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quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Lido: Uma agulha no palheiro, de J.D.Salinger

Terminei ontem à noite, mais este clássico da literatura: The catcher in the rye / Uma agulha no palheiro de J.D. Salinger. Já tinha lido este livro há muitos muitos anos, m
as já não me lembrava de uma única linha.

Holden Caufield é um adolescente que é expulso do colégio alguns dias antes das férias de Natal. E como todos os adolescentes, odeia tudo à sua volta.

Antes de mais, fica a ressalva: ele já foi expulso de outros colégios. E a família tem posses.

Assim, temendo a reação do pai, Holden opta por voltar para casa apenas no dia em que entraria de férias, altura em que os pais já teriam também recebido a comunicação da escola, e vai para Nova Iorque, para um hotel durante esses diazinhos. Ele, um rapaz que nasceu, ali mesmo, na cidade, já viu tudo, já frequentou todos os estabelecimentos... logo nada lhe suscita qualquer prazer. Passa os dias a beber ou a meter-se em encrencas.

O livro é visto todo na primeira pessoa - Holden - e, enquanto leitores, acedemos à narrativa através da linguagem de um adolescente nova-iorquino, aborrecido com tudo e todos, e sem um objetivo. À medida que o livro vai avançando, apercebemo-nos que a única pessoa por quem ele nutre amor verdadeiro é pela irmã mais nova.

Phoebe é a única capaz de trazer Holden à terra, e é ela que o convence a ficar em Nova Iorque, a enfrentar os pais e a não fugir para o interior.

Essencialmente, este é um livro sobre os dramas da juventude. Localizando o livro à época - 1951 - trata de problemas dos jovens daquele tempo. Não podemos esperar que os nossos adolescentes tenham os mesmos sentimentos, mas, quase se pode dizer que é um livro que rompe com o que seria aceite em famílias de bem.

Holden é, no fundo, um rebelde. Chumba, é expulso de vários colégios, bebe, fala de sexo... os dias em que passa em Nova Iorque, praticamente, sozinho são usados para pensar e tentar formular um sentido para tudo o que acontece. Relembra, muitas vez, o irmão que morreu e que era o seu melhor amigo, e no quanto ele era inteligente e esclarecido.

Não posso dizer que amei de paixão este livro, mas também não odiei. Ficamos assim num 60/40 maroto, a pender para o "gostei".  Uma curiosidade: seria o livro que o assassino de John Lennon transportava consigo, quando esperava pela polícia.

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