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sábado, 3 de novembro de 2018

Lido: O espião que saiu do frio, de John le Carré

Comprei este livro há muitos anos, por meia-dúzia de cêntimos, numa feira algures na Praia da Vieira. Sei que o li. Mas, na verdade, foi como se o tivesse lido pela primeira vez: as minhas memórias eram quase nulas. Só me lembrava dos instantes iniciais quando o protagonista vê morrer, à sua frente, um dos seus colaboradores, baleado por militares alemães, do "outro lado da Cortina".

Pouco há a dizer sobre O espião que saiu do frio - um livro, editado em meados de 1963, que já foi lido por milhões de pessoas.

Leamas, espião britânico, quer-se reformar. Com 50 anos, sente-se assoberbado com o trabalho e pretende "deixar o frio". Contudo, é chamado para uma última missão: tem de se infiltrar no seio do inimigo para proteger a identidade de um espião que faz jogo duplo.

A atual geração de leitores e amantes de cinema já leu (e viu) muito James Bond, muito Ethan Hunt, muito Bourne e, talvez - só talvez - não consiga ter ideia do que este livro significa: estamos a falar de uma obra de espionagem que foi escrita e lançada em plena Guerra Fria, em que os movimentos pró-EUA ou pró-URSS estavam em ebulição.

É isto que me fascina nestes livros antigos - O espião que saiu do frio, foi considerado, em 2005, pela revista Time, como um dos 100 melhores romances de todos os tempos - é aquilo que podemos ler nas entrelinhas, se nos pusermos no tempo e ação do que estamos a ler. Hoje, há muitos romances históricos, thrillers históricos, que nos tentam localizar naquele tempo e naquela ação. O espião que saiu do frio foi escrito numa altura... bélica... por assim dizer e Carré não nos poupou nem um bocadinho, quando se tratou de descrever o sentimento reinante entre os agentes ativos.

Este livro pertence à coleção Minerva de Bolso, e data de 1973 (10 anos antes do meu próprio nascimento). Considerei-o como "thriller" para o Livropólio, a maratona literária em que estou a participar, desde 5 de outubro.

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