Jane já conhecia Stephen, de vista, da escola. Só quando estavam nos seus 20's é que foram, oficialmente, apresentados. Jane, a personalização da timidez, desenvolveu uma paixão pelo jovem Stephen, quando a doença já havia começado a manifestar-se.
Apesar de lhe ter sido comunicado que a esperança de vida de Stephen seria curta, Jane aceitou casar-se com ele, ciente que poderia vir a ficar viúva. Contrariando todas as expetativas, tiveram 25 anos de vida em comum e três filhos.
Nessas mais de duas décadas, Jane foi tudo para Stephen: esposa, companheira, secretária, contabilista, gestora, enfermeira, cuidadora... sem nunca se queixar. Dela, naquele tempo, esperava-se que fosse a esposa modelo. Os desabafos eram relevados para segundo e terceiro planos. Foi acusada, pela família dele, de ser egoísta e de traidora. E, mesmo assim, manteve-se firme, até ao dia em que ele a deixou por uma enfermeira.
Quanto ao conteúdo: houve partes que passei à frente. Momentos em que Jane descrevia, exaustivamente, teorias e estudos de Stephen, ou explicações que recebia de outros físicos... se eu quisesse saber das teorias dele, lia os livros dele.
As partes das memórias, gostei, sim senhora. As partes teóricas, não gostei. Gostei do início da relação de ambos e da forma como Jane falava da admiração que sentia pelas conquistas de Stephen. Não gostei da forma como a família dele a tratava. Gostei da coragem de se manter firme. Não gostei da forma quase subalterna com que se deixava tratar, mesmo por ele. É todo um conjunto de coisinhas que me encanitam. Era a vida deles, são as memórias dela... e sei, claro, que cada moeda tem dois lados, mas esta foi a que ficou perpetuada em livro (e filme).
Esta leitura foi feita para a maratona Estações Literárias (categoria "livro que se passe na Universidade") e projeto "Luz de Outono" (letra T).
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