Já li este livro há uns dias (mais ou menos 5 dias), mas como tinha outros textos em atraso, surgirão por ordem de leitura, como sempre tenho feito.
Curiosamente, com a quarentena/isolamento/recolhimento - o que lhe quiserem chamar - sinto que tenho lido um pouco menos, visto menos vídeos no Youtube, e com uma maior preguiça... o facto de ter o Henrique em casa desde o dia 13, "obriga-me" a prestar-lhe um pouco mais de atenção.
E Terra de Neve é um exemplo claríssimo disso. Um livro com 169 páginas levou 3 ou 4 dias a ler, porque simplesmente não me estava a concentrar o suficiente.
Yasunari Kawabata escreve poesia em prosa. E Terra de Neve é todo ele um poema. As descrições, os diálogos, inclusivamente, os tempos mortos são escritos com o coração na ponta dos dedos...
Temos Shimamura, um homem de Tóquio, abastado, casado e com filhos que mantém uma estranha relação com Komako, uma gueixa da província. Conhecem-se numa altura em que Shimamura vai para um hotel termal, e pede uma gueixa. As gueixas estão, naquele momento, ocupadas, mas é chamada Komako, uma jovem adolescente que, muitas vezes, acompanha as gueixas nas festas. Boa conversadora, a jovem sabe imenso sobre música e teatro, e deixa Shimamura bastante intrigado com a sua personalidade.
Passa-se algum tempo e Shimamura regressa. Komako já é uma gueixa, e das mais populares, inclusivamente. Mas, apesar de tudo, Komako é um poço de inconsistência - às vezes errática, às vezes sóbria, às vezes furiosa, às vezes doce - que leva Shimamura a refletir, profundamente, sobre a jovem e os sentimentos que esta nutrirá por ele.
Sabemos à partida que é uma relação sem futuro. E ele também o sabe, e expressa-o, mas... e Komako? Como fica ela nesta equação?
Gostei do livro, gostei do ambiente e de conhecer um pouco mais da cultura japonesa, mas não creio que alguma vez tornarei a ele. Talvez me engane. Talvez não.
Li este livro por dois motivos: o meu projeto pessoal de ler mais Prémio Nobel da Literatura e para o #desafionijitv2020 do Fernando, que tem como objetivo primário levar a que mais pessoas leiam mangás.
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