Com a oferta do Kindle no Natal de 2017, criei uma conta na Amazon para, de vez em quando, conseguir uns livrinhos fixes, a preços simpáticos (ou de graça, vá!). E, quase todos os dias, recebo mails da empresa com as promoções do dia.
Por zero euros, adquiri "A Pianista" de Machado de Assis, publicado em 1866. A ação passa-se em 1850, no Rio de Janeiro.
Malvina é uma jovem, bem parecida, elegante, simpática e de boas maneiras. Apesar de não ser de uma família de posses, a jovem é professora de piano, logo, é assídua nas casas de algumas das melhores famílias e essa profissão era a única forma de se sustentar, bem como a mãe, uma pobre mulher viúva.
Entre as meninas a que Malvina dava aulas de piano, contava-se Elisa, filha de Tibério Valença, um homem conservador e algo severo, com mentalidade colonialista e monárquica. Tomás, irmão de Elisa, cai de amores por Malvina.
O pai, que queria que os filhos casassem apenas com pessoas da sua classe social, manda Tomás para a Bahia, para o afastar da bela pianista.
Tudo o que vem depois, é spoiler. Este conto é tão simples, tão delicado, quase inocente que, à primeira vista é apenas uma história de amor, mas, um olhar mais atento vê que é tudo menos isso. As desigualdades sociais, as hierarquias, o papel da mulher, o papel do homem - tudo é escrutinado nestas poucas páginas. Tibério, sim, é o grande protagonista.
De quando em quando, vale a pena ler o que se escrevia do outro lado do Oceano, quando, por cá se discutia a Questão Coimbrã.
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