB-7tj8WDw_7nS32v3WKle4oYbfNSSd-MNm8q_7fmEpHKw7Yf4IvR7Q1Kdboafkog2NQFyp6F6fBsnGC1CkXDzK5gY4hzCjeLSZ5A97TBvG8JYy3O1dB3Fvcc1MREFZo-m3O0UtEGTRMMBfwMwqulZ8fjc0u1TKpTn3vR" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;">
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</div><br></div>Cristinahttp://www.blogger.com/profile/06308537715598989213noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8754747638109011052.post-24869411424032363602023-06-15T20:32:00.001+01:002023-06-15T20:35:00.781+01:00Houston, temos um problema Aliás, eu tenho um problema... - não vamos chatear Houston com questões menores, sim?<div><br></div><div>Já estão carecas - todas aquelas 3 pessoas que ainda se dão ao trabalho de abrir os meus (cada vez mais raros) posts - de saber que comecei a trabalhar a full time e horário completo e Whiskas saquetas...</div><div><br></div><div>Mas, ainda assim, consegui ler até ao dia de hoje (15 de Junho) a bonita quantidade de 18 livros. No início do ano, tinha-me proposto a ler um livro por mês, mas dei por mim a conseguir organizar-me e a ler um pouco mais do que, muito honestamente, inicialmente previa.</div><div><br></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhb15tjBwYAF9qVUYGDxMiDF-U7Q4gWTLIt6cu0Gznad-U2ULG3fKEGeYZwj7PFVsJDejkA77GC70cZT0GS7pdBlKFvWMoDNWSkuyYKZJmXlfznK4Kl_2-0sG8pO-kltZIWEburzOE7Qug2fz5NEeFO2KTFaX0_nGVDdVNA_WIwaD2PO2ObsugpEW_M" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;">
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</div>Já li autores portugueses, já li autores estrangeiros, já li BD, já li infanto-juvenis, já li dramalhões, já li fantasia, já li livros de casos reais, já li prémios Nobel e Pulitzer, já li 5 estrelas e 3 estrelas. Estou bastante satisfeita com o meu primeiro semestre. </div><div><br></div><div>Well done, Cristina (que faz o gesto de pancadinha nas costas em jeito de concordância!)</div><div><br></div><div>Não vos vou chatear com a minha falta de tempo para resenhas, mas fiquem-se com estas sugestões de alguns dos livros que achei realmente muito bons: Balada para Sophie (Filipe Melo e Juan Cavia), Os Rapazes de Nickel (Colson Whitehead), Furriel não é nome de Pai (Catarina Gomes) e O Acontecimento (Annie Ernaux). Sabem porque os recomendo? FIZERAM-ME CHORAR, os safados. E nos dias que correm, essa é a minha base de referência. </div>Cristinahttp://www.blogger.com/profile/06308537715598989213noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8754747638109011052.post-36458743442292744862023-01-07T19:59:00.006+00:002023-01-07T19:59:43.616+00:00Ano novo, vida nova?<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdeFGf6i765UQ5dBOPWUPiBga2jnSHKZ-hq_cFDfzSZV3x7FAd46SlTvNG7peSZT0RD-eZSx62gMG6J51n4W5RyUp7yr7QO8LC5e3ZeL_bf4WnH9tIcAooyW-EVlAdIK9eYd9F6yED3XRN0OUVqYSQAjZ4CPzp0t7jTZt7ov2MQn7k3Yi9Fsifcx5n/s497/a%20ler.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="497" data-original-width="300" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdeFGf6i765UQ5dBOPWUPiBga2jnSHKZ-hq_cFDfzSZV3x7FAd46SlTvNG7peSZT0RD-eZSx62gMG6J51n4W5RyUp7yr7QO8LC5e3ZeL_bf4WnH9tIcAooyW-EVlAdIK9eYd9F6yED3XRN0OUVqYSQAjZ4CPzp0t7jTZt7ov2MQn7k3Yi9Fsifcx5n/w241-h400/a%20ler.png" width="241" /></a></div>Começo bem o ano, sim senhora. A rever os livros que terminei antes de 2022 terminar. Nada de especial. Tenho a ideia que comecei a ler mais livros do que aqueles que efetivamente terminei. <p></p><p>Depois do "apanhado" feito no início de dezembro, terminei... (rufos de tambores, por favor)... dois livros. UAUUUU!!! Trouxe da biblioteca municipal "Leviathan" de Paul Auster e "O gato de Uppsala", de Cristina Carvalho. Com estas duas leituras, completei 51 livros em 2022 (menos 9 do que me tinha proposto). </p><p>"Leviathan" foi mais um livro de 5 estrelas. Li Paul Auster pela 1.ª vez em 2022 e facilmente se tornou um dos meus favoritos. O escritor Peter Aaron lê a notícia da morte de um homem, numa explosão, dias antes, na berma de uma estrada. Apesar das autoridades não saberem de quem se trata, e terem iniciado as investigações, Peter sabe que o homem é Benjamin Sachs, o seu melhor amigo. O que o levou a este ato? Viajamos através das memórias de Peter, numa narrativa brutal e brilhante, que vai escrevendo tudo o que sabe e ouviu sobre Sachs, sabendo que estas páginas irão ser certamente entregues às autoridades. </p><p>De Cristina Carvalho já tinha ouvido falar há muito, mas ainda não tinha tido a oportunidade de a conhecer. "O gato de Uppsala" é uma história fofinha. Daquele tipo de livros que tanto pode ser lido por um adulto ou um jovem. Um livro que não envergonha ninguém. Elvis e Agnetta são dois jovens que se apaixonam e casam. Decidem cumprir um dos seus grandes sonhos e ver de perto o navio Vasa, o maior e mais belo barco alguma vez construído. Empreendem a viagem - a pé - entre Uppsala e Estocolmo, acompanhados do seu gato. E é esse gato que, acreditem ou não, lhes vai salvar a vida. </p><p>(estupidamente, esqueci-me de tirar fotos das capas)</p><p>Entretanto, tenho vários livros em mãos e que vou lendo conforme vou conseguindo. Começando pelo mais "antigo":</p><p>- "Meia Noite ou o Princípio do Mundo", de Richard Zimler: estamos no século XIX, e seguimos John Zarco Stewart, filho de uma judia portuguesa e de um escocês. Depois de descobrir segredos de família, John tenta redimir pecados cometidos, numa viagem que o levará do Porto até aos Estados Unidos da América. Estou quase quase a terminar (comecei a ler este livro, creio que, no Verão), e de uma coisa tenho a certeza: Zimler não desilude. É outro livro incrível. Estou a gostar bastante. O "problema" é que estou a lê-lo na aplicação da Wook que não é a coisa mais incrível da História. </p><p> - em meados de novembro, comecei a ler o 6.º livro da saga The Witcher, "A Torre da Andorinha". Ainda há pouco ultrapassei a primeira centena de páginas, mas está a ser interessante. Mais focado em Ciri que é, de longe, das personagens mais interessantes da série.</p><p>- em novembro, também comecei a ler "O Livreiro de Paris", de Nina George. O tema do mês do clube do livro "Regaleira de Livros" era "um livro sobre livros", e escolhi este. Escusado será dizer que ainda não terminei. Está a corresponder ao que pensava que seria, com várias referências a autores e livros, alguns dos quais nunca tinha ouvido falar. </p><p>Entretanto, e porque a vida é todo um circo de aventuras e desventuras, apontei que leria 12 livros no ano inteiro. Nivelar as expetativas bem por baixo e fazer uma festa no final de 2023 se ultrapassar estes valores é o meu lema deste ano. <br /></p><p>Pronto, e é isto. </p>Cristinahttp://www.blogger.com/profile/06308537715598989213noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8754747638109011052.post-20824746104781243562022-12-08T19:13:00.002+00:002022-12-12T13:29:06.064+00:004 meses de leituras resumidas num post... <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjm2E9Czj8-PN5Hw8ofswkuXnrVuWpwizddZ7y8UtFdIE8qesluJKYM-HL3LxvZdzxDLXjUuXZrof2UcbhEn7joIj3Ckr83Q9UriYIUWmqABF0eTHfu186JSKbRAnNCGnP6bt2-RkUJrhPIjHPeW8uODU2f5FRa38LJthqSt0jtTIMBgyYROflaL4M6/s609/goodreads.png" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="507" data-original-width="609" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjm2E9Czj8-PN5Hw8ofswkuXnrVuWpwizddZ7y8UtFdIE8qesluJKYM-HL3LxvZdzxDLXjUuXZrof2UcbhEn7joIj3Ckr83Q9UriYIUWmqABF0eTHfu186JSKbRAnNCGnP6bt2-RkUJrhPIjHPeW8uODU2f5FRa38LJthqSt0jtTIMBgyYROflaL4M6/w320-h266/goodreads.png" width="320" /></a></div>Nos últimos anos, tenho tido uma vida bastante privilegiada: trabalhava a partir de casa, com horários super-flexíveis. Toda essa facilidade, permitia-me ter tempo para ler e ver séries. Contudo, desde meados de agosto que passei a ter uma rotina de "ir para o trabalho", e um horário a cumprir diariamente. <div><br /></div><div>As leituras ressentiram-se. O cansaço tem vindo a acumular-se e dou por mim sem ter tempo para muito. O blogue passou para uma posição muito lá em baixo na minha lista de prioridades. Ao abrir, hoje, oDe Blogger, apercebi-me que tinha em rascunho, dois inícios de textos, que não cheguei a terminar, de livros que trouxe da biblioteca "Loucuras de Brooklyn" de Paul Auster, e "História de um canalha" de Julia Navarro. Nesta altura, já só me lembro de fiapos de cada um deles. Nem me arrisco a fazer resumos. Vou só enumerar os livros que li desde agosto e dizer as notas que dei... </div><div><br /></div><div>- As loucuras de Brooklyn, de Paul Auster - 4 estrelas</div><div>- O homem que morreu duas vezes, de Richard Osman - 5 estrelas</div><div>- História de um canalha, de Julia Navarro - 4 estrelas</div><div>- Dentes de Rato, de Agustina Bessa-Luís - 4 estrelas</div><div>- Felicidade, de João Tordo - 4 estrelas</div><div>- O olhar do Açor, de Sandra Carvalho - 4 estrelas</div><div>- Doida não e não!, de Manuela Gonzaga - 4 estrelas</div><div>- Pyongyang - Uma viagem à Coreia do Norte, de Guy Delisle - 4 estrelas</div><div>- A minha avó pede desculpa, de Fredrik Backman - 5 estrelas</div><div>- Perto de casa, de Cara Hunter - 5 estrelas</div><div>- Águas Passadas, de João Tordo - 5 estrelas</div><div>- Depois de partires, de Maggie O'Farrell - 4 estrelas</div><div>- Vox, de Christina Dalcher - 4 estrelas</div><div>- Armazém Central, de Loisel & Tripp - 4 estrelas</div><div><br /></div><div>Este ano, já tinha editado de 80 para 60 as leituras que pensei realizar; e, ainda assim, vou falar miseravelmente. E está tudo bem. Do que sinto verdadeiramente falta, nem é tanto de "bater" os meus "recordes" em leituras feitas... é de tudo o resto que isso me trazia: estar mais tempo com as pessoas que são aficionadas das leituras, ter mais tempo para pesquisar sobre as novidades, ter mais tempo para o blogue e para a página de Instagram. Chego tão cansada que, praticamente todos os dias, caio na cama antes das 11 da noite. </div><div><br />E os fins-de-semana têm sido a fazer tudo o que não consigo durante a semana. Como todas as pessoas normais. Ainda estou a entrar no ritmo. Ainda estou a tentar descobrir como ganhar tempo. Hei-de lá chegar. Não hoje, nem amanhã, nem até ao fim do ano. Mas vou descobrir. </div>Cristinahttp://www.blogger.com/profile/06308537715598989213noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8754747638109011052.post-91123177946387760052022-08-24T11:00:00.001+01:002022-08-24T11:00:00.183+01:00Lido: Viúva de Ferro, de Xiran Jay Zhao <p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAw6BPa9dFK0cr3d5hvLCn6zMgko-xD-Lv9UWlLg0Ufc7QGHgH4x63vVFr6jj4FAEcDigITUaltEXT5uCVujeT10AcSoaC8ujoHMDoRTv5HBXadvUWmawzpV1t5p757TFe5bNuADgWXsujx8nLkaUs_GngK2DnYsR-8Uwf3_Yp5ce4zlNnt2YZPF-w/s575/Viuva_de_Ferro.