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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A Cidade da Alegria



Sem nenhum motivo aparente, de repente aflorou a minha memória uma obra que li à muitos anos atrás e que me marcou profundamente, e que posteriormente originou também um filme com o mesmo nome.
Co-escrita pelos grandes escritores Dominique Lapierre e Larry Collins, relata de forma jornalística a história de quatro pessoas que se cruzam, a de um jovem e rico médico que abandona a sua vida confortável, para exercer medicina num dos locais mais miseráveis e pobres deste planeta, um condutor de riquexó, um padre católico de origem polaca e uma bela enfermeira naquela que é ironicamente denominada «Cidade da Alegria» bairro de lata mais profundamente pobre que qualquer favela e onde doenças como a lepra proliferam.

A história verídica é sem dúvida um impressionante testemunho de vida que me fez e faz ainda hoje reflectir, sobre a verdadeira miséria humana e o quanto muitas vezes me queixo de uma forma rídicula dos problemas que por vezes atravesso, e que no fundo têm apenas a dimensão que eu lhes atribuo.

Mais impressionante é saber que autor doou metade dos seus direitos de autor da venda de mais de três milhões de títulos para o combate à pobreza na Índia. A sua generosidade contribuiu para curar da lepra cerca de oito mil doentes e erradicou a tuberculose de perto de outros mil e quinhentos. Recentemente adquiriu um navio-hospital que trata dos doentes dispersos pelas cinquenta e quatro ilhas existentes no rio Ganges. Um exemplo de vida, de generosidade humana e de solidariedade.

Além deste impressionante relato, também escreveram em conjunto um outro excelente livro, compilação de testemunhos sobre o período em que Paris se encontrava sob o domínio nazi, e como o general que era responsável pela cidade, se recusou a fazer explodir os então monumentos que se encontravam dinamitados. A esse general devemos o facto de a Torre Eiffel, o Arco do Triunfo entre outros ainda se encontrarem de pé.
Hitler pergunta, Paris já está a arder? E é este o nome não só do livro como da adaptação cinematográfica.

Por fim não posso deixar de mencionar uma outra obra do autor, de excelência que nos relata a formação do estado de Israel, génese do actual conflito israelo-palestiniano.
A obra intitula-se «Oh, Jerusalém» e conjuntamente com as outras duas atrás referidas constituem leituras de referência e grande qualidade.

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