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quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

Shuggie Bain, de Douglas Stuart

Este livro de que irei falar não foi a primeira leitura concluída em 2025, mas é um livro que já vinha de 2024, e que só agora terminei.

Trata-se do livro Shuggie Bain, vencedor do Booker Prize em 2020. 

Terminei esta leitura há poucos minutos - entenda-se, no momento em que escrevo este texto e não no momento em que está a ser publicado - e ainda estou meio sem chão. Só me apetece dar colo ao meu filho e prometer-lhe que o irei proteger enquanto as forças não me faltarem.

Shuggie Bain é um jovem adolescente de 15 anos que vive numa residencial rasca e trabalha como atendente num supermercado. Ao mesmo tempo, tenta manter-se na escola, com mais ou menos sucesso.Nota-se que tem brio na sua apresentação, mas infelizmente, algo de muito errado lhe  aconteceu na vida para estar naquela posição.

Nisto, recuamos a 1981 e vamos conhecer Agnes Bain. Uma mulher lindíssima, casada com Shug Bain, um taxista mulherengo. De momento, vivem com os pais dela, e com mais 3 crianças - Catherine e Leeks, filhos do primeiro casamento de Agnes - e o pequenino Shuggie. As traições constantes de Shug fazem com que Agnes, apesar de sentir que merecia mais e melhor, se refugie na bebida. Problema esse que vai ser um dos grandes protagonistas desta história.

Shug farta-se de Agnes e abandona-a numa comunidade de mineiros completamente arruinada. Aos poucos, os filhos de Agnes, primeiro Catherine, e depois Leeks, vão saindo de casa, destroçados com a mãe, numa tentativa de conseguirem vir a ser alguém e sobreviverem aquela existência. Fica Shuggie. O mais pequeno e o mais delicado e deslocado. Sempre desejoso de agradar à mae, sempre desejoso de se integrar, Shuggie tem uma vida que ninguém merece: violência em cima de violência, negligência, a pobreza...

Fiquei altamente aflita com a vida desta criança que foi obrigado a crescer demasiado depressa. Foi angustiante levar esta leitura até ao fim, razão pela qual demorei tanto a concluí-la.

Cada capítulo é uma dor diferente. Há um período da vida de Shuggie em que a mãe, durante um ano, fica sóbria. Mas é como ver um comboio a passar e saber que ele vai descarrilar. Não sabemos o momento exato em que isso vai acontecer, e quando acontece, só nos apetece entrar dentro destas paginas e abanar Agnes até lhe voltar a meter noção na cabeça. 

É um livro que merece, definitivamente, a vossa atenção. Se ainda não o leram, façam-no. Não se arrependerão.

domingo, 26 de janeiro de 2025

Crimes de Inverno, de Agatha Christie

Estou bastante atrasada no que toca à atualização do blogue - nada de inédito em mim, convenhamos. 
Deixa-me bastante frustrada não conseguir alimentar este espaço com regularidade, mas nem sempre tenho a energia necessária para dar conta de tudo o que tenho em mãos diariamente, e, é inevitável, que alguma coisa fique para trás.

O último livro que li, ainda em 2024, foi um livro de contos de Inverno e de Natal de Agatha Christie, "Crimes de Inverno".

No mês de dezembro, no clube de leitura "Regaleira de Livros", a que pertenço, o tema escolhido foi Natal e, entre as opções que tinha, apeteceu-me revisitar personagens que me são tão queridas e familiares. Nem todos os contos eram com Poirot ou Miss Marple. Também tínhamos os Beresford e outros detetives amadores saídos da imaginação de Christie.

Fiquei de coração quentinho, porque não sendo uma novidade, foi um livro que me deixou confortável, num mês habitualmente tão atípico como é Dezembro. 

Christie, para mim, ainda continua a ser a rainha do género. Mesmo em histórias curtinhas, consegue manter a qualidade que eu lhe é reconhecida. Não sou a maior fã de contos... Fico sempre com a impressão que falta qualquer coisa, mas agora não senti isso, e deixei-me envolver.

Crimes de Inverno. Não se esqueçam do nome para o próximo Natal!