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="575" data-original-width="400" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAw6BPa9dFK0cr3d5hvLCn6zMgko-xD-Lv9UWlLg0Ufc7QGHgH4x63vVFr6jj4FAEcDigITUaltEXT5uCVujeT10AcSoaC8ujoHMDoRTv5HBXadvUWmawzpV1t5p757TFe5bNuADgWXsujx8nLkaUs_GngK2DnYsR-8Uwf3_Yp5ce4zlNnt2YZPF-w/w279-h400/Viuva_de_Ferro.jpg" width="279" /></a></div>A culpa é da capa. Sabia vagamente o enredo do livro, mas, neste caso específico, fui conquistada pela capa espetacular deste livro. Viúva de Ferro é uma edição da Saída de Emergência e passa-se em Huaxia (soube mais tarde que este nome era utilizado na literatura chinesa histórica como representação da China e da sua civilização). <p></p><p>O território está em guerra com os Hunduns, de quem sabemos muito pouco. As fronteiras são defendidas por máquinas de guerra gigantes, que se movem por causa da simbiose da energia vital do piloto e da sua concubina. As mulheres morrem em quase todos os combates, dado que a sua energia é totalmente consumida em batalha. A maior honra para uma jovem é servir e morrer pelo seu país. </p><p>A irmã de Zetian foi uma delas: uma das concubinas mortas. E Zetian - a nossa heroína - só pensa na vingança e em como a alcançar. Oferece-se como voluntária e nos testes é eleita como consorte de Yang Guang, o piloto-estrela, o homem que matou a irmã... </p><p>Durante a batalha, há uma reviravolta inesperada, e Zetian recebe o título de Viúva de Ferro. Mas as suas atitudes, levam a que seja emparelhada com o mais volátil dos pilotos. Um criminoso que matou a família, de seu nome Li Shimin. </p><p>A parceria dos dois é, no mínimo, inesperada e bem sucedida, mas, a sociedade chinesa não está preparada para que as mulheres se imponham, nem mesmo em circunstâncias especiais como aquelas que se vivem naquele momento. </p><p>A narrativa é interessante e a mistura entre elementos da própria História da China com elementos de ficção científica está muito bem conseguida (Zetian, por exemplo, aqui é uma jovem de uma família humilde, mas, na realidade, foi a 1.ª Imperatriz chinesa). Entreteve-me e fez com que quisesse chegar ao fim da leitura, mas, de tempos a tempos, sentia que aquele livro não era para mim. É um young-adult, mais "young" e menos "adult" para meu gosto. Pareceu-me que certos momentos podiam ter ido um pouco mais além, terem sido mais e melhor explorados, mas que ficou um pouco pela rama. Isto não quer dizer que não vá ler a continuação; talvez haja algumas respostas no 2.º volume, que, se espera, para março de 2023. </p>Cristinahttp://www.blogger.com/profile/06308537715598989213noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8754747638109011052.post-73390993651417299662022-08-23T11:00:00.001+01:002022-08-23T11:00:00.178+01:00Lido: Britt-Marie esteve aqui, de Fredrik Backman <p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPgb4QmEXqUHiPyGSQsLtzZB9lnK14oP3Q-C60Xdcqh4OkH5FxbyL8IbJM8B1LD4Dcc69F2blpROgFx6EVjbOXTH2EQ7MTVt7UB5tnbIsIOe3cj2F53zCll-RZT7nEzUbvFcltlmocI8RZXpL7SOzXeJrgnieP865LB7eePDZh2fPnEfnbHZKUZ6uu/s1875/300300191_785247199337278_924902896664351000_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1875" data-original-width="1500" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPgb4QmEXqUHiPyGSQsLtzZB9lnK14oP3Q-C60Xdcqh4OkH5FxbyL8IbJM8B1LD4Dcc69F2blpROgFx6EVjbOXTH2EQ7MTVt7UB5tnbIsIOe3cj2F53zCll-RZT7nEzUbvFcltlmocI8RZXpL7SOzXeJrgnieP865LB7eePDZh2fPnEfnbHZKUZ6uu/w320-h400/300300191_785247199337278_924902896664351000_n.jpg" width="320" /></a></div>Depois de Ove, Fredrik Backman "oferece-nos" Britt-Marie. Britt-Marie é uma mulher de meia idade que acaba de se separar do marido, Kent. Casada há décadas, descobre que o marido a trai, e resolve deixá-lo. Mas Britt-Marie nunca fez nada na vida além de cuidar dos outros, especialmente do marido. Inscreve-se num centro de emprego, e é previsto que espere. <p></p><p>Mas Britt-Marie não sabe esperar e, todos os dias, telefona para o centro para saber se já apareceu alguma oferta. Até que, poucos dias depois, realmente aparece algo: uma vaga para supervisionar, temporariamente, um centro recreativo de uma vila quase deserta. Está previsto que o centro seja encerrado de forma permanente, daí a poucas semanas, mas até lá, é preciso que alguém continue a zelar pelo seu bom funcionamento. </p><p>Britt-Marie tem várias características muito próprias: não suporta desarrumação, acha que tudo deve ser feito de acordo com as regras e tem a certeza que tudo se limpa com uma boa dose de bicarbonato de sódio. Chegada a Borg, a vila, apercebe-se que se trata de um local de passagem, e que são poucos os residentes que ali se mantém. Só existem dois negócios abertos: uma florista e uma pizzeria, que também funciona como mercearia e estação dos correios (e ocasionalmente, encontra-se um ou outro produto "que cai de camiões"). </p><p>A senhora começa o seu trabalho com uma limpeza profunda ao próprio do centro recreativo, enquanto, vai conhecendo as pessoas que ali vivem (conhece também um ratinho, a quem deixa, todos os dias, um pedaço de chocolate, num pires). Às duas por três, vê-se como responsável de um grupo de crianças que quer participar num torneio de futebol, quando, na verdade, mal sabem dar um chuto numa bola. </p><p>Até que Kent reaparece e pede que Britt regresse a casa. E o mundo que Britt-Marie está a construir ali, naquela vila quase esquecida, sente os alicerces a abanar. </p><p>Fredrik Backman tem o condão de tornar histórias banais em grandes narrativas. A vida de Britt-Marie é banal, tal como era a de Ove, mas, de repente, tudo se transforma, e pessoas perfeitamente banais, podem ser os heróis de alguém. E Britt-Marie é a heroína de muitos. Eu, pessoalmente, já gostava dela à 5.ª página lida. E sabia que algo de muito especial ia ali acontecer. O quê e como eram as minhas dúvidas. Eu ia sugerir este livro a quem gosta de "leituras leves", mas apercebi-me que, no fundo, Britt-Marie esteve aqui não é só um livro leve. Tem outras reflexões muito interessantes: o trabalho de equipa, a superação, o amor e a amizade, mas também a soberania do dinheiro, a família, o envelhecimento... Fredrik Backman trata de assuntos sérios com uma leveza que não é fácil de replicar, e ataca "com tudo" neste livro maravilhoso que aquece corações. </p>Cristinahttp://www.blogger.com/profile/06308537715598989213noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8754747638109011052.post-83379574464514385402022-08-22T11:00:00.001+01:002022-08-22T11:00:00.159+01:00Lido: Lugar Nenhum, de Neil Gaiman<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBKmzv1tvkvfHhaLNkyaVr-L2kp4C-VepnOdx74fStXY4sHcnEk_03CHa3fybXg9Wupun3pt04UpOrSTcfacEIaLZeYOp559EGT-kJMvQhfiu4fym1nhrIsiosgxCIsCp8G80YwjOs6pcYAKn45eu74lzNCfS-ayw2PwvZ2eBmaULSqAnFJ0mLoIj7/s2000/299902058_764890268064123_7911544062130123697_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2000" data-original-width="1500" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBKmzv1tvkvfHhaLNkyaVr-L2kp4C-VepnOdx74fStXY4sHcnEk_03CHa3fybXg9Wupun3pt04UpOrSTcfacEIaLZeYOp559EGT-kJMvQhfiu4fym1nhrIsiosgxCIsCp8G80YwjOs6pcYAKn45eu74lzNCfS-ayw2PwvZ2eBmaULSqAnFJ0mLoIj7/w300-h400/299902058_764890268064123_7911544062130123697_n.jpg" width="300" /></a></div>Há umas semanas (hahahaha... quase vos enganava, foi há 3 meses)... comprei o livro "Lugar Nenhum" de Neil Gaiman. Já temos alguns livros dele, e este ainda não. Edição Saída de Emergência, com data de fevereiro de 2022... dizia ainda que se tratava de uma edição atualizada, com uma introdução e um conto inédito de Gaiman. Na minha mente só pensava numa "win-win situation". Comecei a ler, mas tudo me soava a familiar. Mas como, senhores, se nunca tal livro me havia passado pelas mãos? Explicarei mais à frente... <br /><br />Richard Mayhew, um jovem executivo, preparava-se para ir jantar com a noiva, Jessica, e com o patrão desta, uma importante figura londrina, que a jovem quer impressionar. Quase a chegar ao restaurante, literalmente, cai aos pés de Richard uma outra jovem, bastante ferida. Richard, para grande descontentamento de Jessica, escusa-se ao jantar, para ajudar a ferida. Volta para casa e cuida dela. Na manhã seguinte, a jovem, que se chama Door, pede a Richard que entregue um recado a um determinado Marquês de Carabas, para que a ajude a fugir. Richard acede, e quando dá por si, foi envolvido pela Londres de Baixo, um território de criaturas e personagens excêntricas e, no mínimo, caricatas. Na "sua" Londres, é como se nunca tivesse existido. A noiva ao vê-lo não o reconhece, o melhor amigo, idem... o seu apartamento foi alugado, e Richard tem de descobrir como recuperar a sua realidade. <div><br /></div><div>Dizia eu, mais acima, que tudo me soava familiar. Em 2015, li, creio que em versão ebook, o romance Neverwhere. Na altura, apenas coloquei online (aqui no blogue), a sinopse, retirada da Wikipédia. Pois... errrr... a verdade é que não me lembrava de absolutamente nada do enredo, e o que me fez "clique" foi o nome do Marquês de Carabas. </div><div><br /></div><div>Para mim, foi ler uma novíssima história de Neil Gaiman. Atenção: não me estou a queixar!! Ler Gaiman é sempre um bom investimento de tempo. A vida de leitor é assim mesmo: depois de umas quantas centenas de livros lidos, quando damos por nós, encontramos um excitante livro que, findas as contas, já tinha sido lido anos antes. Em minha defesa, o Henrique tinha pouco mais de 2 anos, e eram já 2 anos sem dormir em condições; a minha sanidade mental da altura é, francamente, discutível. </div><div><br /></div><div>O livro é sem falhas, mais um excelente exemplar da escrita do britânico. Há magia, criaturas, personagens misteriosas, perigo, excitação, momentos de reflexão, momentos de humor... tudo o que Gaiman já nos habituou. Talvez, há 7 anos, não tivesse lido com o mesmo espírito com que o li agora - como disse, o Henrique era ainda muito pequeno, e não dormia uma noite completa. Aliás, se for rever os títulos lidos naqueles dias, deverão ser muito poucos aqueles que me lembro.