Adolfo desde cedo mostrou interesse pela química, e pouco mais era que adolescente quando começou a trabalhar numa tinturaria, onde aprendeu os fundamentos dos produtos ali utilizados. Mal ele sabia que essa aptidão iria ser fundamental no seu futuro. Aos 17 anos, por ser de uma família judia, foi deportado para o infame campo de concentração temporário na cidade de Drancy, a poucos quilómetros a norte de Paris. Felizmente que os passaportes argentinos da família, os salvaram de nova deportação e foram libertados.
Ainda muito jovem começou a trabalhar com a Resistência francesa, a fazer falsificações de todo o género de documentos e tornou-se um dos mais reputados falsificadores da rede. Após a Guerra, Adolfo voltou à clandestinidade e trabalhou com a resistência antifranquista, com resistente gregos contra a ditadura dos coronéis, com antissalazaristas em Portugal, com a Frente Nacional de Libertação da Argélia, com objetores de consciência norte-americanos durante a Guerra do Vietname, com vários movimentos de esquerda na América do Sul e com diversos movimentos independentistas africanos.
Em todos estes anos, para garantir a sua total independência para aceitar ou recusar trabalhos, consoante concordasse ou não com a luta em questão, Kaminsky nunca recebeu qualquer pagamento.
Gostei mesmo muito deste livro. A primeira vez que ouvi falar dele, fiquei imediatamente conquistada pela história e não descansei enquanto não o comprei. E foi, digo já, sem dúvida, uma excelente compra. Gostei da forma fluída como foi descrita a vida deste homem que dedicou a sua vida a salvar vidas. A sua independência permitiu-lhe escolher as causas que abraçava, de forma a não comprometer os seus ideais de liberdade e dignidade.
Incluí esta leitura na minha lista da maratona Estações Literárias, na categoria de livro publicado em 2020.
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