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terça-feira, 21 de agosto de 2018

Lidos - temática "Auschwitz"

Sou uma fascinada por História; especialmente, no que concerne à 2.ª Guerra Mundial, por ter sido o conflito mais mortal da história da humanidade.

A 2.ª Guerra Mundial terminou "apenas" há 73 anos, e, ainda assim, hoje, cometem-se os mesmos erros do passado - às vezes, dou por mim a pensar que a Humanidade não pode ser assim tão esquecida, que tenha reservado, num canto escuro da memória coletiva, os horrores que aconteceram entre 1939 e 1945. 

Como interessada que sou pela temática, gosto de ler e de assistir a documentários sobre esta época. Especialmente, sobre o Holocausto, Auschwitz e os campos de concentração... comecei bem cedo, com o Diário de Anne Frank. Já estive, inclusivamente, no anexo onde Anne, a família e os restantes residentes estiveram escondidos, na Holanda. 

Desde dia 15 - o dia em que entrei "oficialmente" de férias - li "A Bibliotecária de Auschwitz", de Antonio G. Iturbe, e "Sonata em Auschwitz", de Luize Valente.

O 1.º é baseado na pessoa de Dita Kraus, hoje uma senhora de quase 90 anos, que era a fiel guardadora da biblioteca secreta de apenas oito livros que Fredy Hirsch ergueu no campo familiar BIIb de Auschwitz II-Birkenau. Fredy Hirsch foi um judeu, educador, que organizou uma escola clandestina em Auschwitz, onde as crianças podiam, durante o dia, esquecer um pouco os horrores que ali se viviam e manter alguma normalidade.
Dita tinha apenas 14 anos quando assumiu esta difícil e perigosa tarefa: guardar, distribuir e cuidar da frágil biblioteca. 

Neste livro, "desfilam" muitos dos nomes que, ao longo dos anos, fomos associando à "fábrica da morte", como é o caso de Mengele. 

Quando chegamos ao fim do livro, Iturbe conta-nos como conheceu Dita e, aí, levamos um segundo baque quando percebemos que a "nossa" pequena Dita que viu os pais serem mortos, é alguém que, efetivamente, sobreviveu ao pesadelo. 
A Bibliotecária de Auschwitz é um livro de 2013 e está na lista dos livros recomendados para o Ensino Secundário. 

Dita cruzou-se, inclusivamente, com Anne Frank e a irmã, em Bergen-Belsen, pouco antes destas morrerem. 

Terminei Sonata em Auschwitz há instantes. Este livro, com um caráter mais ficcional, segue Amália, uma jovem portuguesa que procura as suas verdadeiras raízes. O pai, Hermann, é alemão, naturalizado português, que há anos cortou os laços com os seus próprios pais. Hermann sofreu na pele a dureza do regime de António de Oliveira Salazar, foi torturado e foi para o exílio.
Um dia, apanha, por acidente, uma conversa telefónica entre o pai e a avó - quando supostamente  não se falavam, onde Gretl fala de Frida, avó de Hermann que, aos 100 anos, gostaria de fazer as pazes com o neto. 
Amália, em segredo, vai para Berlim e conhece Frida, a bisavó alemã que lhe conta a história de Friedrich, pai de Hermann, um capitão nazi que, nos seus últimos dias de vida, salvou uma recém-nascida judia.
Sonata em Auschwitz é um passeio primeiro pelas memórias de Frida, depois de Adele e, por fim, de Enoch... todos protagonistas que uma história com um final, pelo menos, um pouco feliz. 
Este livro foi editado este ano, pela Saída de Emergência (link direto para a página da SdE com a ficha técnica do livro). 


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