</div>Cristinahttp://www.blogger.com/profile/06308537715598989213noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8754747638109011052.post-60384354822428299902022-08-21T15:29:00.002+01:002022-08-21T15:29:23.412+01:00Verões Felizes, de Zidrou e Jordi Lafebre<p>Eis o novo episódio da saga "vou finalmente ter o blogue atualizado... quiçá...!!!". </p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGcHXwRkNNGJl8MwKdGPqn-I_TnlKNrQQ7qqBWlKOmQtN-G30FKaT5Fwi2at0xYykHivGIcoKYABH1wea3jNBKY5PSRSxojd_tKKEmQJT3c_kw9TdUNpd2HHWBBWsMtj7kwzrYiD1IXhr_uzTQv6_75X4qH6q17hB557UKVGpsWocr2SJ14zMFZgnq/s2000/300528991_574062981086142_459559078658248603_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1500" data-original-width="2000" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGcHXwRkNNGJl8MwKdGPqn-I_TnlKNrQQ7qqBWlKOmQtN-G30FKaT5Fwi2at0xYykHivGIcoKYABH1wea3jNBKY5PSRSxojd_tKKEmQJT3c_kw9TdUNpd2HHWBBWsMtj7kwzrYiD1IXhr_uzTQv6_75X4qH6q17hB557UKVGpsWocr2SJ14zMFZgnq/w400-h300/300528991_574062981086142_459559078658248603_n.jpg" width="400" /></a></div><p></p><p>A coleção franco-belga de BD Verões Felizes é maravilhosa. Nada mais é do que um conjunto de histórias das férias da família Faldérault, ao longo dos anos, que, chegando o Verão, embarca na sua carrinha Renault 4L (a Menina Estérel, e ela própria uma personagem destas aventuras e desventuras), rumo ao Sul, para uns merecidos dias junto ao mar. </p><p>O grafismo é incrível (o desenho, as cores, a fluidez entre as vinhetas...), as histórias são lindas, emocionantes (sem serem lamechas!) e nostálgicas. O que é mágico em todas estas histórias é que existe sempre qualquer coisinha que nos faz ligar de forma permanente a cada uma das personagens, desde o "laissez faire" de um até à personalidade mais tímida de outro. Há para todos os gostos. </p><p>Ao ler cada história (podem ler-se saltitadas que não há problema absolutamente nenhum!!!), o meu coração batia forte a cada página virada, uma lagrimita escorria, mas logo a seguir uma gargalhada se soltava. </p><p>Não sou "especialista" em banda desenhada, mas fico mesmo muito contente por ter tido a hipótese de comprar e de ter comigo estes livros. Não creio que se possam recomendar a um público A, B ou C. Verões Felizes é para todos! Seja para ler agora, enquanto o Verão ainda cá anda, ou no Inverno quando precisamos de um bocadinho de sol num domingo à tarde chuvoso. Deixem-se levar pelos Faldérault rumo ao Sul.</p>Cristinahttp://www.blogger.com/profile/06308537715598989213noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8754747638109011052.post-91231655228665197572022-08-07T11:19:00.002+01:002022-08-07T11:19:45.929+01:00Lido: Cadernos da Água, de João Reis<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrc87GMCelzxgPXm1ucred6RKXZjuxkIe1FUgsbRT2FLmDeaQI4lOj2rkA8eRuuzm2VmCxnT25NmrF17jyY7bEoFs0mHQnAxPsgF7TFeKa51abP0usiwjH_i-gEbqjyjaUNoaAwKh0WKNRlO-uzDhsj7-hKJxcW4uKLoCeeMPN_vPYgwVdyfcYi8xX/s640/285572355_574500934095936_7457786320060197775_n.webp" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="640" data-original-width="640" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrc87GMCelzxgPXm1ucred6RKXZjuxkIe1FUgsbRT2FLmDeaQI4lOj2rkA8eRuuzm2VmCxnT25NmrF17jyY7bEoFs0mHQnAxPsgF7TFeKa51abP0usiwjH_i-gEbqjyjaUNoaAwKh0WKNRlO-uzDhsj7-hKJxcW4uKLoCeeMPN_vPYgwVdyfcYi8xX/s320/285572355_574500934095936_7457786320060197775_n.webp" width="320" /></a></div>Um dos livros mais espetaculares que li, nos últimos meses, foi o Cadernos da Água, de João Reis. Não me canso de elogiar este autor: é inteligente, escreve bem, as histórias que cria são muito originais... etc etc etc... já li vários livros dele e que ele tenha mãozinhas para continuar a escrever, porque eu irei continuar a comprar tudo o que ele publique. <p></p><p>Cadernos da Água é diferente de tudo o que o João já escreveu. Já foi uma criança que procura uma cura para a avó, já foi um tradutor sem nome que passa dificuldades, já foi um escritor na Coreia do Sul em busca de inspiração... e agora apresenta-nos um livro distópico. </p><p>Um aparte, antes da review propriamente dia: <br />Estamos, nós sociedade, a passar por um momento que é muito pouco recomendável. O passado mês de julho - a semana passada, portanto, foi o mais quente dos últimos 92 anos. Houve localidades portuguesas a atingir valores de 47 graus. E este pode, perfeitamente, ser um cenário que vai repetir frequentemente nos próximos anos. O aquecimento global não é ficção. E o livro que o João Reis nos apresenta, apesar de distópico, tem momentos que me fizeram arrepiar, por serem tão plausíveis. </p><p>A ação passa-se num futuro não muito longínquo. Portugal, enquanto País, já não existe. As Guerras Meridionais são uma realidade, e além da falta de água, a nível global, existe também um vírus altamente contagioso e mortal. Grupos paramilitares fazem o que bem lhes apetece. </p><p>Vários refugiados portugueses encontram-se num país escandinavo, com grupos de outros países. As condições são dificílimas. O livro segue várias vozes, mas a mais "audível" é a de uma mãe, Sara, e da sua filha, Mariana. Ela consegue arranjar forma de escrever várias missivas ao marido que está afastado da família, na esperança que, um dia, ele consiga ler estes escritos. Nestas descrições ela fala das dificuldades sentidas no centro/campo de refugiados e da forma como são (des)tratados. </p><p>A intervalos, surgem-nos momentos de Emanuel, marido de Sara e pai de Mariana. Sabemos que ele foi forçado a trabalhar com um grupo armado e "vemos" as situações a que é submetido. </p><p>Surgem-nos também "recortes" de jornais, com notícias da guerra e da pandemia, circulares ministeriais, informações e instruções dos centros/campos de refugiados... toda uma panóplia de "peças-chave" que permitem ao leitor construir a narrativa, quase como um puzzle. </p><p>É um livro que nos deixa, no mínimo, angustiados, porque nos faz sentir aquilo que aquelas personagens sentem. Este livro é um alerta, uma chamada de atenção para os problemas reais a que muitos fazem "orelhas moucas"; como se estas coisas "comezinhas" fossem apenas um ligeiro obstáculo, um incidentezinho num plano maior... </p><p>Os cientistas são sonegados, pessoas como Greta Thunberg foram ridicularizadas - e, nós, cá vamos andando, felizes. </p>Cristinahttp://www.blogger.com/profile/06308537715598989213noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8754747638109011052.post-4052923864838110482022-08-03T14:00:00.001+01:002022-08-03T14:00:00.198+01:00Lido: O Clube do Crime das Quinta-Feiras, de Richard Osman<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcra8SN3-US1qY8YShLLBfER7hCmdRchQxlizQf-TQPMpwveRhRjPmDu2c9piHCCDz72Aqu4haWlRhHyqtRxyL63cxF9aIUR-Xq-2FIbCi8uGF1JRYIXqMvtW4n4bF6Z8bxyuiZTKLcqlVwz6O32qOkclmCVRi65YDbjckeAM_QdOmN1iMmpf184h8/s1800/277998096_525578455676751_2273903399953815646_n.webp" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1800" data-original-width="1440" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcra8SN3-US1qY8YShLLBfER7hCmdRchQxlizQf-TQPMpwveRhRjPmDu2c9piHCCDz72Aqu4haWlRhHyqtRxyL63cxF9aIUR-Xq-2FIbCi8uGF1JRYIXqMvtW4n4bF6Z8bxyuiZTKLcqlVwz6O32qOkclmCVRi65YDbjckeAM_QdOmN1iMmpf184h8/s320/277998096_525578455676751_2273903399953815646_n.webp" width="256" /></a></div>Ena, acabei de me aperceber o quão atrasada estou nas minhas publicações. Ainda durante o mês de abril, li o livro O Clube do Crime das Quinta-Feiras, de Richard Osman. <p></p><p>Há algum tempo que não me divertia tanto a ler um livro policial. Esta história passa-se num condomínio residencial para reformados. Lá conhecemos o grupo mais improvável de sempre: Ron, um ex-sindicalista, Joyce, uma viúva que não é tão ingénua quanto parece, Ibrahim, um ex-psiquiatra com uma incrível habilidade analítica e a misteriosa Elizabeth, que lidera este grupo de investigadores. </p><p>Todas as quintas-feiras, os quatro reúnem-se para discutir casos policiais que nunca conheceram uma resolução - os chamados "cold cases". Até que, de forma quase fortuita, o grupo vê-se envolvido num caso verdadeiro de homicídio: Ian Ventham, o proprietário do condomínio quer expandir-se, e compra um terreno anexo que, em tempos, foi o cemitério de um convento. Até que aparece morto na sua própria casa. <br /><br />Obviamente, os nossos idosos não podiam deixar esta oportunidade de investigar um caso concreto e atual passar-lhes ao lado. <br /><br />É um livro leve e divertido. Perfeito para aqueles domingos de inverno em que não nos apetece pensar muito e simplesmente desfrutar de um livro descontraído. A história está muito bem desenhada e o facto dos protagonistas serem um grupo de quatro idosos coloca-os longe de toda e qualquer suspeita, e sempre um passo à frente da polícia. </p><p>É um livro que recomendo a qualquer público. </p>Cristinahttp://www.blogger.com/profile/06308537715598989213noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8754747638109011052.post-71051495659809522432022-08-02T17:58:00.000+01:002022-08-02T17:58:03.875+01:00Fantasia para desenjoar<p>Depois de livros tão pesados, lancei-me a leituras mais leves e li O Trono de Vidro e Coroa da Meia-Noite de Sarah J. Maas, os dois primeiros de uma saga de fantasia. Entretanto, informo que o 3.