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sábado, 23 de janeiro de 2021

Lido: O imenso adeus, de Raymond Chandler

Uma pequena eternidade. O imenso adeus - Coleção Vampiro - já vivia nestas estantes há uma pequena eternidade. 

Trata-se de um daqueles policiais noir, protagonizados por um detetive mal-humorado, mas de fortes convicções e um código de conduta (e de valores) inabalável. Este livro foi publicado em 1953, e Chandler considerou-o o seu melhor livro.

O protagonista é Philip Marlowe, que acaba de conhecer Terry Lennox. Lennox estava à porta de um clube noturno, completamente embriagado, e é deixado sem boleia pela riquíssima ex-mulher. Depois deste primeiro episódio, os dois homens estabelecem algo semelhante a uma amizade, até que, numa madrugada, Lennox aparece em casa de Marlowe e pede-lhe que o leve, com urgência para o México. De volta, Marlowe descobre que a ex-mulher de Lennox - e com quem ele voltou a casar - apareceu morta.

Marlowe por ser associado a Lennox é detido para interrogatório, até que confesse o seu "papel" no homicídio da milionária. 

Quando é solto, Marlowe é informado que Lennox foi encontrado morto, num hotel, num qualquer lugar remoto do México. A causa de morte é suícidio. Entretanto, o detetive recebe uma misteriosa carta de Lennox - presumivelmente as suas últimas palavras, antes do suícidio - acompanhada de 5 mil dólares. Nada parece fazer sentido, mas com Lennox morto, a história conhece o seu fim. 

Marlowe é contactado pelo editor Howard Spencer que lhe pede que acompanhe o caso de um dos seus escritores, Roger Wade, que tem sérios problemas de bebida e de violência. Marlowe recusa, até ser contactado pela sedutora mulher de Wade que, em desespero, diz que o marido desapareceu há dias. É aqui que o nosso protagonista acede a trabalhar neste caso. 

E são estes os ingredientes para um livro envolvente. De que forma e onde é que estes dois casos se irão cruzar? Porque vão, isso vos garanto. 

Aquela polidez dos detetives certinhos e sexys não existe aqui. Marlowe bebe, fuma, é cáustico e com mau feitio. É o típico detetive que vimos em filmes a preto e branco do século passado. Aliás, "Marlowe foi interpretado no cinema pelos atores Humphrey Bogart, Robert Montgomery, George Montgomery, Robert Mitchum, Dick Powell, Elliot Gould, Danny Glover, James Garner e James Caan" (Wikipédia). Só nomes da Golden Era de Hollywood. 

Claro que não poderia faltar a "femme fatale", neste caso, a esposa de Roger Wade, Eileen. Bonita (do género estonteante), elegante, sedutora, manipuladora... 

Foi uma leitura fantástica. Adoro o género, a escrita, as personagens... e super-recomendo esta leitura para quem quer desanuviar de outras mais pesadas. 

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