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sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

O Carteiro de Pablo Neruda, de Antonio Skármeta

Vi o filme há vários anos, e tinha este livro há muitos mais, para ser franca.

Decidi lê-lo, no âmbito do clube literário do qual faço parte e cujo desafio consistia em ler um livro, cujo título começasse com a inicial do nosso nome. Mas esta escolha não foi planeada.

Em busca de um livro para emprestar à minha colega de trabalho, deparei-me com ele.  E achei que quase 20 anos de espera era tempo mais do que suficiente para ler um livro. Mea culpa. A edição será de 2008, estamos em 2024 - é fazer as contas. Estou envergonhada? Mais ou menos. Não posso, em boa fé, assumir que sim. 

Enfim, seguimos Mario que é um jovem cuja ideia de trabalhar lhe era algo avessa, convenhamos. Filho de pescador, pescador será. Até que surge a hipótese de ser carteiro. De um único destinatário e remetente. Nem mais nem menos que o poeta Pablo Neruda. O nosso Mario, fã do poeta, anda, uns tempos, numa tentativa de pedir um autógrafo, com uma dedicatória, mas desiste sempre. Até que surge Beatriz. E é do amor que nasce em Mario, que também surge a coragem de pedir ajuda Neruda. Daqui vai nascer uma forte e original amizade. 

Fiquei apaixonada. Não sei se pela simplicidade inocente de Mario, se pelo carisma envolvente de Neruda... O livro lê-se quase de uma assentada. É pequenino, letras grandes, e uma história que nos conquista nas primeiras páginas. 

Houve cuidado com a escrita, mas não é difícil de entender. Aliás, Neruda faz questão de explicar a Mario cada vez que usa uma expressão mais literária. É impossível não ficarmos com um sorriso no rosto ao ler as metáforas que Mario dedica a Beatriz.

Era este o livro que eu precisava ler, naquela altura. E ele encontrou-me.

O escritor chileno, Antonio Skármeta, morreu, no passado dia 15 de outubro, com 83 anos.

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