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sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Conceição Duarte, a Devoradora de Livros

8 de dezembro de 1953: nasceria aquela que se tornou na minha mãe, mas que morreu poucos meses antes de completar 64 anos.

Hoje, o meu post é dedicado à minha mãe. Se hoje, este blogue existe, a ela o devo. Foi a paixão pelos livros que a minha mãe tinha, que herdei bem cedo. Aprendi, também cedo, as primeiras letras e cada vez me embrenhei mais na leitura (e, mais tarde, na escrita!).

Lembro-me das estantes cheias de livros. Livros do Brasil - Coleção Dois Mundos - era o que mais abundava. Lembro-me daquele logotipozinho nas lombadas e dos livros pela casa, ora no quarto dos meus pais, ora na mesinha da sala-de-estar. As visitas do vendedor do Clube de Leitores eram recebidas com entusiasmo.

Lembro-me de, nos primeiros anos da minha adolescência, querer comprar-lhe um livro pelos anos. De rodear as estantes da livraria em frente à escola e não levar nenhum porque os títulos ali, já ela os tinha a todos.

Lembro-me das minhas primeiras coleções de livros que ela me ia comprando à medida que ia podendo: Uma Aventura, O Clube das Chaves, Triângulo Jota - já na altura demonstrava uma apetência pelos livros policiais. Mas, aquela coleção que mais amei - porque já ela, na minha idade, a tinha amado - foi a coleção Condessa de Ségur. Li e reli Os Desastres de Sofia até à exaustão.

É... digo, era fácil, falar de livros com ela. Muitas das sugestões que aqui postei ao longo destes anos eram "intercâmbios" entre nós as duas.

E agora isto. Ficam as memórias.

Ultimamente, ela andava entusiasmada com José Rodrigues dos Santos. Comprou todos os livros - ou quase todos - do jornalista. Um dos livros por terminar, que ficou na mesa de cabeceira dela... era dele. José Rodrigues dos Santos, se me estás a ouvir, ela não chegou a comprar o último livro da trilogia Lótus. Mas aceito-o, como prenda, ao menos para completar o legado que ela me deixou!


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