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quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Lido: Aquela Noite em Auschwitz, de Jamila Mafra

Perda de tempo, pura e simples. Eu gostava de dizer alguma coisa simpática sobre este livro, juro por todas as moléculas do meu corpo... o factor "Auschwitz" no título atraiu-me bastante, confesso. A sinopse apresentada pela Amazon também era engraçada. Não estava à espera de uma obra-prima, mas também não estava preparada para um livro tão fraquinho.

Lindie é uma jovem adolescente, filha de um general nazi. Quando faz 16 anos, o pai oferece uma grande festa, e Lindie conhece Steve, um jornalista e professor. Mas, a jovem namora com Joseph, um soldado das fileiras de Hitler. Aqui há um salto temporal de dois anos.

Lindie está a iniciar a universidade. E tem Steve como seu professor. Ambos, são aquilo que podemos designar como subversivos, altamente contra os ideais nazis, proclamados por Hitler e os seus. Apaixona-se, consegue terminar com Joseph e começa uma relação com Steve, e inicia uma pequena participação com a Resistência, escrevendo textos para folhetos anti-fascistas.

A melhor amiga é judia, e, após algum tempo escondida, é encontrada e enviada para Auschwitz. Lindie vai para lá para a salvar. Em apenas uma semana. Na véspera da fuga, Joseph que estava destacado no campo, vai ao quarto de Lindie, diz-lhe umas palavrinhas doces, uma dançazinha partilhada e pumba... vão para a cama. No outro dia, ela arrepende-se muito. Fim da história em Auschwitz.

De regresso a Berlim. Lindie conta a Steve o que aconteceu. Terminam o relacionamento. Lindie apercebe-se que ama os dois. O pai de Lindie descobre que a filha é uma traidora do regime e dá-lhe uma tareia. Lindie recebe a notícia que vai para o Canadá com a mãe - e com a amiga judia que entretanto está escondida em casa dela, e, não esqueçamos o pai de Lindie é um general de Hitler, mas está na boa por albergar uma fugitiva de Auschwitz. Lindie afinal está tranquila por ir para o Canadá, porque afinal até fica perto dos Estados Unidos que era o seu grande objetivo: estudar em Princeton com Einstein. Passados 3 anos, Steve reaparece, fresco e fofo e afinal sempre a amou e vão ficar juntos para sempre. Fim.

Foram apenas 159 páginas. Só por isso é que levei isto até ao fim. É um livro sofrível: não acrescenta absolutamente nada de novo ao que já sabemos sobre a ascensão nazi e a Guerra Mundial. As ideias são repetidas até à exaustão. Até como romance é fraquinho. Na introdução, está escrito que é um livro para um público pré-adolescente e adolescente mas, sinceramente, afastem e tranquem as vossas filhas. Na tal introdução é ainda dito que não tem "compromisso com a realidade" e que pretende proporcional "o mínimo de reflexão aos leitores" - mas, mais uma vez, afastem as vossas filhas.

Na minha mais modesta opinião, há muitos livros que podem proporcionar - a este público específico - as mesmas coisas, mas de qualidade muito superior. Eu sei que nós, adultos, também temos a literaturinha de cordel, e os nossos guilty pleasures. Mas somos adultos, caramba. À partida, sabemos que aquele livro de faca e alguidar é mau. Mas se estamos a tentar incutir aos pré adolescentes e adolescentes, o mínimo de informação, entretenimento, e quiçá... sem sermos muito ambiciosos... o gosto pela leitura... nunca será com este tipo de livro.

Não dei estrelas no Goodreads. Assinalei como lido, conta como 1.ª leitura de 2019, mas fico feliz por não ter gasto dinheiro com ele.

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