Era impossível ler um livro mais bonito e imersivo do que este "Na Cabeça de Sherlock Holmes".
Este livro foi comprado no Amadora BD, no mês de outubro. Quando terminei "A Floresta Sombria" de Liu Cixin não me estava a apetecer lançar-me de cabeça em outro livro grande e complexo. Decidi que iria usar uma BD como "limpa palato".
A história é simples: na Londres de 1890, é encontrado, na rua, um homem. Estava vestido apenas com pijama, magoado, sem memória... Com as horas a passarem, ele conseguiu dizer que era conhecido do Dr. Watson.
Mais uma vez, encontramos um Sherlock Holmes aborrecido, sem ter nenhum mistério a que se dedicar... Nisto, batem à porta e é a polícia que traz consigo o misterioso homem, na esperança que Watson os ajude a identificá-lo. Trata-se, na verdade de Herbert Fowler, um médico que exerce no antigo consultório de Watson.
A aparência de Fowler e as circunstâncias que rodeiam este surgimento despertam Holmes do torpor em que se encontrava.
A narrativa envolve circo, artes performativas, a guerra contra o ópio, China vs Grã Bretanha. E claro a presença dos incontornáveis Mycroft e Lestrade.
Além da história ser uma verdadeira homenagem a Conan Doyle (a história não é um original do autor, mas !), a arte é perfeita. Os pormenores são perfeitos. A forma como o leitor é puxado a ter um papel ativo na resolução do mistério é perfeita. As cores usadas são perfeitas.
Não posso falar muito para não estragar a surpresa que é ler este livro, mas cada página traz um elemento capaz de nos deixar boquiaberto.
Não posso deixar de destacar a capa maravilhosa. Temos o contorno do rosto de Holmes, em recorte, e o desenho de baixo é uma representação daquilo que será o cérebro do mais afamado detetive britânico.