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terça-feira, 24 de março de 2009

Uma tragicomédia

Andei indecisa quanto ao livro que iria começar a ler, depois do 'flop' que foi a minha anterior tentativa. Tinha em cima da mesa, para escolher, quatro livros. Optei por um que a SmS, julgo que, já leu: Uma Conspiração de Estúpidos, da autoria de John Kennedy Toole.

Só ontem à noite, num bocadinho de tempo, 'devorei' 40 páginas e já me ri um bom bocado. Promete.

Um dado interessante: depois de escrito o manuscrito, o autor levou-o a uma série de editoras e todas o recusaram. Frustrado, John Kennedy Toole suicidou-se. A mãe não desistiu e 'obrigou' Walker Percy, um escritor e académico, a lê-lo. É este que assina o prólogo do livro que já vendeu mais de um milhão e meio de cópias.
John Kennedy Toole recebeu o Prémio Pullitzer de Ficção, a título póstumo, em 1981.

As primeiras linhas:
"O boné verde de caçador apertava-lhe o alto da cabeça, que era um balão carnudo. As abas verdes, preenchidas com orelhas enormes, cabelos compridos e a penugem rala dos ouvidos, elevavam-se de ambos os lados, quais sinais de trânsito que indicassem dois sentidos ao mesmo tempo. Os lábios cheios e franzidos salientavam-se sob o bigode negro e farfalhudo e, aos cantos, descaíam em pequenas rugas cheias de censuras e de restos de batatas fritas. À sombra da pala do boné verde, os olhos azuis e amarelos de Ignatius J. Reilly fitavam com sobranceria as outras pessoas que esperavam debaixo do relógio dos armazéns D. H. Holmes, examinando a multidão, em busca de sinais de mau gosto no vestir (...)"

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