º livro já está à venda. </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCuzPLzh2LzgmXSvbfenVBnWeIgZzVRnynOuj8PI5m5EIUl6KcMXh0QFBcqnw1DtIbEYANuk4lJvTErr-ZsdNHtI-V8W0cI5aNMVWB11CJtsEAw8wzSMvcLPnesWmg3IdhPL_t7fNtydZLNYAPaqG99TvCATulhu3IObbPXSe5opChiVGw0M6ZCidA/s3000/IMG_20220725_142040_resized_20220802_032047469%20(1).jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2250" data-original-width="3000" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCuzPLzh2LzgmXSvbfenVBnWeIgZzVRnynOuj8PI5m5EIUl6KcMXh0QFBcqnw1DtIbEYANuk4lJvTErr-ZsdNHtI-V8W0cI5aNMVWB11CJtsEAw8wzSMvcLPnesWmg3IdhPL_t7fNtydZLNYAPaqG99TvCATulhu3IObbPXSe5opChiVGw0M6ZCidA/w400-h300/IMG_20220725_142040_resized_20220802_032047469%20(1).jpg" width="400" /></a></div><p>Até pode parecer brincadeira, mas ler livros que sabemos que são pura imaginação é relaxante, apesar de haver, na narrativa momentos de violência ou tensão. Saber que não passa de "faz de conta", independentemente, do seu tamanho, é, neste ponto da minha vida, um exercício libertador. </p><p>Esta saga é protagonizada por Celaena, uma assassina temível, apesar da sua jovem idade. Vivemos num mundo em que a magia foi proibida pelo terrível Rei Havilliard. No primeiro livro, Celaena está presa em Endovier, e será resgatada pelo príncipe Dorian, que a leva para Adarlan. Celaena irá competir com mais uma vintena de criminosos pelo título de "campeão do Rei", e ver a sua sentença diminuída. </p><p>Cada combate é de vida ou morte, e Celaena não terá de enfrentar, apenas, os outros competidores, mas também os jogos de bastidores e, algo mais, que se esconde nas entranhas do castelo. Mas, é nos locais mais improváveis que nascem as amizades mais fortes. </p><p>Ao longo do tempo, Celaena desenvolve uma forte ligação com Nehemia, a princesa de Eyllwe, e com Chaol, o comandante da Guarda do Rei. E até mesmo com Dorian. </p><p>No segundo volume, Celaena tornou-se oficialmente, a assassina do Rei. E a sua missão é eliminar todos aqueles que se oponham ao Rei e ao seu regime. Um dia, é mandada matar um velho conhecido, e vê-se envolvida em todo um esquema para derrotar o Rei no seu plano. Em toda esta trama, são revelados segredos que envolvem Celaena e o seu passado, que podem ser determinantes para o seu futuro e o de todo o reino. </p><p>Magia, conspirações, assassinatos... é toda uma vibe semelhante ao "Game of Thrones", mas uns pontinhos mais abaixo. Estou a gostar bastante de este mundo de Sarah J. Maas. E, certamente, continuarei a seguir a história de Celaena Sardothien. </p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p>Cristinahttp://www.blogger.com/profile/06308537715598989213noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8754747638109011052.post-47798242975646102752022-07-27T10:00:00.001+01:002022-07-27T10:00:00.180+01:00Os calhamaços desta vida: Se isto é uma mulher, de Sarah Helm<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjogdm5-1vLl6N2e0Z-4qY-mlNsEoQ4RehhK0vSv5H0zTbbgsrat5_XHYrL5C0gmDMNeaHV9nWirMRYLuASCf552TC15wLCI_oFWz5lxZ4lfHAMIEn76rw96JA2CadKT3FZbqD_wdb3exsJYNEM52OXxh3126X91MXi5Vpoxv9FAvsWFlGAm1jPg27u/s412/Se%20isto%20%C3%A9%20uma%20mulher.png" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="412" data-original-width="275" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjogdm5-1vLl6N2e0Z-4qY-mlNsEoQ4RehhK0vSv5H0zTbbgsrat5_XHYrL5C0gmDMNeaHV9nWirMRYLuASCf552TC15wLCI_oFWz5lxZ4lfHAMIEn76rw96JA2CadKT3FZbqD_wdb3exsJYNEM52OXxh3126X91MXi5Vpoxv9FAvsWFlGAm1jPg27u/w268-h400/Se%20isto%20%C3%A9%20uma%20mulher.png" width="268" /></a></div>Aviso à navegação: não estou a publicar por ordem de leituras terminadas os livros que li nos últimos meses. Como ontem falei de um calhamaço, hoje falo do outro que me prendeu por quase quatro meses. <p></p><p>"Se isto é uma mulher" remete-nos para a obra de Primo Levi "Se isto é um homem" (<a href="http://capamole.blogspot.com/2019/04/lido-se-isto-e-um-homem-de-primo-levi.html" target="_blank">link aqui</a>). Na obra do químico italiano, é abordada a sua passagem pelo campo de concentração Auschwitz-Birkenau. Sem floreios, sem romancear, Levi fala - de forma muito crua - sobre o terrível tratamento sofrido naquele campo de concentração. </p><p>E talvez, por Auschwitz ser o mais famoso campo de concentração daquele período, tendemos a secundar outros. O número de campos de trabalho, de concentração, de encarceramento, de extermínio (e respetivos subcampos) não é exato, mas em todas as fontes que consultei, o valor ascende sempre aos milhares. </p><p>Sarah Helm concentrou-se em Ravensbrück. Este campo, exclusivamente feminino, situava-se a menos de uma centena de quilómetros de Berlim, e por ali terão passado mais de 132 mil mulheres e crianças. Estima-se que cerca de 90 mil pessoas terão sido mortas neste campo. E quando digo "terão sido mortas", falo em todos os aspetos da morte: assassinadas a tiro ou em câmaras de gás, à fome, à sede e ao frio, de loucura, de doenças naturais ou provocadas por experiências médicas... </p><p>Se, nos primeiros meses, as condições não eram as piores (havia comida, roupas, lençóis e colchões, por exemplo), há medida que o tempo foi passando, tudo se degradou. Oito meses depois do início da guerra, a população aprisionada já excedia a capacidade do campo. </p><p>E a autora explora exatamente essas vivência. Depois de falar com várias sobreviventes e filhos de sobreviventes, Sarah Helm conseguiu construir um livro que nos deixa nauseados, para ser simpática. Várias vezes, chorei. Os relatos são impressionantes, para dizer o mínimo. </p><p>Não só devido à sua natureza, não é um livro fácil de ler. Sarah Helm vai atrás de pessoas e das suas histórias, e nem sempre por ordem cronológica. Andamos para trás e para a frente no tempo, fala-se de várias mulheres, mistura-se o relato em discurso direto, com memórias em 2.ª mão... acho que foi por estas razões que demorei tanto neste livro. </p><p>Não é um passeio no parque. Não é um livro para ler num bonito dia de sol. É um livro que nos vai magoar profundamente e fazer-nos equacionar sobre os conceitos de "humanidade", de "decência" e "dignidade". Talvez também em "esperança". Houve aquela prisioneira que disse que se recusava a morrer nessa condição. Morreu poucos dias depois da libertação, como uma mulher livre, tal como desejava... </p>Cristinahttp://www.blogger.com/profile/06308537715598989213noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8754747638109011052.post-87273094369959798102022-07-26T11:38:00.000+01:002022-07-26T11:38:28.100+01:00Os calhamaços desta vida: Os Luminares, de Eleanor Catton<p>Quase quatro meses sem vir aqui publicar. Acho que bati, oficialmente, o meu recorde. Ontem, publiquei a post que tinha pendurado desde abril, e que fui empurrando com a barriga. Calhou ter lido a sequência nestes meses, e fiz um "2 em 1". </p><p>Ali, na viragem do 2.º trimestre do ano, andei meio parada nas leituras. Minto, peguei, praticamente, ao mesmo tempo, em dois livros de quase 900 páginas, ambos. Era muita página, eu sei, eu sei... e só lia aquilo. Um romance histórico e um não ficção. Loucura, só pode! Um deles, terminei literalmente na semana passada. </p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5neoTxOoMiPsIGVAkRPI3skBLZTvHqkhTJb7aVVdiLajCdRBmTd0tkKbH0a_tcHPRlxJeGJ69XQN5SLQE60PidCVpD7TbyZQgIkCJmEjIS7XBCE0mJye8KK8rhYrONx2aJDg29A-mfPWHCKqAnC_vRdqCAw13St8RlpyzdGW_BFtIgo3ksGmol1I8/s1875/295951986_611106420440986_4462860518083026069_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1875" data-original-width="1875" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5neoTxOoMiPsIGVAkRPI3skBLZTvHqkhTJb7aVVdiLajCdRBmTd0tkKbH0a_tcHPRlxJeGJ69XQN5SLQE60PidCVpD7TbyZQgIkCJmEjIS7XBCE0mJye8KK8rhYrONx2aJDg29A-mfPWHCKqAnC_vRdqCAw13St8RlpyzdGW_BFtIgo3ksGmol1I8/w320-h320/295951986_611106420440986_4462860518083026069_n.jpg" width="320" /></a></div>O primeiro foi Os Luminares, de Eleanor Catton. Este é um livro que, em 2013, venceu o Man Booker Prize. Já aí, as expectativas estavam altas. São 888 páginas de uma obra, no mínimo, surpreendente. Custou-me horrores a entrar no ritmo da história, às vezes, lia várias vezes a mesma página para compreender o que lá estava, antes das 100 páginas, elaborei, mentalmente, uma dúzia de razões para fechar o livro, a história tinha umas 20 personagens diferentes e acabava por as confundir a todas... mas, a verdade, é que não conseguia, realmente, fechar o livro e colocá-lo, definitivamente, de lado. Por alguma razão, continuava a ler, até que acabei por me sentir entusiasmada. Foi uma das leituras mais complicadas que fiz nos últimos anos, mas... adorei. Mesmo. <p></p><p></p><p>A história tem lugar na Nova Zelândia. Há um "boom" na corrida ao ouro e a cidade de Hokitika está a prosperar. Mas, no século XIX, a prosperidade de uma cidade também significa a existência de várias personagens um tanto ou quanto duvidosas. </p><p>Comecemos: no dia 27 de janeiro de 1866, Walter Moody chega a Hokitika e decide hospedar-se no primeiro hotel que encontra. Depois de dar entrada, vai para uma das salas do hotel, onde se encontram outras 12 pessoas, com um comportamento algo estranho. Depois do gelo quebrado, aquelas 12 pessoas, finalmente, decidem contar, à vez, o que as fez reunir-se ali.</p><p>Pouco tempo antes, no dia 14 de janeiro, um eremita, Crosbie Wells, é encontrado morto na sua cabana, onde está uma considerável. Quem o encontra é um político local, Alistair Lauderback, que andava em campanha. No mesmo dia, uma prostituta, Anna Wetherell, é encontrada meio morta num vale a caminho da cidade, e um dos homens mais ricos da cidade que a havia contratado, Emery Staines, está misteriosamente desaparecido. Dias depois de todos estes acontecimentos, Lydia Wells aparece na cidade e anuncia ser viúva de Crosbie. Curiosamente, todos estes eventos estão relacionados uns com os outros, e também com Francis Carver, o malicioso capitão do Godspeed, navio onde viajou Walter Moody, com um nome falso. </p><p>Pela voz - e ponto de vista - de cada uma daquelas 12 pessoas, vamos caminhando e construindo uma história que envolve prostituição, consumo e tráfico de ópio, pedras preciosas desaparecidas, tráfico de influências, corrupção e também um pouco de misticismo... e são todos estes ingredientes que fazem deste Os Luminares um dos melhores livros que li nos últimos meses. </p>Cristinahttp://www.blogger.com/profile/06308537715598989213noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8754747638109011052.post-11951417648149070212022-07-25T17:06:00.003+01:002022-07-25T17:06:27.058+01:00Lido: Imaculada e Tundavala, de Paula Lobato de Faria<p>Este post é um dois em um. Comecei a escrevê-lo em abril (uuupppsss!!!!) e terminei agora de o editar, depois de ter lido a sequência. </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1qENpM9DhLo8s3FYJopUsNdvumGDtkAZzOFCw-pWCm2EdTXBk5FrW-JPeuj6GtJiLfAeTHL7ASZExbKdQeBoALqc_SfjLnnHLpopvudglsNb3bzezytsHzzeRnghwXTB8SDdRCLlSdbiL2k31gYU5ypOn6d-spx5DyDLZaQ5HMYOSLcxfjBKomMdf/s2000/295400333_510251204200478_4298865384087714293_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1500" data-original-width="2000" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1qENpM9DhLo8s3FYJopUsNdvumGDtkAZzOFCw-pWCm2EdTXBk5FrW-JPeuj6GtJiLfAeTHL7ASZExbKdQeBoALqc_SfjLnnHLpopvudglsNb3bzezytsHzzeRnghwXTB8SDdRCLlSdbiL2k31gYU5ypOn6d-spx5DyDLZaQ5HMYOSLcxfjBKomMdf/w400-h300/295400333_510251204200478_4298865384087714293_n.jpg" width="400" /></a></div><p>Imaculada é o romance de estreia de Paula Lobato de Faria (sim, é da família da apaixonante Rosa Lobato de Faria), e, uma excelente estreia, acrescento eu.