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sábado, 21 de setembro de 2024

A estrada subterrânea, de Colson Whitehead

Perdoem. Esqueci completamente de falar de uma das últimas leituras concluídas nas últimas semanas.

Como foi uma leitura terminada ainda durante as férias, pensei que já tinha publicado, mas não. Mea culpa! 

Em Junho do ano passado, li Os Rapazes de Nickel, de Colson Whitehead. Não fiz post no blogue, mas publiquei um textinho no Instagram sobre esta leitura que achei maravilhosa. Sigam o link: https://www.instagram.com/p/Cs9iCuxLxc2/?igsh=MW0zOGd6cjk0dTg1Yg==

Um ano volvido e voltei a revisitar a escrita de Whitehead com A Estrada Subterrânea. 

Cora é escrava numa plantação de algodão na Geórgia e já sofreu tudo o que havia para sofrer, e foi castigada de todas as formas possíveis. A mãe, Mabel, fugiu quando Cora era muito pequena, e até àquele momento foi a única escrava que desapareceu completamente do radar de todos os caçadores. 

Numa noite, Caesar, outro escravo, desafia Cora a fugir através da estrada subterrânea, uma rede de transportes abaixo da terra, com várias paragens e colaboradores, construída com o único propósito de ajudar escravos a escapar até ao Canadá. 

Nesta travessia, Cora conhece todo o género de pessoas, mas o receio de vir a ser capturada está presente em todos os instantes. 

Gostei, mas não fiquei conquistada pela protagonista. Comparando com Os Rapazes de Nickel, achei Cora uma personagem muito pela rama. Dei por mim a querer saber mais da fuga da mãe dela do que propriamente sobre o destino da própria Cora. 

Caesar, apesar de ser o elemento que a desperta para a possibilidade de fugir, é relegado para um papel tão nulo que até nos esquecemos que ele existe na narrativa. 

Senti que as personagens estavam desenhadas muito de fugida e senti pouca empatia com elas. 

Não é um mau livro, atenção! Mais uma vez, fala-vos a maluquinha dos históricos. Lê-se bem, o período retratado é muito interessante... Temos lá, por exemplo, os inícios do KKK, mas também são retratadas pessoas boas que arriscavam a vida para ajudar outros, brancos ou negros. É um bom livro, volto a sublinhar. Mas não é Os Rapazes de Nickel. 

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