Tenho lido, este ano, alguns livros cuja temática é a II.ª Guerra Mundial, com especial incidência no Holocausto.
Desde que me lembro de estar na escola, nas aulas de História, e de se abordar este tema, senti-me fascinada. Já fiz duas visitas à Alemanha, e numa delas, antes de entrar no país germânico, passei cerca de um dia na Holanda e visitei a casa-museu Anne Frank. Havia lido "O Diário" quando era mais nova, e fiquei arrepiada ao ver - in loco - o espaço exíguo em que aquelas pessoas viveram durante poucos anos.
Já em Berlim, visitei o Memorial do Holocausto e, embora, hoje, já não me recorde muito bem o ano concreto da minha visita, lembro-me bem do sentimento de impotência, de claustrofobia e de tristeza imensa, simplesmente, por estar ali e ler os testemunhos e ver o que restava de vidas desaparecidas.
Isto para chegar ao A Rapariga de Auschwitz.
Para além de O Diário de Anne Frank, nunca tinha lido um livro escrito por alguém que passou pelas atrocidades cometidas durante o governo de Hitler. A maioria dos livros que li é baseada em relatos, em entrevistas, em análises de documentos, em visitas a campos de concentração... não são livros escritos pelo punho de uma sobrevivente.
Eva Schloss, em 1944, foi transportada para Auschwitz - das mais de 150 crianças desse transporte, ela é uma das (apenas) sete sobreviventes.
"Tinha 15 anos quando eu e milhares de outras pessoas atravessámos
às sacudidelas a Europa, num comboio composto por carruagens
de gado escuras e a abarrotar, e fomos despejados junto aos portões
do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau. Mais de 40 anos
haviam passado, mas, quando Ken Livingstone me pediu para falar,
uma sensação de terror absoluto formou-me um nó no estômago.
Senti vontade de rastejar para baixo da mesa, e esconder-me" - assim se lê na primeira página.
Na capa: "A Rapariga de Auschwitz começa onde O Diário de Anne Frank termina" - New York Daily News.
A mãe de Eva, Fritzi, também sobreviveu, por pouco, ao campo de concentração. O pai e o irmão morreram pouco antes da libertação do campo pelo exército russo. Em 1953, Fritzi acaba por casar com Otto Frank, pai de Anne.
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