A autora Isabelle Eberhardt, russa de nascimento, nos finais do século XIX (1877) faz parte daquele lote de mulheres que tiveram o privilégio de serem grandes viajantes numa época em que muitos países ainda mantinham intactos o misticismo e um certo estado de alheamento do mundo ocidental, que lhes dava um encanto muito próprio.
De espírito aventureiro aprende a língua árabe e a caligrafia e visita a Argélia com a mãe onde se converte ao islamismo. Vestida de homem viaja livremente experimentando uma liberdade nunca antes sentida.
Casa com um argelino e torna-se repórter dos jornais Akhbar e La Dépêche algérienne», tornando-se numa incansável viajante por toda a Argélia, Tunísia e Marrocos.
Amours Nomades é um obra que reune doze contos cujo fio condutor é o amor em terras magrebinas.
A beleza da sua escrita, a harmonia dos conteúdos remete-nos para um mundo místico, ímpar na sua diversidade e magistral pela sua unidade.
A morte surpreende esta mulher extraordinária aos 27 anos na sequência de uma cheia que devasta a sua casa em Aïn Sefra no outono de 1904.
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