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quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Lido: A Última Ceia, de Nuno Nepomuceno

Depois de ter ouvido críticas fabulosas sobre Nuno Nepomuceno, e o seu "Pecados Santos" (que ainda virá cá para casa, a seu tempo), decidi comprar "A Última Ceia", e assim estrear-me neste autor português.


Posso dizer, sem sombra de dúvida, que foi do dinheiro melhor gasto nas últimas semanas (um destes dias, conto-vos como fui enganada por uma editora que declarou falência, em dezembro). Antes de mais, consegui um exemplar autografado... já aí, começou o meu entusiasmo. E é um autógrafo a sério, escrito a caneta... não é cá um desses autógrafos manhosos em que percebemos à distância que é cópia.


Depois, a história. Começamos com o roubo de uma cópia de "A Última Ceia". À medida que vamos lendo, ficamos a saber que existem três cópias do original de Leonardo da Vinci. Ao longo dos anos, o fresco do mestre italiano tem sofrido muitas agressões (nomeadamente, um bombardeio durante a II.ª Guerra Mundial) e as cópias - uma delas de Giampietrino, um discípulo de da Vinci - conseguem captar toda a essência da obra original, tendo sido essenciais em trabalhos de restauro.

Pouco tempo depois, a 2.ª cópia também é roubada. E é nessa altura que o mundo entra em ebulição, já que os ladrões informam que, daí a um ano, irão roubar a derradeira cópia, a de Giampietrino.

Em paralelo, Sofia, filha de um falecido embaixador italiano em Lisboa, conhece Giancarlo, um milionário italiano. E - isto não é spoiler - vemos que "ali há gato".

Em Lisboa, Afonso Catalão é contactado pelo seu oficial de ligação dos serviços secretos.

Os capítulos são curtos - entre 3 a 6 páginas - e a escrita é entusiasmante. E, tenho de acrescentar, viciante. Ando bastante cansada - o meu sustozinho cardíaco do mês passado não passou disso mesmo, mas mói - e a minha intenção era ir lendo. Devagar. Meia dúzia de páginas por dia. Sem pressões. Impossível!!! Começamos a ficar enredados pela trama e só queremos ir até ao fim.

(aposto que a minha mãe iria adorar o Nuno e os livros dele!)

Gostei muito das personagens. Entretanto, fui ler as sinopses dos livros anteriores do Nuno, e este é o 3.º em que Afonso Catalão aparece. Fiquei com a sensação de querer explorar mais do que já aconteceu com este homem... a angústia, aliás, a melancolia deste professor dizem-me que há tanto mais por saber. Certamente, está mais do que justificado nos livros anteriores, e é aqui que sou "apanhada na curva": tenho de satisfazer a minha curiosidade e obtê-los.

Pelo que fui percebendo aqui e ali, algumas críticas dizem que este livro está um pouquinho abaixo de "Pecados Santos". Mas, uma das "vantagens" de ainda não ter lido nada de Nuno Nepomuceno é esta: não tenho termo de comparação. Para mim, merece 5 estrelas. Descobri muito sobre "A Última Ceia" que desconhecia. E, a partir do momento, em que aprendo com as leituras que realizo, merece 5/5.

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