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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Lido: Maus, de Art Spiegelman

Inicialmente, tinha previsto fazer um único post com as minhas leituras para o desafio da Silvéria: #24Horas1Livro (link redirecciona para o vídeo onde ela explica em que consiste o dito desafio). Mas, completei mais uma leitura que merece, só por si, um post independente.

Trata-se - como está no título - da graphic novel, Maus do cartonista Art Spiegelman. Como falar deste livro, sem voltar a sentir aquela impotência e a raiva que sinto sempre quando leio obras relacionadas com o Holocausto?


Maus é a história do pai de Art, Vladek, um judeu polaco, durante a sua juventude, até conhecer aquela que virá a ser a sua esposa, Anja, e de como ambos sobreviveram a Auschwitz e à Solução Final. Nesta obra, Art retrata, em cada vinheta, todo o processo de criação, especialmente, as entrevistas ao pai, com quem tem uma relação algo conflituosa. Vladek é um idoso doente, racista e com ideias bastante arreigadas de como quer que as coisas sejam feitas. O idoso passou pelos campos de concentração e conta, com mais ou menos detalhes, ao filho como tudo aconteceu.

Art recorre ao uso de metáforas com animais para escrever a obra: os judeus são ratos, os alemães são gatos, os polacos são porcos, os americanos são cães... o livro é, inteiramente, a preto-e-branco, e transmite ao leitor aquela sensação obscura, que, às vezes, é difícil apreender.

Um pormenor interessante é que, nas falas de Vladek, ficamos com a ideia que o livro foi mal traduzido - nada mais errado. Vladek é um idoso, polaco de origem, e a sua construção gramatical oral em inglês não é correta, e a edição portuguesa manteve-se fiel a essa oralidade.

Maus recebeu, no início dos anos 90, o Prémio Pulitzer.

É uma obra incontornável. Quase obrigatória, acrescento!

Comecei a leitura de Maus a 10 de fevereiro pelas 22h00, li durante cerca de 2h e terminei antes da hora de almoço do dia 11.



3 comentários:

  1. Uma das leituras a fazer um dia destes, sem dúvida!

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    1. E é tão bom, Ana. Vale mesmo a pena. Parece quase infantil, com os ratinhos, com o Vladek a falar "mal"... mas é uma história de sobrevivência, de relações, de amor...

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    2. Sim, sei que é imprescindível e agora, com a tua opinião, ainda mais!
      Beijinhos!

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