Que livro espetacular, senhores! Não é o melhor que li este ano, mas está no Top 10, garantidamente. Mais um livrinho que estava no Kindle a "apanhar pó", e que acabei por lê-lo em dois dias. Simplesmente, não conseguia parar de ler.
A Sombra do Vento é um livro sobre um livro e sobre um autor. Enquanto lia, dei por mim a pensar no 2666 do Roberto Bolaño - logo, na primeira parte, onde os professores italiano, espanhol e francês e a professora inglesa procuram, incessantemente, o rasto de Archimboldi, desde as suas origens.
Aqui temos Daniel Sempere, um jovem barcelonês, órfão de mãe, que é levado pelo pai, proprietário de uma livraria, ao Cemitério dos Livros Perdidos, um local quase místico para onde são transportados os livros que vão sendo esquecidos ao longo dos anos. Daniel encontra "A Sombra do Vento", de Julián Carax. O fascínio que sente por aquela obra, leva-o a tentar procurar saber mais sobre o autor.
E é aí que tudo começa a correr mal. Em busca do paradeiro de Carax, Daniel é envolvido numa rede complexa de intrigas, de mentiras e logros, numa cadeia de segredos engendrados ao pormenor. Contudo, Daniel não está sozinho. É sempre acompanhado por Fermín Romero de Torres, o comic relief deste livro, que tendencialmente, pode tornar-se ligeiramente obscuro.
Mas, A Sombra do Vento torna-se tão viciante e, ao mesmo tempo, tão enervante que só queremos saber onde tudo irá desembocar.
Adorei, adorei, adorei...
E agora, sou "obrigada" a ler o que resta da série "O Cemitério dos Livros Esquecidos" (uma tetralogia que continua com O Jogo do Anjo, O Prisioneiro do Céu e O Labirinto dos Espíritos).
Ainda não tinha lido nada deste autor espanhol, mas estou fascinada com o estilo de escrita. É atraente e viciante, é bem escrito, sem ser pedante ou presunçoso, não tem falinhas mansas, nem é condescendente com o leitor... é uma escrita honesta e limpa.
Zafón nasceu em Barcelona em 1964. Inicia a sua carreira literária em 1993. Em 2001 publicou este A Sombra do Vento, que rapidamente se transforma num fenómeno literário internacional. As suas obras já foram traduzidas em mais de 40 línguas e conquistaram numerosos prémios e milhões de leitores nos cinco continentes. Actualmente, Carlos Ruiz Zafón reside em Los Angeles, onde trabalha nos seus romances, e colabora habitualmente com La Vanguardia e El País.
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