Leio desde que me lembro de mim como gente. E comecei a escrever em blogues há mais de 11 anos. Porque não juntar estes dois amores num único espaço? Aqui, só cabe aquilo que gosto... conheçam as minhas escolhas!
domingo, 3 de abril de 2022
Lido: Até os comboios andam aos saltos, de Célia Correia Loureiro
sábado, 2 de abril de 2022
Lido: Niketche: Uma História de Poligamia, de Paulina Chiziane
O que eu sabia do livro ou da autora? Zero absoluto. Mas o título era apelativo...
Rami é casada com Tony há mais de 20 anos. Mas, as sucessivas ausências prolongadas de Rami fazem-na desconfiar. É quando descobre que Tony mantém mais 4 famílias: mulheres e filhos. A sensação de traição com a descoberta da poligamia de Tony leva-a a criar uma espécie de "irmandade" com as outras mulheres, obrigando o homem a reconhê-las a todas, bem como aos filhos, e a manter abertamente a relação poligâmica, perfeitamente aceite perante a sociedade.
Mas os revezes não tardam em aparecer e aquilo que parecia uma solução simples vira-se contra ela, por conta do papel submisso que a mulher deveria ter perante o marido, por conta do seu casamento "de papel passado" com Tony que fazia dela "a 1.ª mulher", por conta das próprias diferenças culturais entre as mulheres do Norte e as do Sul...
Um dia, Tony é dado como morto. A viúva "oficial" é despojada de todos os seus bens, é obrigada a rapar o cabelo e é oferecida ao irmão do falecido... tudo em nome de uma tradição secular e ultrapassada.
Poderá o amor de Rami por Tony sobreviver à traição, à submissão, às dúvidas, à crueldade...?
Mais uma história muito forte, escrita por uma mulher, para as mulheres sobre as mulheres. Honestamente, gostava muito que este livro fosse mais conhecido. Desafio-vos a isso: conheçam um livro fora da vossa esfera confortável, e procurem algo na vossa linha de desconforto, apostem em Paulina Chiziane...
sexta-feira, 1 de abril de 2022
Lido: O Regresso do Rei - O Senhor dos Anéis, de JRR Tolkien
A derradeira batalha entre o Bem e o Mal está prestes a eclodir. As forças de Sauron ameaçam Gondor, e Minas Tirith estão prestes a cair, até que os homens de Rohan chegam.
Enquanto isso, Aragorn pede ajuda a seres que já foram homens, cobrando-lhes uma promessa feita em outro tempo, garantindo-lhes que após esta última batalha, poderão descansar em paz.
Mas e o Anel Um? Será que Frodo e Sam ainda estão vivos? Os restantes elementos da Irmandade não fazem ideia, mas confiam e têm fé nos pequenos hobbits. O leitor, no entanto, tem outras informações: Sam é, agora, o Portador do Anel e tudo faz para salvar Frodo - da negritude, de Gollum e de si mesmo...
Entretanto, o exército do Bem reúne-se de forma a criar uma distração, para que Frodo e Sam consigam destruir o Anel e terminar de uma vez por todas com a ameaça de Sauron...
Posso dizer que o filme foi muito bem adaptado; não me lembro de nenhuma grande diferença escandalosa. Houve personagens que não chegaram ao filme, houve alguns atalhos que foram tomados, mas, no fim, feitas as contas, está lá o essencial.
Já referi antes que li o 1.º volume na altura em que o filme saiu e não tinha gostado. Voltei a pegar nele anos depois, e foi toda uma nova experiência.
E o que nos fica de O Senhor dos Anéis? Quais são as grandes questões por trás de toda esta saga épica? O poder, a vida e a morte, a imortalidade, o livre arbítrio...
Estes livros foram publicados nos anos 50, do século passado. Escritos, muito provavelmente, durante tempos negros da Humanidade, e focam nas problemáticas daqueles tempos: um senhor impiedoso que quer dominar tudo em seu redor? Os opositores que eram eliminados? As batalhas pela liberdade? Reconhecem algo? Não me parece que seja pura coincidência.
Sinto que li estes livros naquela que era a altura certa para mim. Gostei tremendamente e fico contente por ter encerrado o meu ciclo "Senhor dos Anéis".