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segunda-feira, 13 de novembro de 2017

A Cicatriz do Mal, de Pierre Lemaitre

"Não conhecemos mais de uma centésima parte do que nos acontece. 
Não sabemos que pequena parte de céu paga todo este inferno"
William Gaddis, The Recognitions
(frase que antecede o início da ação do livro)


aqui tinha falado deste livro - A Cicatriz do Mal, de Pierre Lemaitre - na altura do seu lançamento. E agora tive a hipótese de o ler. Com algumas (MUITAS!) interrupções pelo meio, porque um certo cavalheiro de 4 anos não gosta de ver a mãe a ler tranquilamente, demorei mais de uma semana a terminá-lo...

A Cicatriz do Mal é a conclusão da trilogia que envolve o comissário Camille Verhœven,  comandante da Brigada Criminal francesa. Neste livro, vemos a história de Camille, após os eventos de "Irène" e "Alex", os primeiros livros desta série".

A Cicatriz do Mal é o meu género de livro: thriller/policial negro, com um protagonista que não é um herói... será, aliás, muito mais um anti-herói. Não é o polícia bonito e sexy que derrete corações enquanto resolve crimes, mas sim um policial com 1,45 metro, viúvo, pouco social, que pouco segue as regras...

Neste livro - que aviso já: não é para meninos! - começamos imediatamente com um resumo daquilo que vai acontecer: a mulher que Camille ama vai ser atingida por três tiros de espingarda de repetição, exatamente no dia em que é o funeral do seu melhor amigo. Após o luto, Camille consegue superar a perda da mulher e envolve-se com Anne Forestier, "uma mulher luminosa": "delicadamente morena, um belo olhar verde-claro, um sorriso estonteante quanto baste...".
Durante um dia normal, Anne, simplesmente, está no sítio errado, na hora errada, quando dá de caras com um trio de assaltantes, à entrada de umas galerias comerciais. Violentamente espancada e atingida a tiro, Anne, por milagre, sobrevive e é transportada para o hospital.

Camille, saltando etapas, consegue que este caso lhe seja entregue, nunca revelando a relação que o liga a esta vítima que ele finge não conhecer - este namoro é recente e praticamente secreto. Inclusivamente, mente aos seus superiores de forma a manter-se na investigação.

Anne continua a ser perseguida: no hospital e no refúgio para onde Camille a leva.

Mas quem é esta mulher? Porquê esta fixação por Anne? O que não está a ser bem explicado? Quem é a verdadeira vítima de todo este cenário?

São estas perguntas - sem resposta aparente - que queremos ver respondidas. O mais depressa possível.
O livro está muito bem construído. Vemos a ação sob a perspetiva de Camille e do assaltante, durante as várias horas de 3/4 dias consecutivos... o tempo que vai desde o assalto até à conclusão do caso.


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