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terça-feira, 21 de maio de 2019

Lido: Quando Lisboa tremeu, de Domingos Amaral

Há muito que estava interessada em ler Domingos Amaral. Não me perguntem porquê. Os títulos dos livros dele são sempre muito interessantes, e aborda diversos temas da História, seja ela mais contemporânea, ou não. 

Então, quando a Patrícia Rodrigues lançou o vídeo das categorias de maio do projeto #Lusiteratura, depois de muito pensar, optei por este Quando Lisboa tremeu. A premissa era simples: durante o terramoto de 1755, em Lisboa, um grupo de sobreviventes acaba, devido à força das circunstâncias, formar um grupo muito pouco comum. 

Temos Santamaria, um pirata, acompanhado pelo seu companheiro árabe, duas freiras, um rapaz de 12 anos que acredita à viva força que a sua irmã gémea continua viva debaixo dos escombros da sua casa, e um comerciante inglês. 

Todos eles procuravam algo mais das suas vidas, e o terramoto - e o caos que se seguiu - permitiu que tivessem a oportunidade de encontrar esse "algo mais". E, de alguma forma, as suas vidas estão ligadas entre si. 

Dei-lhe 3 estrelas. Não é um mau livro, atenção. Lê-se bem, confirma-se que Domingos Amaral sabe trabalhar com as palavras, tem uma linha de imaginação muito interessante, mas sinto que faltou qualquer coisa, que se perdeu qualquer coisa, entre as idas e vindas dos personagens. 

Uma coisa que me fazia revirar os olhos, confesso, eram as linhas de diálogo das personagens. Uma das freiras falava com sotaque do Norte, havia - de tempos a tempos - outra personagem brasileira, o inglês misturava o português com a sua língua nativa, o árabe não conjugava verbos... por isso, sim, as linhas de diálogo eram um autêntico "corta-entusiasmo". 

Irei, certamente, ler mais Domingos Amaral, e espero, muito sinceramente, que este pormenor que considero um erro estratégico, não se replique. Entendi a intenção dele, mas não gostei. E por causa disso, Quando Lisboa tremeu não irá ser um livro que considere memorável. 

Leitura simpática, sim. Tema interessantíssimo, sem dúvida. Mas encanitei com as falas. Condenem-me!

Esta foi a minha 41.ª leitura de 2019. Tinha posto 45 livros como meta para este ano, no Goodreads Reading Challenge, mas, entretanto, já editei este número e apontei as baterias para os 60. 

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