</p><p>Estamos em 1956. Portugal está há 23 anos sob a batuta de António de Oliveira Salazar. Somos apresentados aos Correia, uma família da alta burguesia, que vive numa casa sumptosa e, ela própria, uma personagem do livro, Imaculada. </p><p>Alexandrina, a mãe de família, é cristã e tem a filha, Cristiana, sob grande controlo. As aparências são tudo e nada mais importa. Cristiana tem de ser uma boa cristã, uma filha obediente, virgem até ao casamento, porque só nessas circunstâncias, será uma boa e obediente esposa, tal como as regras o exigem. João é o filho mais velho. Um homem muito bonito, mas algo... "arisco", para ser simpática. A personagem do pai, João Manuel, não é tão presente quanto as anteriores, mas terá um papel relevante nesta narrativa.</p><p>Cristiana está noiva de Miguel, um jovem militar, advogado de formação, e melhor amigo do irmão. O casamento está agendado para maio do ano seguinte, e Cristiana está resignada: aquele enlace é o que esperam dela, e não ousa desobedecer a Alexandrina. Aliás, este casamento significará a tão ansiada liberdade de Cristiana, que deixará de estar sujeita à educação ultra-conservadora da mãe. </p><p>Estamos no Verão, e Cristiana vai, como habitualmente, passar férias com a melhor amiga, Ana Maria (namorada do irmão João). A família de Ana Maria é uma cópia dos Correia, ficando Alexandrina "descansada" quanto à virginal Cristiana. </p><p>Porém, num casamento a que assiste, Cristiana conhece Nils, um jovem luso-norueguês, por quem cai de amores. Tudo fica em dúvida: a obediência à família, o casamento com Miguel... Cristiana fica de rastos com o peso na sua consciência, mas não consegue deixar de ansiar pelo misterioso Nils. Misterioso, Cristina Maria? Sim. Misterioso. Nils pertence a um grupo que se opõe à ordem estabelecida pelo regime e que apoia Humberto Delgado nas suas pretensões à Presidência, daí a dois anos. </p><p>Por outro lado, temos Lourença. Uma personagem com quem simpatizei mais do que propriamente com a protagonista. Lourença é prima de Cristiana, e é o seu oposto. Alegre, livre, descomplexada e impulsiva, Lourença é orfã. Os pais morreram em África e só ficou ela e a irmã Isabel, aos cuidados de Lucrécia, a tia solteira, e da menina Rita, a governanta. </p><p>O leitor é informado que a história é baseada em factos reais, o que nos deixa com "a pulga atrás da orelha" e é mais fácil ainda sermos atraídos para a saga de Cristiana... e todas as outras mulheres. </p><p>Após a leitura de Imaculada, facilmente se segue para a sua continuação, Tundavala. </p><p>Neste livro, temos uma Cristiana já casada com Miguel, e com filhos, e Lourença "desapareceu" em África. Não está propriamente desaparecida, mas voluntariou-se como enfermeira para Angola, para perto do local onde os pais terão morrido, e tem pouquíssimo contacto com a família na metrópole. </p><p>Cristiana descobre vários podres de Miguel, e, na ânsia de tentar desvendar todos os segredos que envolvem o casamento, acaba por reencontrar Nils, que está exilado. A chama da paixão juvenil renascerá? </p><p>O livro termina após a Revolução de Abril de 1975, mas ainda temos "tempo" para o cheirinho de um dos maiores escândalos em Portugal - Ballet Rose, um caso de prostituição e de abuso de menores por altas figuras do Estado, que António de Oliveira Salazar tentou abafar a todo o custo. </p><p>pessoalmente, achei esta sequência uns pontos abaixo do 1.º livro. Apesar de continuar muito bem escrito, achei algumas passagens demasiado chatas e os diálogos forçados... pareceu-me, muito sinceramente, que a autora se deixou levar mais pela rigidez formal do trato dos anos 60/70 e não pela fluidez da história que pretendia contar. </p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p>Cristinahttp://www.blogger.com/profile/06308537715598989213noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8754747638109011052.post-15621598746601774352022-04-03T15:00:00.002+01:002022-04-03T15:00:00.187+01:00Lido: Até os comboios andam aos saltos, de Célia Correia Loureiro<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWu4jv0Q4-4WISg4GQ1Y_x1MtYzlDuzaTYDaea-KXUfGvDUBPPuqEPsJHq4B-mhoRR3LnEC0YtRccmjKQW5cODzWX2LwLe5I2IKl2HcINtOaGRqy3HKBjYVFIEksHrbLowczZ8UhpsyhsYAqNUBRaFNO5H5-2iJ-4fUMUM0SCr3xf2NMHe5hyzAyEb/s750/277416862_714276506603535_2485900626971878984_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="750" data-original-width="563" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWu4jv0Q4-4WISg4GQ1Y_x1MtYzlDuzaTYDaea-KXUfGvDUBPPuqEPsJHq4B-mhoRR3LnEC0YtRccmjKQW5cODzWX2LwLe5I2IKl2HcINtOaGRqy3HKBjYVFIEksHrbLowczZ8UhpsyhsYAqNUBRaFNO5H5-2iJ-4fUMUM0SCr3xf2NMHe5hyzAyEb/s320/277416862_714276506603535_2485900626971878984_n.jpg" width="240" /></a></div>Além do livro de Paulina Chiziane, li também em março o 8.º volume da Saga das Pedras Mágicas de que já falei neste blogue, há um par de dias. O meu objetivo de só ler mulheres estava no caminho certo. <div><br /></div><div>Entretanto, comecei a ler Até os comboios andam aos saltos, a última obra da almadense Célia Correia Loureiro. Conheci a escrita da Célia através do livro Demência, <a href="http://capamole.blogspot.com/2020/02/lido-demencia-de-celia-correia-loureiro.html">que li em fevereiro de 2020</a>, e, na altura tinha adorado o livro, e elogiado bastante a autora, visto que o livro tem uma carga pesadíssima e havia sido escrito quando ela tinha uns meros 20 anos. </div><div><br /></div><div>Entretanto, além do relançamento de "O funeral da nossa mãe", a Célia apresentou, numa edição de autor, este livro que terminei em pouco menos de 48 horas. </div><div><br /></div><div>A nossa protagonista - prestes a completar 30 anos - está num aeroporto, e vai metendo no papel, as suas impressões daquilo e daqueles que a rodeiam, ao mesmo tempo que vai contando a história da sua própria vida. </div><div><br /></div><div>Filha de um toxicodependente e de uma alcoólica, a nossa protagonista tinha tudo para se deixar embrenhar numa vida "poucochinha", mas amparada e educada pelos avós, conseguiu dar a volta à vida e tornar-se independente. </div><div><br /></div><div>Nas suas palavras, via, apesar de tudo, o pai como um herói. Até ao dia em que vende alguns dos seus pertences, para sustentar o vício. Com a mãe, a relação sempre foi fria e distante. Conta também com um irmão, a braços com os seus próprios demónios. </div><div><br /></div><div>É mais um livro admirável. Comparando com o "Demência", a diferença do estilo de escrita é radical. Enquanto que no primeiro temos um romance estruturado, este livro é uma espécie de diário caótico, escrito enquanto espera pelo avião, onde faz um balanço de tudo: desde as relações familiares, à oferta de um novo emprego, passando pelo Luís, aquele homem que a espera em Lisboa, e com quem irá terminar a relação... </div><div><br /></div><div>Neste livro, a Célia é quase bruta a escrever - tão tão diferente daquela menina de rosto sorridente que se vê no Instagram. A vida da nossa protagonista não foi fácil, mas a fibra que emana, é suficiente para uma cidade inteira. </div><div><br /></div><div>É um livro corajoso. Cheguem ao fim e leiam a última página. Saberão do que estou a falar!! </div>Cristinahttp://www.blogger.com/profile/06308537715598989213noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8754747638109011052.post-90070546340494108612022-04-02T15:00:00.001+01:002022-04-02T15:00:00.187+01:00Lido: Niketche: Uma História de Poligamia, de Paulina Chiziane<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrWjeFWSQtii9c4yyU5fFq7EAtpwnYkorRzq5X3gkXni-UG06mK_Os6Uh6ohD4mJ3lb0Xz0AmZB09trfG6h09H8OylXNd_tMXxNPU3ihfG1cJ-Mt--dVwBlTLAPPKuoNwNI-ES9JME0UK2EVc5kTWbGth7iFlPokNlkDYJCtVfz4SNdT6kIWYCuLpA/s750/277405290_334157538694034_3273008413322853667_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="750" data-original-width="563" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrWjeFWSQtii9c4yyU5fFq7EAtpwnYkorRzq5X3gkXni-UG06mK_Os6Uh6ohD4mJ3lb0Xz0AmZB09trfG6h09H8OylXNd_tMXxNPU3ihfG1cJ-Mt--dVwBlTLAPPKuoNwNI-ES9JME0UK2EVc5kTWbGth7iFlPokNlkDYJCtVfz4SNdT6kIWYCuLpA/s320/277405290_334157538694034_3273008413322853667_n.jpg" width="240" /></a></div>A feminista dentro de mim decidiu que, no mês de março, só leria livros escritos por mulheres. Terminado O Regresso do Rei no dia 3, peguei num livro que a minha sogra me tinha dado no Natal. Aproveitei também o facto do tema do mês do clube de leitura a que pertenço ser "um livro de uma cultura diferente da tua" e enveredei na leitura de Niketche: Uma História de Poligamia. A autora é a moçambicana Paulina Chiziane, que recebeu o Prémio Camões, no passado mês de outubro. <p></p><p>O que eu sabia do livro ou da autora? Zero absoluto. Mas o título era apelativo...</p><p>Rami é casada com Tony há mais de 20 anos. Mas, as sucessivas ausências prolongadas de Rami fazem-na desconfiar. É quando descobre que Tony mantém mais 4 famílias: mulheres e filhos. A sensação de traição com a descoberta da poligamia de Tony leva-a a criar uma espécie de "irmandade" com as outras mulheres, obrigando o homem a reconhê-las a todas, bem como aos filhos, e a manter abertamente a relação poligâmica, perfeitamente aceite perante a sociedade. </p><p>Mas os revezes não tardam em aparecer e aquilo que parecia uma solução simples vira-se contra ela, por conta do papel submisso que a mulher deveria ter perante o marido, por conta do seu casamento "de papel passado" com Tony que fazia dela "a 1.