O que eu sabia do livro ou da autora? Zero absoluto. Mas o título era apelativo...
Rami é casada com Tony há mais de 20 anos. Mas, as sucessivas ausências prolongadas de Rami fazem-na desconfiar. É quando descobre que Tony mantém mais 4 famílias: mulheres e filhos. A sensação de traição com a descoberta da poligamia de Tony leva-a a criar uma espécie de "irmandade" com as outras mulheres, obrigando o homem a reconhê-las a todas, bem como aos filhos, e a manter abertamente a relação poligâmica, perfeitamente aceite perante a sociedade.
Mas os revezes não tardam em aparecer e aquilo que parecia uma solução simples vira-se contra ela, por conta do papel submisso que a mulher deveria ter perante o marido, por conta do seu casamento "de papel passado" com Tony que fazia dela "a 1.ª mulher", por conta das próprias diferenças culturais entre as mulheres do Norte e as do Sul...
Um dia, Tony é dado como morto. A viúva "oficial" é despojada de todos os seus bens, é obrigada a rapar o cabelo e é oferecida ao irmão do falecido... tudo em nome de uma tradição secular e ultrapassada.
Poderá o amor de Rami por Tony sobreviver à traição, à submissão, às dúvidas, à crueldade...?
Mais uma história muito forte, escrita por uma mulher, para as mulheres sobre as mulheres. Honestamente, gostava muito que este livro fosse mais conhecido. Desafio-vos a isso: conheçam um livro fora da vossa esfera confortável, e procurem algo na vossa linha de desconforto, apostem em Paulina Chiziane...
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