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terça-feira, 2 de abril de 2019

Lido: A Laranja Mecânica, de Anthony Burgess

Terminei, na segunda-feira, dia 1 de abril, o livro que deu origem ao filme de Kubrick, A Laranja Mecânica, a contar para a maratona Volta ao Mundo - desafio 3: ler um livro do Reino Unido ou Irlanda. Anthony Burgess, o autor, era britânico, nascido em Manchester.

Nota prévia: nunca vi o filme e sabia muito vagamente do que se tratava.

Como falar de A Laranja Mecânica? O livro foi publicado no início dos anos 60, e fala de uma sociedade, inglesa, num futuro próximo.

Alex, o protagonista, é o presumível líder de um grupo, composto por Georgie, Lerdo e Peter (este último o mais reservado da quadrilha). Dividido em três grandes partes (cada uma com sete capítulos), a narrativa é-nos contada por Alex, com recurso a um tipo de calão, muito específico, usado pelos jovens daquele espaço-temporal da obra, o "nadsate".

(felizmente, que o livro tem um dicionário, pois há palavras que conseguimos entender o que significam, através do contexto, mas há outras impossíveis)

Alex e o seu bando costumam passar as noites a beber "leite mais qualquer coisa" e a praticar atos de ultra-violência (a expressão usada na obra é exatamente esta): espancamentos, roubos, violações, destruição de propriedade privada... tudo o que possam imaginar.

Um dia, Alex passa dos limites no seu autoritarismo e, após um assalto particularmente violento, é deixado pelos companheiros, propositadamente, para ser apanhado pela polícia. Depois de dois anos preso - Alex já com cerca de 17 anos - é submetido a um tratamento de condicionamento (aqui, lembrei-me muito da experiência de Pavlov com os cães) e libertado. A terceira parte do livro é tudo o que decorre da libertação.

Não quero pormenorizar muito, portanto, de forma, muito resumida, é este o enredo de A Laranja Mecânica. Temos, neste livro, uma nota introdutória que explica o processo da escrita, bem como o facto da edição britânica ter um final diferente da edição americana, e conta como, nos anos 70, o autor Anthony Burgess se enfureceu com Kubrick, na sequência da famosa adaptação cinematográfica que, aparentemente, teve demasiadas liberdades artísticas, que não agradaram o autor (que suponho não deva ter sido consultado para essas alterações).

Gostei muito desta leitura, e dei 4 estrelas. A dificuldade inicial em entrar no calão e o facto de me obrigar a consultar o dicionário a cada 10 segundos não me deixa dar as 5 estrelas. Depois, quando já estamos cientes do significado de algumas das palavras mais usadas, o ritmo de leitura aumenta, mas até lá, é meio complicado. Mas é uma obra fabulosa e adoro a simplicidade da capa da edição da Alfaguara.

Citação que destaco:
"A bondade vem de dentro, 6655321. A bondade é algo que se escolhe. 
Quando um homem perde a capacidade de escolha, deixa de ser homem." - página 132

Goodreads Reading Challenge: 29/45




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