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domingo, 10 de janeiro de 2021

Lido: O Senado, de Luís Corredoura

Quero deixar claro que todas as leituras que tenho feito têm estado inseridas nos vários projetos e maratonas que circulam pela comunidade de leitores portuguesa - seja a maratona das Estações Literárias, sejam os projetos Português é Bom! ou Luz de Outono. Não tenho estado a deixar essa indicação nos postas - erro meu, assumo! - mas todas as leituras têm essa lógica. 

Deixando esse apontamento, vamos ao senhor que se segue. Luís Corredoura é licenciado em Arquitetura e Mestre em Recuperação do Património Arquitetónico e Paisagístico. Entrevistei-o há uns anos para o Correio de Sintra, dado que ele é natural do concelho. Na altura, lembro-me que fiquei bastante interessada nos livros por se tratarem de históricos - e eu pelo-me por um bom romance histórico!

Há umas semanas, comprei em 2.ª mão num grupo do Facebook, o seu livro "O Senado". A história começa com António, um conceituado jornalista de investigação, a ser contactado por uma misteriosa mulher que diz ter revelações surpreendentes (e bombásticas!) sobre uma organização secreta. Uma organização internacional cujo poderio será superior à própria Maçonaria. 

António, um pouco desconfiado, aceita encontra-se com esta mulher que toma mil e um cuidados para ter a certeza que não é seguida. Com o tempo, os encontros - nos lugares mais extraordinários - a mulher vai fazendo as revelações mais impressionantes sobre o obscuro Senado, cujos tentáculos estão em todas as áreas de qualquer sociedade desde há séculos, expondo uma conspiração à escala global. 

Não sei se é de mim, que ando mais picuinhas, ou o livro podia ter, na boa, menos 50 páginas, que se tornaria substancialmente mais interessante. É um livro de conspirações e espionagem internacional - o que, só por si, já seria apelativo o suficiente para mim. Mas as explicações... matavam-me a paciência!!! 

Judite, assim se chamava a mulher, descorria (em páginas inteiras) factos, datas, nomes quase desde a Antiguidade, para contextualizar os meandros da influência do Senado. É praticamente impossível alguém se lembrar de tanta quantidade de informação. E, mais uma vez, este livro tem o mesmo problema do livro do José Rodrigues dos Santos: os diálogos anti-naturais e pouco coloquiais. 

Mais uma vez, se os diálogos fossem simplificados, se a quantidade de informação que não serve para nada... o livro poderia ter menos 50 ou 60 páginas e era mais empolgante, porque, naturalmente, fazia sobressair as partes com mais ação, conferindo um ritmo mais entusiasmante à narrativa, já que o arco principal é interessante o suficiente para prender o leitor. 

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