ª mulher", por conta das próprias diferenças culturais entre as mulheres do Norte e as do Sul... </p><p>Um dia, Tony é dado como morto. A viúva "oficial" é despojada de todos os seus bens, é obrigada a rapar o cabelo e é oferecida ao irmão do falecido... tudo em nome de uma tradição secular e ultrapassada. </p><p>Poderá o amor de Rami por Tony sobreviver à traição, à submissão, às dúvidas, à crueldade...?</p><p>Mais uma história muito forte, escrita por uma mulher, para as mulheres sobre as mulheres. Honestamente, gostava muito que este livro fosse mais conhecido. Desafio-vos a isso: conheçam um livro fora da vossa esfera confortável, e procurem algo na vossa linha de desconforto, apostem em Paulina Chiziane...</p>Cristinahttp://www.blogger.com/profile/06308537715598989213noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8754747638109011052.post-13958009899624722252022-04-01T15:00:00.043+01:002022-04-01T15:00:00.173+01:00Lido: O Regresso do Rei - O Senhor dos Anéis, de JRR Tolkien<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEik4NJJitDNWafyOsoX48CIKPAUCvutjkZCbgRpaUURwHWhbrZRl_BUShzdwgoQ3KEhnPW-64pQW7ThdWlatbiGXeNFFj8FYS_dqiWvk4bL3puf-FhPzT2hx6fdcCaChMuvRzTrf6UHziSuPTUpzlbZy2YjfOJSuoi892bp8cQZTZxap0Hei5jsf2Cq/s765/277190604_1327609314386185_7699951824920265748_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="765" data-original-width="574" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEik4NJJitDNWafyOsoX48CIKPAUCvutjkZCbgRpaUURwHWhbrZRl_BUShzdwgoQ3KEhnPW-64pQW7ThdWlatbiGXeNFFj8FYS_dqiWvk4bL3puf-FhPzT2hx6fdcCaChMuvRzTrf6UHziSuPTUpzlbZy2YjfOJSuoi892bp8cQZTZxap0Hei5jsf2Cq/s320/277190604_1327609314386185_7699951824920265748_n.jpg" width="240" /></a></div> Li o segundo volume precisamente em abril de 2021, e este terceiro volume demorou quase um ano a sair da estante: comecei a lê-lo a meio de fevereiro e terminei mesmo no início de março. Não sei se vale muito a pena estar a falar de um livro que foi publicado, literalmente, noutro século e que já foi "transformado" em filme pelo menos há quase 20 anos (fui confirmar, foi lançado em 2003)...<p></p><p>A derradeira batalha entre o Bem e o Mal está prestes a eclodir. As forças de Sauron ameaçam Gondor, e Minas Tirith estão prestes a cair, até que os homens de Rohan chegam. </p><p>Enquanto isso, Aragorn pede ajuda a seres que já foram homens, cobrando-lhes uma promessa feita em outro tempo, garantindo-lhes que após esta última batalha, poderão descansar em paz. </p><p>Mas e o Anel Um? Será que Frodo e Sam ainda estão vivos? Os restantes elementos da Irmandade não fazem ideia, mas confiam e têm fé nos pequenos hobbits. O leitor, no entanto, tem outras informações: Sam é, agora, o Portador do Anel e tudo faz para salvar Frodo - da negritude, de Gollum e de si mesmo... </p><p>Entretanto, o exército do Bem reúne-se de forma a criar uma distração, para que Frodo e Sam consigam destruir o Anel e terminar de uma vez por todas com a ameaça de Sauron...</p><p>Posso dizer que o filme foi muito bem adaptado; não me lembro de nenhuma grande diferença escandalosa. Houve personagens que não chegaram ao filme, houve alguns atalhos que foram tomados, mas, no fim, feitas as contas, está lá o essencial. </p><p>Já referi antes que li o 1.º volume na altura em que o filme saiu e não tinha gostado. Voltei a pegar nele anos depois, e foi toda uma nova experiência. <br /></p><p>E o que nos fica de O Senhor dos Anéis? Quais são as grandes questões por trás de toda esta saga épica? O poder, a vida e a morte, a imortalidade, o livre arbítrio... </p><p>Estes livros foram publicados nos anos 50, do século passado. Escritos, muito provavelmente, durante tempos negros da Humanidade, e focam nas problemáticas daqueles tempos: um senhor impiedoso que quer dominar tudo em seu redor? Os opositores que eram eliminados? As batalhas pela liberdade? Reconhecem algo? Não me parece que seja pura coincidência. </p><p>Sinto que li estes livros naquela que era a altura certa para mim. Gostei tremendamente e fico contente por ter encerrado o meu ciclo "Senhor dos Anéis". </p>Cristinahttp://www.blogger.com/profile/06308537715598989213noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8754747638109011052.post-23772668176275198022022-03-31T11:08:00.007+01:002022-03-31T11:08:56.035+01:00Lidos: a saga das Pedras Mágicas, de Sandra Carvalho<p>Tenho andado lentinha-lentinha a ler. Quase a conta-gotas, para ser sincera. Estava "à espera" de terminar a saga das Pedras Mágicas da Sandra Carvalho para fazer um apanhado geral, e pelo meio, terminei a trilogia do Senhor dos Anéis, com o livro O Regresso do Rei, e esta semana (literalmente), terminei dois livros. Portanto, nem sequer estou atrasada, por aí além nas minhas escritas. </p><p>***</p><p>Mas o que me trouxe aqui, foi precisamente a autora Sandra Carvalho. Há anos que oiço falar nela, mas a minha atenção andava virada para outras leituras. Mas, em setembro/outubro de 2021, essa situação inverteu-se quando trouxe da Biblioteca de Sintra, "A Última Feiticeira", o primeiro volume (de oito) da Saga das Pedras Mágicas. </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrcNZzalrvMceHvYMu43RZqZYbleJMGyC2yyzBj5OtnpVjYqJZioPl03eXP1b0ALqFXZraddt9JRGImijV3HvS4bL7TFnsY0O5xJ1mQRQOBM6ro8DkLJgTu-xORXIN6MKYQ4ZI4mYRrMs_xnnrIgrAOq4zU7-SeBzofIwo3I7dx-Y5fVfDzf88SLJm/s897/Saga_Capas_Final%20(1).jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="688" data-original-width="897" height="306" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrcNZzalrvMceHvYMu43RZqZYbleJMGyC2yyzBj5OtnpVjYqJZioPl03eXP1b0ALqFXZraddt9JRGImijV3HvS4bL7TFnsY0O5xJ1mQRQOBM6ro8DkLJgTu-xORXIN6MKYQ4ZI4mYRrMs_xnnrIgrAOq4zU7-SeBzofIwo3I7dx-Y5fVfDzf88SLJm/w400-h306/Saga_Capas_Final%20(1).jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Imagem retirada do blogue da autora: <a href="http://sandracarvalho-autora.blogspot.com/">http://sandracarvalho-autora.blogspot.com/</a></td></tr></tbody></table><p>N<a href="http://capamole.blogspot.com/2021/10/lidos-fantasia-que-me-passou-pelas-maos.html">a altura, fiz um post que "apanhava" os dois primeiros volumes</a>, mas quando percebi que era impossível falar de cada um individualmente, decidi que, no fim, falava de todos. </p><p>Esta saga segue três gerações de mulheres de uma família - Catelyn, Edwina e Kelda. Catelyn é mãe de Edwina e avó de Kelda. Três mulheres descendentes de uma feiticeira - Arawen - e todas possuidoras de poderes místicos, e cada uma responsável, à sua maneira, por quebrar uma maldição terrível que se abateu sobre a família, muitos anos antes: a ascensão do Filho do Dragão que trará a destruição à Terra. </p><p>Os Seres Superiores, ou alguns deles, queriam que o seu Tempo não tivesse terminado e viam os humanos quase como vermes e lançaram a maldição. Arawen era uma Feiticeira que se havia apaixonado por um humano, e deixou a sua ilha para conseguir viver o seu amor. Dois factos que, anos e anos depois, trouxeram muitas lágrimas e muito sangue derramado. </p><p>Numa altura em que tanto se fala do empoderamento feminino e das formas de elevar a figura da Mulher a outros papéis, e não apenas ao de "mãe" e "cuidadora", Sandra Carvalho construiu uma narrativa que dá às mulheres esse destaque, desde 2005, data da publicação do primeiro livro. E não falo apenas das protagonistas. Temos vilãs muito fortes e credíveis, temos personagens secundárias com poder (não só místico, mas também de decisão, por exemplo, Thora ou a Rainha Lyria), temos mulheres facilitadoras do progresso das nossas personagens principais... enfim, mulheres para todos os gostos!</p><p>É uma saga muito interessante, com personagens muito carismáticas. Sinto apenas que faltou um ligeiro "comic relief" de quando em quando, só para termos uns segundinhos de intervalo, antes de prosseguirmos com a demanda. Mas, no geral, é uma trama muito bem conseguida. </p>Cristinahttp://www.blogger.com/profile/06308537715598989213noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8754747638109011052.post-32111338710881044662022-02-18T14:36:00.005+00:002022-02-18T14:36:32.426+00:00Lido: O Triunfo dos Porcos, de George Orwell<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiEm4q_aLOJ6x1ot5ni956-ymEg0OBpR-iW9XNt-8pnsAmk80Y9IgaNdW8ZrT8fRpEnqrzxmFZ6qqVphiSxm-hVssLPVZXAuK7R_O5OeDgbZs5EJUkUnj1dU-8gNtsx0k08o_cWnlpm2lzVKt8WYVDIKxyeo3mvqdOyF_hmMx21f2MYab61RSHVsFh_=s2000" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="2000" data-original-width="1392" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiEm4q_aLOJ6x1ot5ni956-ymEg0OBpR-iW9XNt-8pnsAmk80Y9IgaNdW8ZrT8fRpEnqrzxmFZ6qqVphiSxm-hVssLPVZXAuK7R_O5OeDgbZs5EJUkUnj1dU-8gNtsx0k08o_cWnlpm2lzVKt8WYVDIKxyeo3mvqdOyF_hmMx21f2MYab61RSHVsFh_=w279-h400" width="279" /></a></div>(não se vão habituando a isto de ter o blogue sempre atualizado que, se bem me conheço, mais umas<br /> semanas e começa, de novo, a descambar)<p></p><p>O Triunfo dos Porcos é um daqueles livros que tem estado na lista de leituras a fazer "<i>ad aeternum</i>", mas como os livros, que se saiba, não têm perninhas, ali tem ficado até chegar o dia. Há meses, comprei uma edição da D. Quixote e enfiei-a numa gaveta e... esqueci-me dela. Até que, num dia de arrumações, voltei a dar com ele e coloquei-o bem à vista para não voltar a "fugir". Até que chegou aquele momento tão ansiado por todos os livros: ser, efetivamente, lido.</p><p>Os animais da Quinta Manor revoltam-se e conseguem expulsar os humanos que os escravizam há tantos anos. Aos porcos, que aprendem a ler e escrever, cabe-lhes a organização da Quinta dos Animais, mediante sete mandamentos:</p><p>1.º - Tudo quanto andar em duas pernas é um inimigo;<br />2.º - Tudo quanto andar em quatro patas, ou tiver asas, é amigo;<br />3.º - Nenhum animal usará roupas;<br />4.º - Nenhum animal dormirá numa cama;<br />5.º - Nenhum animal beberá álcool;<br />6.º - Nenhum animal matará qualquer outro animal e <br />7.º - Todos os animais são iguais.