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quarta-feira, 18 de março de 2020

Lido: O Monte dos Vendavais, de Emily Brontë

Olá, lembram-se de mim...? Sou aquela pessoa que programou os últimos 2/3 posts, ainda em fevereiro, e depois leu mais livros e ainda não atualizou este espaço. Que vidinhas, hein?? Na última vez que aqui tinha estado ainda não havia malta infetada e brincava-se com o facto de Portugal estar a safar-se à grande. Duas semanas se passaram, entretanto. Bons velhos tempos...

E, de acordo com o GoodReads, neste tempo, terminei quatro livros... adivinhem só quem se vai lançar a escrever e a programar textos de opinião? Daqui a 15 dias cá estaremos de novo...

Enfim. Comecemos.

O Monte dos Vendavais, de Emily Brontë. Terminei este livro com "mixed feelings". Falei deste livro no encontro do clube de leitura e a minha opinião, de forma muito resumida, é: se tivessem afogado o Heathcliff e a Catherine enquanto eram pequenos, tinha-se poupado imenso em chatices ao longo de 20 anos.

(os pelinhos da nuca arrepiam-se por cada vez que leio que é uma história de amor... não concordo!)

A história é contada ao leitor através de Nelly, uma governanta, que a narra a Lockwood, um senhor que está instalado numa propriedade vizinha do Monte dos Vendavais.

A narração começa quando o senhor Earnshaw, após uma viagem, chega acompanhado de um rapaz órfão, Heathcliff, que educa como se fosse seu filho. Os filhos de Earnshaw não acham muita graça, mas, aos poucos, Catherine aproxima-se do rapaz e dali nasce uma enorme amizade, que acaba por se transformar em amor. Mas Hindley, o filho, não cede, a acaba por ser enviado para estudar fora.

Quando Earnshaw morre, o filho regressa, assume a propriedade do pai, e começa a tratar Heathcliff, como um mero empregadito.

Como um bom romance vitoriano, a coisa não corre bem, obviamente. Catherine, por sua vez, acaba por casar com Edgar Linton, herdeiro da Granja dos Tordos. E Heathcliff desaparece. Regressa anos mais tarde, abastado, e desperta em Catherine vários sentimentos...

Tudo descamba a partir daí... porque Heathcliff regressa com uma enorme vontade de se vingar.

Heathcliff e Catherine foram, sem dúvida, as personagens que mais me causaram mal-estar de todos os livros que já li. Muito sinceramente. Não há um pingo de bom senso naquelas pessoas. Não há meios termos. E foi isso que tornou este livro, uma experiência incrível: a capacidade de gerar este tipo de sensações nos leitores.

Juro que tentei imaginar-me numa sociedade do século XIX na Inglaterra rural. Uma sociedade em que a mulher se submetia, e o homem dominava. A Catherine, só por si, é completamente diferente desta imagem tradicional. O que é, em parte, bom, excepto quando usa essa força de personalidade para ser manipuladora.

O livro é tremendo, incrível e muito bem escrito. Não deixem de o ler. Não o amei de paixão, mas recomendo-o, sem sombra de dúvida.

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