Iniciemos a "corrida" das atualizações, então.
A história é muito boa. A construção das personagens é brilhante ao ponto de nos levar a ofender este ou aquele, até me lembrar que não passava de ficção. Há muitas personagens, e riquíssimas, com um background muito forte e credível. Só houve uma que me deixou dúvidas quanto ao seu destino, e que gostava de saber o que lhe tinha acontecido efetivamente.
Este livro foi lido para os projetos "Estações Literárias - Verão" (categoria livro com mais de 500 páginas) e "Mais Verão" (letra A - presente no apelido da autora Adichie).
O livro Os Herdeiros da Terra é uma sequela de A Catedral do Mar (que li em abril de 2018: link). Lá seguimos a saga de Arnau Estanyol e a sua demanda como homem livre numa Barcelona perfeitamente medieval, bem como as suas desavenças com a família da tia: os Puig. A construção da Catedral de Santa Maria do Mar foi o cenário para este livro magnífico que, entretanto, "ganhou" a sua própria série na Netflix, em 2018.
Entretanto, passaram alguns anos, e Arnau já é um homem de algum idade, e tomou para sua proteção o jovem Hugo, que perdeu recentemente o pai. Hugo tem apenas 12 anos e vê Arnau como um mestre e cujas opiniões segue sem pestanejar. Um dia, os Puig retornam a Barcelona, e rancores antigos vêm ao de cima. Hugo assume para si as dores de Arnau e depois de um episódio que envolve os mesmos Puig é humilhado, destratado e obrigado a deixar os estaleiros onde trabalhava sob orientação de um genovês, mestre de construção de barcos.
Sem perspetiva de futuro, Hugo divide-se entre a lealdade que tem por Bernat, amigo e único filho de Arnau, e a necessidade de sobreviver. Encontra trabalho junto de um judeu que lhe ensina os segredos do mundo dos vinhos e das vinhas. É com esta família judia que, em tempos, também havia sido a âncora de Arnau, que Hugo descobre o amor.
Sem perspetiva de futuro, Hugo divide-se entre a lealdade que tem por Bernat, amigo e único filho de Arnau, e a necessidade de sobreviver. Encontra trabalho junto de um judeu que lhe ensina os segredos do mundo dos vinhos e das vinhas. É com esta família judia que, em tempos, também havia sido a âncora de Arnau, que Hugo descobre o amor.
Este livro é um tratado. São 880 páginas, onde Hugo divide o protagonismo com o vinho. Temos de nos lembrar que, naquela altura, e estamos a falar de um período de tempo que começa em 1387 e vai até 1423, o vinho era um bem de primeira necessidade, a par do pão e/ou cereais.
E é aqui que o livro pode pecar: no excesso de explicações sobre vinhas e vinhos. Eu perdia-me quando o autor começava a descorrer toda a informação possível e imaginária sobre este assunto, que assumo que possa ser muito interessante, mas que não acrescentava nada essencial à trama principal. Mesmo as questões dinásticas eram interessantes q.b.: entendo o porquê de estarem ali presentes, mas li-as na diagonal. E por isso, e apenas por isso, que dei 4 estrelas a um livro que, se tivesse menos umas 150 páginas descritivas, era de 5 estrelas.
A história é muito boa. A construção das personagens é brilhante ao ponto de nos levar a ofender este ou aquele, até me lembrar que não passava de ficção. Há muitas personagens, e riquíssimas, com um background muito forte e credível. Só houve uma que me deixou dúvidas quanto ao seu destino, e que gostava de saber o que lhe tinha acontecido efetivamente.
Este livro foi lido para os projetos "Estações Literárias - Verão" (categoria livro com mais de 500 páginas) e "Mais Verão" (letra A - presente no apelido da autora Adichie).
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