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quinta-feira, 9 de julho de 2020

Lido: Todos Devemos Ser Feministas, de Chimamanda Ngozi Adichie

Todos Devemos Ser Feministas é o terceiro livro desta autora nigeriana que leio. No ano passado, li O Hibisco Roxo e, no mês passado, li A Coisa à Volta do teu Pescoço. 


Este livro é um ensaio - adaptado de uma TED Talk - sobre o feminismo nos dias de hoje. Chimamanda conta-nos que ainda em criança foi chamada de "feminista". Conta-nos que, na altura, não sabia o que isso significava, mas, para não dar parte de fraca, assumiu o "palavrão", mas que, chegando a casa, foi consultar o dicionário. 

Depois desse episódio, assumiu plenamente o seu feminismo. E partindo desse episódio, fala dos desafios de ser mulher, nos dias de hoje.

" (...) precisamos de criar as nossas filhas de uma maneira diferente. Também precisamos de criar os nossos filhos de uma maneira diferente."

Chimamanda insta a que todos se tornem feministas: que procurem a igualdade entre homens e mulheres, porque ser feminista não significa odiar homens, ou almejar o poder para as mulheres, mas sim que o sexo feminino tenha direito às mesmas oportunidades que os elementos do sexo masculino. 

O livro termina com o conto "Casamenteiros", que está incluído na coletânea A Coisa à Volta do teu Pescoço. Este conto fala-nos de uma mulher que se casa com um homem nigeriano que vive nos Estados Unidos da América há vários anos, e sobre a dificuldade de adaptação aos costumes americanos, que o marido exige. O casamento, arranjado pelos tios, sofre com essas exigências e o laxismo machista do homem perante a sua esposa. Termina com a mulher a receber conselhos de alguém de quem se tornou amiga, e a tentar arranjar forma de voltar a tomar as rédeas da sua vida. Uma forma mais discreta de feminismo e de rebeldia de uma nigeriana que havia sido educada para servir o esposo. 

É uma reflexão interessantíssima que deve ser divulgada, porque não obriga à tomada de lados: ou as mulheres ou os homens. Apresenta factos e dados para que cada um faça a sua auto-avaliação e medite nas suas ações em prol da igualdade. 

Este livro foi lido para os projetos "Estações Literárias - Verão" (categoria livro com menos de 200 páginas) e "Mais Verão" (letra A - presente no apelido da autora Adichie). 

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