Páginas

quinta-feira, 31 de março de 2022

Lidos: a saga das Pedras Mágicas, de Sandra Carvalho

Tenho andado lentinha-lentinha a ler. Quase a conta-gotas, para ser sincera. Estava "à espera" de terminar a saga das Pedras Mágicas da Sandra Carvalho para fazer um apanhado geral, e pelo meio, terminei a trilogia do Senhor dos Anéis, com o livro O Regresso do Rei, e esta semana (literalmente), terminei dois livros. Portanto, nem sequer estou atrasada, por aí além nas minhas escritas. 

***

Mas o que me trouxe aqui, foi precisamente a autora Sandra Carvalho. Há anos que oiço falar nela, mas a minha atenção andava virada para outras leituras. Mas, em setembro/outubro de 2021, essa situação inverteu-se quando trouxe da Biblioteca de Sintra, "A Última Feiticeira", o primeiro volume (de oito) da Saga das Pedras Mágicas. 

Imagem retirada do blogue da autora: http://sandracarvalho-autora.blogspot.com/

Na altura, fiz um post que "apanhava" os dois primeiros volumes, mas quando percebi que era impossível falar de cada um individualmente, decidi que, no fim, falava de todos. 

Esta saga segue três gerações de mulheres de uma família - Catelyn, Edwina e Kelda. Catelyn é mãe de Edwina e avó de Kelda. Três mulheres descendentes de uma feiticeira - Arawen - e todas possuidoras de poderes místicos, e cada uma responsável, à sua maneira, por quebrar uma maldição terrível que se abateu sobre a família, muitos anos antes: a ascensão do Filho do Dragão que trará a destruição à Terra. 

Os Seres Superiores, ou alguns deles, queriam que o seu Tempo não tivesse terminado e viam os humanos quase como vermes e lançaram a maldição. Arawen era uma Feiticeira que se havia apaixonado por um humano, e deixou a sua ilha para conseguir viver o seu amor. Dois factos que, anos e anos depois, trouxeram muitas lágrimas e muito sangue derramado. 

Numa altura em que tanto se fala do empoderamento feminino e das formas de elevar a figura da Mulher a outros papéis, e não apenas ao de "mãe" e "cuidadora", Sandra Carvalho construiu uma narrativa que dá às mulheres esse destaque, desde 2005, data da publicação do primeiro livro. E não falo apenas das protagonistas. Temos vilãs muito fortes e credíveis, temos personagens secundárias com poder (não só místico, mas também de decisão, por exemplo, Thora ou a Rainha Lyria), temos mulheres facilitadoras do progresso das nossas personagens principais... enfim, mulheres para todos os gostos!

É uma saga muito interessante, com personagens muito carismáticas. Sinto apenas que faltou um ligeiro "comic relief" de quando em quando, só para termos uns segundinhos de intervalo, antes de prosseguirmos com a demanda. Mas, no geral, é uma trama muito bem conseguida.