</p><p>Simples, não? A resposta é não. Inicialmente, a vivência é tranquila e, realmente, existe um período de efetiva igualdade, mas o tempo passa, as diferenças entre os animais acentuam-se e aquela idílica comunidade acaba por, aos poucos, se ir fragmentando. Nasce uma nova hierarquia e ... "todos os animais são iguais, mas alguns animais são mais iguais do que outros". </p><p>De certa forma, em alguns momentos, enquando lia este livro, vi passagens do "1984" na minha cabeça. Por exemplo, quando os porcos começam a "editar" os sete mandamentos, consoante lhes é mais favorável, sem qualquer oposição dos outros animais que, entretanto, se iam esquecendo da "semente" da revolução levada a cabo. E mesmo a forma como os porcos conseguem manter o controlo da população, com recurso à violência. </p><p>Publicado durante a 2.ª Guerra Mundial, este livro chegou a ser recusado por vário editores. Nesta edição, num prefácio escrito pelo autor, este faz referência a uma carta que recebeu e que diria: "<i>Se a fábula fosse dirigida aos ditadores de uma forma geral e às ditaduras no seu todo, nesse caso a publicação seria adequad, mas a fábula segue de tal maneira e de forma tão completa, como agora me afigura claro, o progresso dos Sovietes Russos e dos seus dois ditadores, que só pode aplicar-se à Rússia (...) Penso que a escolha dos porcos como casta dirigente ofenderá, por certo, muitas pessoas, particularmente as mais suscetíveis, caso em que indubitavelmente se incluem os russos</i>". </p><p>E Orwell não nega que a inspiração para esta fábula fosse a ascensão ao poder por parte de Estaline e a total subversão dos valores e dos ideais que levaram à própria Revolução. </p><p>Não lamento não ter lido este livro antes. Mais uma vez, considero que foi lido no momento certo, especialmente, quando na Europa democrática, hoje, temos partidos de teor mais extremista a sair para a luz do dia. </p><p>Foi um livro muito... elucidativo, para dizer o mínimo. É um livro curto - tem 127 páginas, se excluirmos a inclusão dos dois prefácios - e lê-se muito bem, mesmo num fim-de-semana de preguiça. E recomendo-o, especialmente, aos mais velhos dos mais novos; ali, aquela geração, a roçar os 17/18/19, que já não são tão impressionáveis e que apreendem, com facilidade, os conceitos (e os perigos) que Orwell quis transmitir. </p>Cristinahttp://www.blogger.com/profile/06308537715598989213noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8754747638109011052.post-83010183001499837062022-02-15T11:27:00.000+00:002022-02-15T11:27:01.702+00:00Lido: Longa pétala de mar, de Isabel Allende<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhXX3-IzY3Jx4hOP-Gn4l5VOWQkSOWur5WHGza4otLGfUL_xpploIIQsc2AW4Ip7M8Gz7zNE02UG32L3XWf4BapT2BPCD8_jlJfK1DCFcfHwVusJhbzysVaiHjS5vX_3ussst0PfNfobQDfJyjVtErnQdRmERRNBTUkkfjeueFBbO0EzvLxrH6yOAH1=s1875" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1875" data-original-width="1500" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhXX3-IzY3Jx4hOP-Gn4l5VOWQkSOWur5WHGza4otLGfUL_xpploIIQsc2AW4Ip7M8Gz7zNE02UG32L3XWf4BapT2BPCD8_jlJfK1DCFcfHwVusJhbzysVaiHjS5vX_3ussst0PfNfobQDfJyjVtErnQdRmERRNBTUkkfjeueFBbO0EzvLxrH6yOAH1=s320" width="256" /></a></div>(ó para mim, tão atinadinha, a escrever imediatamente após ler o livro - e não acumular meses de leitura sem botar aqui uma letra)<p></p><p>Já conto com a minha quota parte de livros de Isabel Allende. Aquilo que me vem sempre à cabeça quando se trata de Allende é "não é a minha autora favorita, mas...", já li tantos vários livros dela, que é melhor repensar na minha vidinha. </p><p>Nos últimos 4 anos, este foi o 4.º livro que li dela, sem contar com todos os anteriores que a minha mãe comprava e que estão encaixotados... algures. </p><p>Conhecemos Víctor Dalmau, durante a Guerra Civil Espanhola, na década de 30. O rapaz chama a atenção aos seus superiores, depois de ter, literalmente, pegado no coração de um homem, e o ter ressuscitado quando já o davam como morto. Víctor não tem qualquer partido, e descende, inclusivamente, de uma família de gente apartidária. O pai é músico e a mãe professora. Existe ainda um irmão, Guillem, e Roser, uma jovem que havia sido acolhida pelos pais. </p><p>Roser e Guillem apaixonam-se, e a jovem acaba por engravidar. Guillem morre em combate.</p><p>A vitória iminente dos franquistas faz com que os Dalmau procurem fugir de Barcelona. O pai morrera, Guillem estava incontactável (também já tinha morrido, embora a família ainda não soubesse); sobravam Carme e uma grávida Roser. Com a ajuda de um amigo, Roser consegue chegar a França, enquanto que Carme desiste pelo caminho e disse preferir morrer na sua pátria. Mais tarde, Víctor reúne-se com Roser, e casam-se, para facilitar o embarque no Winnipeg, um navio chileno, fretado pelo poeta Pablo Neruda, que iria transportar refugiados espanhóis para o Chile, para aí reconstruírem as suas vidas. O casamento que seria apenas de conveniência, acaba por durar cinco décadas. </p><p>Pelo meio, Isabel Allende descreve todos os acontecimentos sociais e políticos que assolaram Espanha e o Chile ao longo de quase todo o século XX, ao mesmo tempo que vamos acompanhando os nossos protagonistas. </p><p>A escrita de Allende é, como sempre, imaculada e cativante. Roser pertence àquela classe de mulheres resilientes e fortes que Allende costuma retratar nas suas obras, e Víctor é um protagonista com todas as falhas e defeitos, e virtudes, como qualquer espécime da raça humana. Allende não coloca aqui aqueles pózinhos de fantasia, como vimos, por exemplo, n'A Casa dos Espíritos, e oferece-nos uma visão - de bancada - da história do seu próprio país. </p><p>Foi um livro que gostei muito de ler, mas, no final, não me senti tão maravilhada como em outras obras dela. Na tentativa de atar todas as pontas dos arcos narrativos e fechar definitivamente a história, Allende apressou um bocadinho as coisas, e pareceu-me que a introdução de certas personagens, metidas à força, não fez tão bem como parecia à primeira vista. Mas, atenção, isso não estragou a experiência da leitura, mas em vez de 5 estrelas, dei 4- (ali a resvalar para as 3,9, vá, se isso nos fosse possível!). <br /></p>Cristinahttp://www.blogger.com/profile/06308537715598989213noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8754747638109011052.post-1421299513659485142022-02-12T11:00:00.001+00:002022-02-12T11:00:00.198+00:00Lido: Um homem chamado Ove, de Fredrik Backman<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtqDhQbbzPyfm67mwfPBtbdbVjfw-eAxTYIMWmiz224hqHqjX5rr3deSCgybqYsQisGyERcvtF9YzjCML2DsReyTfjSDZVPS5HHKS_sDXcUB6BmyFm4LPpsQKenSg6VQ_4EHHMv8mRgiUzEaqrBBb7GzV1vK5DXA0GB4YzxAx89Hs3pAeRTmkfHRy1/s938/272845338_630135668057326_6809261640560011569_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="938" data-original-width="750" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtqDhQbbzPyfm67mwfPBtbdbVjfw-eAxTYIMWmiz224hqHqjX5rr3deSCgybqYsQisGyERcvtF9YzjCML2DsReyTfjSDZVPS5HHKS_sDXcUB6BmyFm4LPpsQKenSg6VQ_4EHHMv8mRgiUzEaqrBBb7GzV1vK5DXA0GB4YzxAx89Hs3pAeRTmkfHRy1/s320/272845338_630135668057326_6809261640560011569_n.jpg" width="256" /></a></div>Eis-me, finalmente, chegada ao texto do último livro que li: Um homem chamado Ove, do sueco Fredrik Backman. Há uns tempos, este livro foi bastante popular entre a comunidade livrólica. Toda a gente o elogiava, toda a gente falava bem, mas eu costumo ser do contra, e quando surge demasiado entusiasmo sobre um livro, por norma, perco um bocado o interesse. <br /><br />Aconteceu com este, e acontece ainda hoje com muitos outros. Gosto do meu ritmo, gosto de descobrir as coisas como se fossem a última Coca-Cola do deserto que, na verdade, não são. <br /><br />Li este livro em pouco mais de 24 horas, só para que conste. Li, li, li... gargalhei muito, virei páginas como quem come cerejas, emocionei-me, dei mais umas gargalhadas, resmunguei um bocadinho como o Ove e, se pudesse, oferecia um miminho à Parvaneh. <br /><br />Ove é um velho resmungão. Ponto. Não há como contornar esta questão. Não é simpático, não é uma pessoas sociável, não gosta de mudanças - aliás, não muda sequer a marca do carro desde que teve um pela primeira vez. Ove não é o amigo da vizinhança... é aquela pessoa que, TODOS OS DIAS, sai de casa para inspecionar o bairro e ver se os carros estão nos estacionamentos corretos e se ninguém passa onde não deve. <br /><br />A vidinha de Ove sofre uma mudança, com um casal novo no bairro. Começam por bater (e destruir) a caixa do correio. A resmungar, Ove ajuda-os. E, aos poucos, vamos conhecendo Ove. E sabemos que ele só se quer suicidar. Todos os dias, acorda, toma o pequeno almoço, faz a sua habitual inspeção pelo bairro e volta para casa para cometer suicídio, e assim se juntar à esposa Sonja, falecida há cerca de seis meses. Mas, todos os dias é interrompido de alguma forma e não consegue levar a sua avante. <br /><br />Somos apresentados à vida de Ove antes deste momento, em vários capítulos que acontecem no passado. Como foi a sua infância, como e quando perdeu os pais, a importância dos valores, como conheceu Sonja - e vamos entendendo as atitudes de hoje de Ove. <br /><br />É um livro que tanto tem de ternurento, como tem de emocionante e que nos chama a atenção para temas fraturantes: a solidão dos mais velhos, o racismo, a homosexualidade, a burocracia e os burocratas, o amor... há muito tempo que não chorava como chorei ontem ao terminar o livro. <br /><br />A escrita de Backman é simples como abrir uma janela e deixar entrar o sol. Transmite-nos a sensação certa no momento certo. Não inventa, não se põe a colocar intelectualidade desnecessária naquilo que ser quer simples e bonito. É um bom livro. Um livro que nos deixa satisfeitos depois de um dia cheio. Acho que o li na altura certa. <p></p>Cristinahttp://www.blogger.com/profile/06308537715598989213noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8754747638109011052.post-60795062049814555222022-02-11T11:00:00.001+00:002022-02-11T11:00:00.173+00:00Lido: A Trilogia de Nova Iorque, de Paul Auster<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEib0k3Buz0zq-BM7NOr0McXNQCJl3N5K1S3Fdznc1XI0Rk3jMts43rYqfJD__2qBwdHPM784E_VixVx5y8-aMHg18p-0YYnQxXvk_fZgXSx-pQwKUmhXVEKE6zWT1VA8QNZ2fvWDonaTAgXq1JBFgZ5Y7CZhW5S2s1FiFVoAhKXI_ED70eG2a4FqhPV/s750/273250682_989100408375279_8271982042983275463_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="750" data-original-width="563" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEib0k3Buz0zq-BM7NOr0McXNQCJl3N5K1S3Fdznc1XI0Rk3jMts43rYqfJD__2qBwdHPM784E_VixVx5y8-aMHg18p-0YYnQxXvk_fZgXSx-pQwKUmhXVEKE6zWT1VA8QNZ2fvWDonaTAgXq1JBFgZ5Y7CZhW5S2s1FiFVoAhKXI_ED70eG2a4FqhPV/s320/273250682_989100408375279_8271982042983275463_n.jpg" width="240" /></a></div> Adorei. Foi um dos primeiros livros deste ano que dei 5 estrelas, sem hesitações. O livro é composto por três histórias de mistério (Cidade de Vidro, Fantasmas e O Quarto Fechado à Chave) escritas em 1985/1986, sendo que todas têm a cidade de Nova Iorque, como pano de fundo. <p></p><p>A primeira, Cidade de Vidro, acompanhamos Daniel Quinn, é um escritor de mistérios policiais, sob pseudónimo. É um homem viúvo e muito solitário. A rotina de Quinn é abalada quando, um dia, recebe, por engano, uma chamada telefónica. O interlocutor procura o detetive privado Paul Auster. Primeiro, diz que é engano, mas fica a matutar no assunto. Quando recebe nova chamada, procurando pela mesma pessoa, Quinn assume essa identidade e envolve-se num caso com décadas. Acaba, inclusivamente, Paul Auster, um escritor que se encontra a trabalhar num artigo sobre Dom Quixote.