Em novembro, já havia dado (aqui) a informação do lançamento de A Terceira Voz, do casal Cilla e Rolf Börjlind.
Agora, li-o. Começamos com Olivia Rönning, recruta da Polícia de Estocolmo, a procurar as suas origens, na América do Sul. Não li o livro anterior "Maré Viva", mas consegue-se perceber nas entrelinhas o drama pessoal da jovem, que assume o apelido "Rivera" da sua mãe biológica.
Na Suécia, Sandra fica sem combustível na mota e tenta contactar o pai, sem sucesso. Estando relativamente perto de casa, decide pôr-se a caminho, a pé, apesar do mau tempo que se faz sentir. Pelo caminho, sente-se desconfortável com a passagem de um desconhecido. Ao chegar a casa, depara-se com a figura do pai... enforcado.
Em Marselha, uma antiga artista de circo, que agora fazia filmes pornográficos, é brutalmente assassinada e desmembrada.
Aparentemente, estes dois casos nada têm em comum; mas, nos policiais nórdicos, nem tudo o que parece é. Tom Stilton, um ex-inspetor da Polícia com quem Olivia colaborou no passado, é arrastado para este último caso e quer o destino que juntem novamente forças para deslindar os mistérios que rodeiam todos os envolvidos.
Mas mais do que um policial, A Terceira Voz assume-se como um livro onde a crítica social é muito forte. Temas como a corrupção, a violência contra a mulher, os maus tratos a idosos, a violência sexual são abordados de uma forma muito direta, mostrando que apesar dos lugares cimeiros em indicadores como qualidade de vida, sustentabilidade, inovação, cultura e educação, a Suécia ainda tem (como todos os países da UE) um longo caminho pela frente no que toca à igualdade social.
Não foi um livro que me tirasse o fôlego como outros do género, mas é surpreendente, e o final não foi aquele que imaginava - o que é bastante positivo.
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