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terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Lido: Joker e Frango com Ameixas

Joker, de Brian Azzarello e Lee Bermejo
e
Frango com Ameixas, de Marjane Satrapi

Decidi fazer um post único com as duas graphic novels que li, mais precisamente há uma semana, e que, vergonhosamente ainda não tinham sido alvo de post no blog.

 
Joker foi a primeira. É uma das compras do Amadora BD (ainda ali tenho mais duas que deverão ser lidas até ao fim do ano). Este livro foi comprado no seguimento do filme, mas, não tem nada a ver. Não se julgue que é o livro do filme, porque não é. Este álbum inclui duas histórias "Piada Mortal" e "Joker". Em ambas, assistimos ao escalar de loucura desta personagem. Na primeira, Joker foge do Arkham Asylum e consegue raptar o Comissário Gordon. Aqui temos acesso a uma das muitas versões da história de como Joker se tornou Joker. 

Na segunda história, Joker não foge do manicómio, mas é libertado. A ação é nos contada por Jonny Frost, um "associado" de um "associado" de Joker que foi incumbido de o ir buscar. E, nesse mesmo dia, decide vingar-se de todos aqueles que julga que o atraiçoaram durante o seu tempo fechado. 

Mas, mais do que o enredo, a arte deu cabo de mim. A minha área é Letras, percebo "zero" de Artes, mas fiquei louca com os detalhes, com as cores, com as sombras (essenciais ao retrato de Gotham City). Vale cada página. 

Há poucos dias, comprei na FNAC, o Frango com Ameixas da Marjane Satrapi, autora de Persépolis (que não li, mas tenho o filme). Este livro é substancialmente diferente do anterior. Neste, já não seguimos a nenhum momento da vida de Marjane, mas sim de um tio-avô. 

Nasser Ali Khan era tocador de tar, um instrumento de cordas tradicional das zonas de Irão, Azerbeijão, Geórgia e Arménia. Um dia, depois de uma discussão com a mulher, ela parte-lhe o seu tar. Nasser, inicialmente, tenta encontrar um instrumento substituto, até que desiste e deixa-se morrer, de desgosto. Ao longo dos dias, Nasser vai lembrando todas as pessoas e o seu percurso desde jovem, as frustrações, as pequenas alegrias... 

O registo gráfico é o mesmo que já conhecemos: a preto-e-branco. É uma história muito simples, mas muito interessante. Mantém aquele caráter biográfico que acompanha também alguns momentos da história de Teerão no final da década de 50. 

Tal como Persépolis, também este Frango com Ameixas foi adaptado ao cinema (informação adicional: está disponível no Youtube, dobrado em português do Brasil), com Maria de Medeiros a protagonizar o papel da esposa de Nasser Ali. 

Na minha opinião, está uns pontos abaixo de Persépolis, mas é uma obra muito muito interessante, e que merece que lhe prestem a devida atenção. 

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