<br />Na sua tentativa de resolver o caso, Quinn desce às profundezas da loucura e acaba por perder tudo aquilo que lhe resta. <br /><br />Fantasmas é o segundo texto. Blue é um detetive privado. Um dia, é contactado por White que o contrata para vigiar um outro homem, Black. A cada semana, Blue teria apenas de fazer um relatório das suas observações. O trabalho não teria data limite para terminar, e todas as despesas seriam cobertas. Blue aceita as condições, e sem outras explicações, informa a noiva que vai estar fora durante algum tempo e incontactável. Muda-se para o apartamento defronte do de Black e observa. O tempo passa, e Blue começa a ficar ensandecido. A vida de Black é apenas escrever e sair para ir às compras. Não há nada mais que observar e os níveis de frustração de Blue aumentam exponencialmente. Um dia, decide interpelar Black... e tentar descobrir a identidade de White. <br /><br />Na terceira e última história, O Quarto Fechado à Chave, somos apresentados a um narrador sem nome que, um certo dia, é contactado por uma mulher, Sophie, que se apresenta como sendo a esposa de um dos seus amigos de infância, Fanshawe. <br />Fanshawe desapareceu há mais de 6 meses, deixando a mulher grávida. Após meses de espera e de buscas, Sophie decide avançar com a sua vida. Antes de desaparecer - ou morrer, quem sabe - Fanshawe deixou vários manuscritos acabados e a indicação de que se algo lhe acontecesse, os livros deveriam ser entregues ao seu grande amigo que deveria decidir o que fazer com eles. <br />A genialidade dos escritos é tal que acabam por ser publicados e geram um imenso sururu: e se Fanshawe nunca existiu e é, na verdade, o seu grande amigo sob pseudónimo? Para acabar com a especulação, envereda por um só caminho: escrever uma biografia de Fanshawe, com todos os seus feitos, desde a mais tenra idade. O tempo passa. O nosso narrador, entretanto, apaixona-se e casa com Sophie - depois de, claro, Fanshawe ter sido dado como morto. <br />Até que recebe uma carta. Fanshawe está vivo, mas em parte incerta. O que fazer nestas circunstâncias? <br /><br />O livro é fantástico. É daqueles que irá para a lista de releituras, certamente, para absorver todas as suas subtilezas, e para entender melhor o que, numa primeira leitura, não se entendeu. É o mistério, são as peças do puzzle, são os discursos de uma pessoa só, é a riqueza dos diálogos... leiam, se puderem!!</p>Cristinahttp://www.blogger.com/profile/06308537715598989213noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8754747638109011052.post-85016401430142608682022-02-10T11:00:00.001+00:002022-02-10T11:00:00.188+00:00Lido: As vinhas de La Templanza, de Maria Dueñas<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8H6021Glrzp_yvm5iC_ycsPYD33sCIKzhez31aXlf2-su1jwcr2iYY9TFzz1NdWVewbzC6O2tRLmSRtKmcnW73rBSSbx9tShPe-f6qGFVaVY9IRI5BZ5GhJZ7OckRdWERGnRLB0A2YheMYS0IZXNCvh7hNyrYfNjcNsY54stPhzmHDwIRERvVadtI/s750/273231684_2029061300607208_2957038695249704049_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="750" data-original-width="563" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8H6021Glrzp_yvm5iC_ycsPYD33sCIKzhez31aXlf2-su1jwcr2iYY9TFzz1NdWVewbzC6O2tRLmSRtKmcnW73rBSSbx9tShPe-f6qGFVaVY9IRI5BZ5GhJZ7OckRdWERGnRLB0A2YheMYS0IZXNCvh7hNyrYfNjcNsY54stPhzmHDwIRERvVadtI/s320/273231684_2029061300607208_2957038695249704049_n.jpg" width="240" /></a></div>As vinhas de La Templanza foi um dos dois livros que comprei na Feira do Livro de Lisboa, no ano passado. Ficou, pacientemente, à espera da sua vez, até que finalmente peguei nele. E voltei a largá-lo. E esperou mais um tempo. E voltei a pegar nele. E tive de reler o que já tinha lido, porque entretanto nada fazia sentido. <p></p><p>Alguém se revê? Digam, por favor, que não sou a única. Adiante...</p><p>Dizia eu que, desta autora, só tinha lido <a href="http://capamole.blogspot.com/2019/10/lido-o-tempo-entre-costuras-de-maria.html">O Tempo Entre Costuras</a>, em 2019, e que tinha adorado. Na Feira do Livro, esta obra estava a um preço simpático e veio comigo. Mais uma vez, não conhecia - de todo - a história. Se em O Tempo Entre Costuras sabia, pelo menos, que a protagonista era uma costureira e que a história envolvia a 2.ª Guerra Mundial; desta vez, nem o básico sabia. </p><p>Mauro Larrea é um homem rico. Fez fortunas nas minas, com muito suor, sangue e lágrimas. Um homem que subiu a pulso e muito sacríficio pessoal, e disso não faz nenhum segredo. Viúvo e pai de dois filhos, Larrea está prestes a ser avô, o que o deixa imensamente feliz. A filha, bem casada, está radiante. O filho, um estroina, anda algures pela Europa a gastar o dinheiro do pai, enquanto este se desgasta a acalmar a família da futura noiva. </p><p>Entretanto, o destino é uma coisa lixada, e Larrea fica, perigosamente, perto da insolvência. Pede dinheiro emprestado a um agiota de pouca confiança até encontrar uma solução. E parte, com a ideia de encontrar um bom plano de investimentos que lhe dê muito dinheiro em pouco tempo. Em Havana, onde faz a sua primeira paragem é envolvido num esquema de tráfico. O seu bom senso aconselha-o a afastar-se, até que a sorte lhe sorri e lhe cai no colo uma oportunidade em Jerez de la Frontera, em Espanha. </p><p>Em Espanha, conhece Soledad, a bonita esposa de um comerciante inglês de vinhos, e a última dos Montalvo, uma família de enorme prestígio, ligada à principal atividade da região: produção e comércio de vinhos. </p><p>São estes os "ingredientes" base para um romance muito interessante, que não é um dramalhão, nem fofinho... é um romance com as cores e o calor do México, de Havana e de Espanha do século XIX. Não temos as intrigas geo-políticas de uma 2.ª Guerra Mundial, mas temos a complexidade do comércio de vinhos, do tráfico negreiro e do imperialismo ibérico. Mais uma vez, adorei o enquadramento histórico apresentado por Dueñas. E, se no início, a história pode parecer difícil de entrar, assim que começa a ganhar ritmo, fica imparável. Sucedem-se os acontecimentos, e existe um evento qualquer em quase todas as páginas. </p><p>As vinhas de La Templanza é mais um calhamaço de 536 páginas, que li em pouco mais de 5 dias (depois da segunda tentativa) - portanto, uma média de 100 e poucas páginas por dia. </p>Cristinahttp://www.blogger.com/profile/06308537715598989213noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8754747638109011052.post-9217686415749818482022-02-09T11:00:00.001+00:002022-02-09T11:00:00.173+00:00Lido: As Aventuras de Pinóquio, de Carlo Collodi<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTFSdKs7R4QH3GARMSHUl9VpOwQVHfdwiHAcLBOCZqS6b2H7bPRR95BnmjnEVgX45IBbsA6nV6WyNELtZA6hxbHD_XuTxp9rEgvHlViGUQXsx7GphjKGGtnNESr7aNoFrCGgUSmZnUxqyAXE3us2EVcQsdmdgFZl387OEhL9w9V14Y-KOBztXe74ba/s750/273080448_679578999712384_9038967555607413616_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="750" data-original-width="563" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTFSdKs7R4QH3GARMSHUl9VpOwQVHfdwiHAcLBOCZqS6b2H7bPRR95BnmjnEVgX45IBbsA6nV6WyNELtZA6hxbHD_XuTxp9rEgvHlViGUQXsx7GphjKGGtnNESr7aNoFrCGgUSmZnUxqyAXE3us2EVcQsdmdgFZl387OEhL9w9V14Y-KOBztXe74ba/s320/273080448_679578999712384_9038967555607413616_n.jpg" width="240" /></a></div>Comprei este livro para o Henrique, já há uns meses, mas o pequeno bacano ainda não se inclinou muito para o ler. Um dia, lá chegará. <p></p><p>Aproveitei que o tema do mês do clube de leitura a que pertenço ser "clássico" e lancei-me eu na sua leitura, até porque não conhecia a narrativa original, apenas a versão da Disney. </p><p>O nosso Pinóquio, antes de o ser, era um pedaço de madeira que pertencia a um carpinteiro; o homem aterrorizado por ter um tronco que falava, e depois de uma desavença, acaba por o dar a Gepetto, o futuro pai do mais famoso menino de madeira. </p><p>A relação dos dois começa a correr mal logo nos primeiros instantes, e depois é tudo aquilo que conhecemos e mais umas pitadinhas, até chegarmos ao momento da redenção do Pinóquio. Há uma cena que me deixou um nadinha de pé atrás, ainda mais sendo um livro recomendado para alunos de 3.º ano, mas julgo que o mais importante será o foco na mensagem subjacente: fazer o bem, não cortar caminho para atingir as metas, o respeito pelos outros, não mentir... </p><p>A tal parte que me deixou ligeiramente desconfortável é um momento em que Pinóquio - desesperado porque foi roubado e com o dinheiro não pode ajudar o pai; dinheiro esse conseguido, depois de ter desobedecido e não ter ido à escola - se tenta suicidar, através de enforcamento. Fica bastante tempo preso por uma corda até finalmente ser socorrido. Uma criança que leia o livro sem ninguém que o guie... bem, no mínimo, pode ser complicado. Na escola, sei que só lêem excertos, mas se houver algum pai (como eu) que compre o livro, convém que acompanhe a criança na leitura para explicar pontos que podem ser mais sensíveis, porque esta não é a versão Disney-fofinha. </p><p>Sou sincera quando digo que estive na dúvida se colocava, aqui, no blogue, este texto, mas julgo ser importante, mesmo para memória futura, ou de dica para outros pais e/ou encarregados de educação. </p>Cristinahttp://www.blogger.com/profile/06308537715598989213noreply@blogger.com0