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quinta-feira, 2 de abril de 2020

Lido: A Pérola, de John Steinbeck

29.ª leitura do ano

Há muito tempo que queria ler esta obra. Aliás, juraria que a minha mãe a tinha na velhinha coleção Livros do Brasil, mas como ainda não consegui localizar todos, não o posso afirmar com inteira propriedade.

No mês de março, antes de rebentar a bomba "covid-19", houve encontro do clube de leitura, e uma das meninas estava a desfazer-se de alguns dos seus livros, entre os quais, um exemplar de A Pérola. Trouxe-o comigo, e li-o num destes dias de confinamento. Não o li em 24 horas, porque, como já disse num outro post, não tenho tido grande disposição. Leio mais quando o Henrique se deita, ou quando o deixo ver televisão.

A Pérola fez-me lembrar um pouco os livros de Sepúlveda: um texto aparentemente simples, mas que encerra em si, um final contundente e inesquecível, com uma mensagem mais poderosa do que as palavras que compõe o texto.

Temos uma família pobre: Kino, um pescador índio, Juana, a sua esposa, e Coyotito, o filho bebé. Um dia, o bebé é picado por um escorpião. Procuram ajuda médica, mas os valores que o médico cobra são incomportáveis, e deixar a criança morrer, não é uma opção. Viram-se assim para o que melhor sabem fazer: tentam pescar uma pérola.

Kino, bafejado pela sorte, encontra a maior pérola que aquela alguma vez viu, e esta família torna-se alvo de falatório, curiosidade e de cobiça.

Mas, a sorte parece abandonar Kino, Juana e Coyotito, e estes embarcam numa fuga, que lhes permitirá concretizar todos os seus sonhos. Mas será exatamente assim? Como leitora, tinha um pressentimento, dado o tom quase profético da história.

Toda a jornada é feita de dificuldades e de entraves ao encalce de algo maior. Mas são a cobiça e ganância das pessoas que marcam o ritmo desta narrativa, e desta leitura.

Mais um clássico revisto, mais um Nobel da Literatura conhecido... mais uma leitura excelente numa época muito conturbada e muito confusa dos nossos tempos.

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