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terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

Lidos: Um mundo sem fim, de Ken Follett

Trouxe da Biblioteca Municipal de Sintra, em duas idas, os dois volumes de Um mundo sem fim. 584 páginas e 596 páginas, respetivamente. Coisinha pouca. 

Andava eu "ralada" que ando a ler pouco, e depois deparo-me com estes números e vejo que ando mas é parvinha. 

Um mundo sem fim é a duologia que dá sequência ao Os Pilares da Terra que li - deixem-me consultar os arquivos... um minuto... não se vão embora... -  em 2012 (volume 1 e volume 2). 200 anos depois dos acontecimentos de Os Pilares da Terra, Kingsbridge é uma cidade vibrante. A catedral ocupa o lugar central da vida da comunidade e tudo vai bem. 

A ação começa na catedral, durante a missa do Dia de Todos os Santos. Sem sabermos, somos apresentados a algumas daquelas que vão ser as personagens centrais desta nova história. Depois da missa, Caris, Gwenda e os irmãos Merthin e Ralph seguem em direção a uma floresta. Quando lá chegam presenciam um duplo assassinato: um cavaleiro mata dois outros homens que vão em sua perseguição. As crianças fogem, exceto Merthin, que vê o cavaleiro a enterrar algo, e pede-lhe silêncio. Diz que a carta que acaba de enterrar contém um segredo muito importante e que ambos podem vir a ser mortos para que o seu conteúdo não seja revelado. Thomas, assim se chama o cavaleiro, bastante ferido, procura refúgio no mosteiro e torna-se monge. 

As crianças, essas, seguem a sua vida. Merthin e Ralph, filhos de um nobre, caído em desgraça, têm sortes diferentes. Enquanto que o primeiro se torna aprendiz de carpinteiro, o segundo - apesar de ser o mais novo - é entregue aos cuidados do Conde de Shiring, para se tornar cavaleiro, quase como numa tentativa de recuperar o prestígio da família.

Dez anos se passam, e é nessa altura que a história começa a ver reais desenvolvimentos. 

Apesar de ser uma narrativa longa - são quase 1200 páginas, no total - os arcos principais são interessantes o suficientes para nos importarmos com o que se passa com as personagens. Temos, como seria de esperar, a dicotomia "bem versus mal", as personagens claramente boas contra as personagens claramente desprezíveis... 

A minha única crítica é a semelhança com a "receita" usada em Os Pilares da Terra. Temos o artífice genial em quem poucos acreditam, a família caída em desgraça que busca a redenção a qualquer preço, o arco do mosteiro, os antagonistas desprez e um grande segredo capaz de destruir Impérios.  

Mas, estamos a falar de Ken Follett, e goste-se ou não, o senhor não anda nisto há dois dias e sabe o que faz. As personagens estão bem desenvolvidas, conseguimos perceber a razão porque tomam a decisão B em detrimento da A, e temos uma noção para onde tudo se encaminha. Sabemos que tudo vai correr bem, mas os caminhos para lá chegar são tortuosos. E o segredo deste livro está nesses caminhos tortuosos. 

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