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segunda-feira, 15 de junho de 2020

Lido: Ensaio sobre o Dever (Ou a Manifestação da Vontade), de Rute Simões Ribeiro

Já passaram 15 dias desde a minha última postagem, mas quem me acompanha no Instagram sabe que não estive parada nas leituras. Desde "Desaparecer na Escuridão", já terminei mais 6 obras (sendo que 3 eram graphic novels). Um balanço positivo, portanto. E entretanto, tenho mais dois livros em mãos. 

Irei publicar as opiniões em posts separados - excepto as graphic novels que terão uma publicação única - portanto, esta semana terá textos fresquinhos com as minhas leituras mais recentes.

First things first.

Ensaio sobre o Dever (Ou a Manifestação da Vontade), de Rute Simões Ribeiro, foi o primeiro destes 6 livros terminados. Há umas semanas, segui a viva recomendação da querida Ana Lopes (canal O Sabor dos Meus Livros) e descarreguei da Amazon este livro. Ficou "em banho Maria", até que surgiu a maratona "Estações Literárias" e um dos desafios era ler um livro sugerido por um blogger/youtuber/instagramer. Lembrei-me, portanto, desta obra. 

E em boa hora o fiz. A primeira impressão é a semelhança com Ensaio sobre a Cegueira do Saramago, mas, ao invés dos cidadãos perderem a visão, é-lhes dada a escolher a manutenção de apenas um dos cinco sentidos. Ou seja, em 24 horas, todos os cidadãos do mundo tinham de escolher manter a visão, audição, paladar, tacto ou olfacto, perdendo, como consequências os restantes quatro. 

Imediatamente, o Governo de um determinado País decreta que será ele a escolher os sentidos que cada pessoa manterá, como forma de equilibrar a sociedade; contudo, o que prevalece é a vontade das pessoas e não o que havia sido decretado. 

Trata-se de uma obra muito interessante, com vários pontos de encontro com o "meu" Saramago, tais como as pinceladas de humor durante uma situação catastrófica, ou a existência de uma situação que rompe as fronteiras daquilo que consideramos normal, um Governo de um país cujo nome nos é desconhecido, a reacção da sociedade e a própria resolução do problema. 

Adorei. Foi uma leitura que me proporcionou uns tempos maravilhosos e aquele conforto interior que só sentimos quando estamos a gostar de verdade de um livro. 

Recomendadíssimo, especialmente aos fãs de José Saramago. 

Resta-me dizer que encaixei esta leitura no projeto "Chamar a Primavera", da Maria João Covas e da Maria João Diogo. 

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