Mais do que um bom livro... mais do que uma história que envolve mistério e investigação... Os Anagramas de Varsóvia é um livro sobre o Holocausto e sobre os terrores sofridos pelas vítimas do nazismo - não falo só dos judeus, mas de todos aqueles que ousaram fazer frente à máquina da guerra, armadilhada por Hitler.
Erik Cohen, o protagonista e narrador desta história, está morto. Sabemos essa informação nas primeiras linhas do primeiro capítulo. E, por alguma razão, surge perante Heniek Corben, em dezembro de 1941, pouco tempo depois de ter morrido. Começa então a contar-lhe a sua própria história.
Em meados de 1940, Erik, um reputado psiquiatra de origem judaica, muda-se para casa da sua sobrinha Stefa e do seu sobrinho-neto, de nove anos, Adam, um gueto na cidade de Varsóvia. As coisas decorriam com uma normalidade aparente quando, um dia, Adam desaparece. No dia seguinte, o corpo de Adam aparece junto ao arame farpado e pior, com uma perna cortada.
Erik e o seu velho amigo Izzy propõe-se a descobrir quem matou o pequeno, até que descobrem, dias mais tarde, que o mesmo voltou a acontecer: uma menina aparece morta e sem uma mão.
Os Anagramas de Varsóvia desenvolvem-se com esta premissa. E ao mesmo tempo, contam uma história de sobrevivência.
Apesar de ser um livro muito bom, gostei muito mais de O Última Cabalista de Lisboa, razão pela qual não lhe dei 5 estrelas no Goodreads. E, mais uma vez, confirmo: arrepio-me sempre com livros desta época. Calhou terminar este livro no mesmo dia em que revi o filme Saving Private Ryan (Steven Spielgberg, 1998) e atesto que a 2.ª Guerra Mundial e as atrocidades que se cometeram durante este confronto não deverão perder-se na memória.
Agora, estamos na iminência de um novo conflito mundial e era bom que as nações perdessem um pouco do seu tempo a meter a mão na consciência e a perguntar-se se querem mais décadas de dor, sofrimento e sacrifícios? Se querem perder mais gente que, no futuro, podem ser ativos fundamentais nas comunidades onde se inserem? Não serão as pessoas bem mais preciosas? Costumo fazer, com o meu filho, um exercício: o que é mais importante - aquilo que lhe pertence ou as pessoas que o rodeiam? Se até uma criança de 5 anos dá mais valor à família e aos amigos do que aos carros e aos legos, também o deveria ser para os adultos... (acho que já me estou a desviar do tema).
Pessoas, é ler. Ainda por cima, na FNAC está a um preço simpático; aproveitem!
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