Sobre o livro:
«A noite levava-nos a pensar, a imaginar comida, a nossa casa, mais comida, terríveis cenas de infância, essa época abominável, misturavam-se com imagens de comida e exponenciavam o nosso suplício (…) tornava-se incomodativo e alguns choravam, para em seguida se rirem. Terminadas as lamúrias, tudo corria melhor, fazia-se silêncio, podia-se dormir.»
A Grande Guerra assola a Europa do início do século XX. Um capitão do Corpo Expedicionário Português encontra-se num campo de prisioneiros alemão, sem documentos que atestem a sua patente de oficial, obrigado a partilhar a vida e o destino dos seus conterrâneos mais pobres. Tem fome, ouve detonações constantes, observa, sonha, procura um sentido para tudo aquilo que o rodeia, tenta terminar o relato de uma estranha história sobre cientistas alemães e gravações de voz, procura desesperadamente o silêncio e, acima de tudo, a paz das coisas simples.
«No intrincadíssimo horizonte da atual literatura portuguesa, João Reis oferece uma marca de singularidade muito original.» — Jornal de Letras
«Um humor sarcástico e subtil que se vê pouco na literatura lusa.» — Público
João Reis nasceu em Vila Nova de Gaia em 1985. Licenciado em Filosofia, foi editor da Eucleia Editora, que fundou, de 2010 a 2012. Atualmente, é tradutor literário, especialista em línguas nórdicas, tendo traduzido para português livros de Knut Hamsun, Halldór Laxness, August Strindberg e Patrick White, entre muitos outros autores.
Entre 2012 e 2015, trabalhou e residiu na Noruega, Suécia e Inglaterra, onde exerceu várias profissões. Escreveu o romance A Avó e a Neve Russa (ed. Elsinore) no decurso de uma residência literária em Montreal, Canadá, realizada em 2015. Nesse mesmo ano, foi finalista do Bare Fiction Prize na categoria de flash fiction e publicou a sua novela A Noiva do Tradutor (ed. Companhia das Ilhas).
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