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terça-feira, 26 de março de 2019

Lido: O Amor nos Tempos de Cólera, de Gabriel García Márquez

Tenho tido sorte com as leituras que tenho feito; é isso, ou então os meus critérios alteraram-se. A verdade é que O Amor nos Tempos de Cólera de "Gabo" foi mais uma leitura de 5 estrelas.

Fiz um forcingzinho para terminar de ler as últimas páginas, apesar de estar já bastante cansada. Trata-se d'O Romance de "Gabo". Mais do que de amor, é um livro sobre a existência e a condição humanas, sobre o destino...

Florentino Ariza, um jovem apagado, apaixona-se por Fermina Daza. Durante algum tempo, cerca de 3 anos, correspondem-se, mas, um dia, a magia que Fermina sentia, desaparece. Casa-se, viaja pelo mundo, tem filhos, envelhece, sem se aperceber que Florentino mantém, dentro de si, a chama apaixonada dos tempos de adolescente.

A promessa que lhe fizera mantém-se, apesar do tempo: ele amá-la-à para sempre.E eis que, entretanto, se passaram 53 anos. 

Não vou alongar-me. Aliás, não quero alongar-me.

Nos últimos dias, discutiu-se o momento em que nós, leitores, desistimos de uma leitura. Há tanto para ler. Seriam precisas mil vidas para conseguir ler tudo aquilo que é produzido; contudo, acho que há uma altura para cada um dos livros que nos passam pelas mãos. E acho que só agora, com 36 anos, o momento do meu encontro com "Gabo" é uma reunião feliz. Já havia lido outros livros dele, mas tinham-se apagado da memória. Este ano, já reli "Memória das Minhas Putas Tristes" e foi maravilhoso.

Agora com O Amor nos Tempos de Cólera deu-me para rir, revirar os olhos, enervar-me, assustar-me e comover-me. Não chorei, mas vontade não faltou. É uma obra soberba. Quase conseguimos sentir, cheirar, visualizar aquilo que as personagens sentem, cheiram ou visualizam.

"Fermina Daza continuou imóvel até de madrugada, a pensar em Florentino Ariza, não como na sentinela desolada do Parque dos Evangelhos cuja recordação já não lhe suscitava nem uma luzinha de nostalgia, mas como era então, decrépito e manco, mas real: o homem que esteve sempre ao alcance da sua mão e não soube reconhecer."

Ousem ler "fora da caixa". Sejam ousados. Não olhem para os livros como objetos velhos. Observem. Sintam-nos. Criem relações. Nunca vi o filme, e, no entanto, criei-o na minha cabeça. E agora, até tenho receio de o ver, para não apagar da mente, as minhas criações imaginárias. 


2 comentários:

  1. Quero tanto reler este livro e os cem anos de solidão!!!

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  2. Tenho a sorte de ter lido os dois no espaço de um ano. São obras absurdamente fantásticas. E não consigo escolher de qual gosto mais. Os dois livros são igualmente muito bons!

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