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terça-feira, 29 de outubro de 2024

Rugas de Paco Roca

Há uns anos, foi moda ler a novela gráfica Rugas do espanhol Paco Roca. 


Por alguma razão que não sei precisar, nunca lera antes o livro. Nunca pegara nele. E esses dois factos combinados irão continuar a ser um dos mistérios inauditos da minha natureza. Perante esta afirmação, sem merdas, adianto já que o li numa destas minhas horas de almoço e terá sido um dos melhores livros que li.

A ação começa com um jovem casal que está no banco, em frente a um bancário que lhes recusa um crédito. Mas... este cenário só está a acontecer na mente de Emilio, um bancário reformado que começa a mostrar os primeiros sinais de uma das doenças mais terríveis: Alzheimer. 

Quem tem pais de alguma idade saberá o quão assustador isto pode ser, e o filho de Emilio decide colocar o pai num lar, onde terá maior e melhor acompanhamento.

Nesse lar, conhece Miguel, outros dos resistentes, que solteiro e sem filhos, parece ser mais relaxado em relação a muitas das rotinas e regras do lar. Miguel apresentar-lhe o lar e as pessoas que lá vivem, e todas as suas particularidades.

Não há muitos livros sobre gente mais velha. E Roca conseguiu fazer um livro sobre uma etapa da vida que muitas vezes é colocada num lugarzinho, escondido da nossa preciosa vista. É um livro muito tocante, com uma história belíssima, onde, assistimos, efetivamente ao desenvolvimento da doença em Emilio, mas, ao mesmo tempo, sabemos que ele não está sozinho. A família nunca o abandona, apesar de, inicialmente, ficarmos com essa ideia, e Miguel... Miguel é o amigo que não sabíamos que precisávamos ter ao nosso lado.

Sou a pior pessoa do mundo para apreciar a arte, o traço do artista, as combinações de cores, os significados... Mas a bonecada estava gira, sim, senhor! Opinião técnica.

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