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sexta-feira, 23 de março de 2018

Lido: As Sombras de Leonardo da Vinci

Spoiler alert: este livro começa com a morte de Leonardo da Vinci. Sim, o senhor falece. Eu sei, é um choque, ninguém estava à espera...

Deixando de lado a brincadeira, As Sombras de Leonardo da Vinci é um excelente exercício de como a ficção e a realidade se podem confundir. Tudo bem que a Wikipédia nem sempre é a melhor das fontes de confirmação, mas, à medida que ia lendo este livro, ia pesquisando alguns pormenores e, excluindo os diálogo, batia tudo certinho.

À medida que lemos, vamos acompanhando o frenético Leonardo da Vinci e o seu início de carreira, apadrinhado por Lorenzo Médici, o chefe da família Médici, uma das mais influentes (e ricas) em Florença desde o século XIV.

Nas 300 e tal páginas deste livro, vemos desfilar nomes tão conhecidos (mesmo da cultura pop... este livro é quase um Os Bórgias meet Da Vinci's Demons): Maquiavel, César Bórgia, Savonarola, Sforza, Miguel Ângelo, Botticelli, Rafael, entre muitos outros.

O trabalho de investigação é irrepreensível. Sabemos, claro, que os diálogos são ficcionados, mas os factos são aqueles e, por mais anos que passem, o génio de da Vinci permanece.

Uma das minhas paixões é a História. E as ficções históricas aquecem-me o coração. Não só porque sei que aquilo que estou a ler, romanceado, aconteceu verdadeiramente e que hoje, anos ou séculos depois, estamos a "colher" os frutos daqueles factos, mas também porque, a minha parte mais... não queria dizer, romântica, mas cá vai... gosta de fantasiar o "como" é que as coisas tomaram determinado rumo, e não outro.

As Sombras de Leonardo da Vinci é um livro muito muito interessante. 

Um aparte que nada tem a ver com o livro - há uns tempos, após ver uns minutos a nova versão de As Tartarugas Ninja, comentava com o meu excelso companheiro que os miúdos, se não forem instados a isso, nunca irão saber os verdadeiros nomes das ditas. Mike, Leo, Donnie e Rafa não são, de todo, o mesmo que Michelangelo, Leonardo, Donatello e Raphael. Americanizar os nomes vai contra o conceito da ideia: às tartarugas, foi dado o nome de artistas do Renascimento. Ponto final. Se tiverem filhos, por favor, expliquem-lhes. Não há nada melhor que fazer perdurar a memória.

Sobre o autor:
Christian Gálvez nasceu em Madrid, em 1980. Licenciado em Filologia Inglesa, é um dos rostos da televisão espanhola, onde conduz com êxito um concurso cultural. É também diretor de uma produtora direcionada para potenciar o talento de jovens promessas.
Desde 2009, divide-se entre o trabalho em televisão e a investigação sobre Leonardo da Vinci, vivendo entre Madrid e a Toscana. É um dos mais conhecidos especialistas internacionais do artista. Além deste livro, é igualmente autor de Rezar por Miguel Ángel, Leonardo da Vinci: cara a cara, entre outros.

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